terça-feira, 10 de janeiro de 2017

RETROSPECTIVA 2016: Lançamentos (Incluindo os MELHORES DISCOS DO ANO)

Mais um ano se passou e mais uma lista que ninguém pediu dá as caras. É hora do País do Baurets expor sua lista de Melhores Discos de 2016.

Reconheço que citar mais de 100 discos de um único ano é exagero, ainda mais nos tempos atuais em que tudo parece ser tão descartável. Todavia, não deixaria de postar algo bacana só para me enquadrar num número pré estabelecido.
Apesar da grande quantidade de álbuns, fiz pequenas descrições (não são criticas, muito menos resenhas, são descrições), justamente por reconhecer que, embora as pessoas tenham sede de conhecimento, nem todos tem tempo/interesse/prazer de ouvir todos os lançamentos um a um, muito menos ler a minha irrelevante opinião sobre tais obras. 

Mesmo assim tá ai, o trabalho sujo está feito! Com direito até mesmo a uma faixa destaque para os mais preguiçosos (exceto nos "Melhores Discos do Ano", ao menos esses escutem inteiro). Mais que uma crítica, esse post é um apoio para quem quer caçar uma novidade (e um HD externo para mim mesmo catalogar minhas audições/preferências).


MELHORES DISCOS DO ANO (SEGUNDO EU MESMO)

Emma Ruth Rundle: Marked For Death
Daqueles discos invocam atenção, onde uma adorável melodia é muito mais profunda do que parece. Linda voz, letras amarguradas e o peso instrumental proveniente de ricos arranjos.

Danny Brown: Atrocity Exhibition
Adoro quando determinada obra produz certo desespero junkie. É o que acontece aqui. O flow do rapper tem até uma aura de ragga. Beats consistentes, pesados e com certo grau de ousadia. Méritos também do grande produtor Paul White. Participação do Kendrick Lamar, Earl Sweatshirt e Kelela.

David Bowie: Blackstar
Um epitáfio. Um álbum póstumo autobiográfico. Um testamento pop. E David Bowie mais uma vez fez o improvável. Devaneios jazzístico e eletrônicos completamente densos. Sombrio, mas esperançoso. Fechando a carreira com um dos melhores discos de sua rica obra.

Death Grips: Bottomless Pit
Sem surpresa! Hip hop furioso somado a timbres eletrônicos doentios e atitude hardcore na performance. Fora que as composições são experimentais, ritmicamente quebradas, densas, estranhas e viciantes. Tudo o que eu espero desse que é um dos melhores projetos musicais da atualidade. Uma pedrada rica em texturas. Até a capa já é clássica.

Future Of The Left: The Peace & Truce Of Future Of The Left Post
Hardcore bastante encorpado, tortão e barulhento. Auto nível de composição, arranjo e visceralidade na execução. Ou seja, tudo que vai de oposto ao senso comum do mainstream.

Heron Oblivion: Heron Oblivion
Um timaço de músicos, com selo de qualidade 4AD, num trabalho de dream pop com ótimos momentos psicodélicos. Recheado de guitarras, oferecendo corpo sonoro suficiente para nos lembrar que o indie rock não é bundão.

Jeff Beck: Loud Hailer
Jeff Beck não cansa? Discão de rock, bastante acessível, moderno e com belos vocais femininos. Sua guitarra dispensa apresentações, basta dizer que é digna de seus grandes momentos. Um exemplo de como envelhecer artisticamente com dignidade.

Kendrick Lamar: untitled unmastered
Um dos grandes discos de rap do ano ser demo/sobras do já clássico To Pimp A Butterfly apenas confirma a excelência do trabalho anterior. Restos extremamente relevantes. Thundercat rouba a cena.

Meshuggah: The Violent Sleep Of Reason
Tá certo que é uma das minhas bandas prediletas, mas não contava com um dos melhores discos do grupo nesta altura do campeonato. A brutalidade infernal de sempre, só que agora com timbres mais orgânicos. Composições impressionantes, sempre ressaltando fórmulas de compassos inimagináveis. E para meu deleite, os solos de guitarra voltam a remeter ao Allan Holdsworth. Discão.

Metá Metá: MM3
Não existe nada sendo feito no Brasil melhor que isso. Uma seleção de artistas talentosos que não decepcionam nas composições, arranjos e interpretação, oferecendo uma obra complexa e sem restrição de estilos. O mundo reconheceu o talento do grupo, não seja você a besta a ignorar.

Oathbreaker: Rheia 
Aquele cruzamento de black metal e post-hardcore tão comum nos tempos atuais e que surpreendentemente dá certo. Peso instrumental consistente, poética densa e grande variação vocal. No fim, é o clima desesperador que prevalece. 

Sinistro: Semente
Banda portuguesa numa mistura incrível de post-rock, doom e até mesmo trip hop. A voz feminina e suave apresenta um contraponto interessante ao som denso e pesado do grupo.


The Last Shadow Puppets: Everything You've Come To Expect
Composições pop com abordagem psicodélica sessentista e arranjos que remetem até mesmo ao western do Ennio Morricone. E ainda tem o apelo indie. Nada que o Alex Turner fez anteriormente me agradou tanto. Surpreendente! Obs: Detalhe para a excelente capa com a Tina Turner.

Thee Oh Sees: A Weird Exits
Eles não param! Mais um belo disco reunindo a fórmula tão agradável de psicodelia, garage rock, krautrock e indie rock. Álbum rico, consistente e viajandão. Perfeito para calar a boca de “tiozões conservadores do rock”.

Ty Segall: Emotional Mugger
Dessa tal onda neo-psicodélica ele é sem dúvida o maior nome. Seu trabalho tem elementos do passado, mas traz uma estranheza atual. E adoro essa produção crua. Baita disco legal.

Virus: Memento Collider
Não conhecia nada da banda e dei logo de cara com um math rock bastante denso, com traços de pós-punk e dramaticidade tanto nas letras quanto na interpretação. Tudo bastante elaborado, vide as brilhantes linhas de baixo. Grande descoberta!

Zóõ: Zóõ
Eu costumo reclamar muito da qualidade lirica do rock nacional atual. Isso posto, esse disco salta aos ouvidos. Muito criativo e bem escrito. Fora que instrumentalmente é tão pesado quanto grooveado. Produção saturada e robusta. Grata surpresa.

Wilco: Schmilco
Temas tristonhos e arranjos enxutos, quase minimalista e majoritariamente acústico. Diferente da polidez de outros trabalhos, igualmente bom em suas composições e ousadia. 

DAQUI PRA BAIXO É O GROSSO DA LISTA. SÃO ÁLBUNS QUE OUVI PARA FORMAR OS MEUS PREDILETOS. CLIQUE NO MAIS INFORMAÇÕES CASO INTERESSAR. 

AS DECEPÇÕES E OS RUINS ESTÃO NO FIM DO POST 


*- Nome da banda: Nome do Disco (Pequena descrição pessoal). Faixa destaque
Em negrito os destaques

OS BONS LANÇAMENTOS

- 417.3: 34 (Post-rock instrumental, sereno, bonito e bem tocado. Dos melhores no estilo neste ano, embora pouco comentado). 581

- Abbath: Abbath (É o velho black metal norueguês, só que agora bem produzido. Fora que o Abbath é um compositor talentoso. Para quem gosta do gênero, não tem erro). Count The Dead

- A Tribe Called Quest: We Got It From Here... Thank You 4 Your service (Após quase 20 anos sem um disco de inéditas, é interessante notar que o que antes era vanguarda, agora é tendência comum no hip hop. O som do grupo não envelheceu, mas também não causa mais tanto entusiasmo. Ao menos as inúmeras participações ressaltam o respeito que o grupo adquiriu. O que atrapalha um pouco é a longa duração. Tanto tempo em silêncio resulta em criatividade e excessos. Mas não me entendam mal, é ótimo). Melatonin

- Aesop Rock: The Impossible Kid (A produção é tão espetacular que nem me aprofundei nas letras, embora saiba do potencial do rapper. Nem é minha linha predileta de rap, mas é tão bem feito que não dá para ignorar). Supercell

- Aleks Sever: Extravagant (Talentosa guitarrista que acaba de despontar. Momentos bluseiros, com muito groove e ótimos solos. Timbres vintages sensacionais. Meio pastiche? Sim, mas bacana). Freak

- Allah-Las: Calico Review (Se falarem que é um álbum obscuro de 1966 dá para acreditar. Melodioso e com traços psicodélicos. Bonito). Satisfield

- American Football: American Football (Se o emo volta a dar sinais de relevância artística, nada mais justo que uma das boas bandas do estilo voltar a produzir. Disco bem arranjado e melódico. Parte exatamente de onde a banda parou). My Instincts Are The Enemy

- Ana Popovic: Trilogy (Disco triplo de uma artista talentosa, que canta bem e toca guitarra como poucos atualmente. Recomendado para fãs de blues). Hook Me Up

- Anciients: Voice Of The Void (Heavy metal moderno, sludge, denso e com aquela abordagem progressiva tão característica - e bem-vinda - do Mastodon e Tool. Isso não é pouca coisa). Pentacle

- And Also The Tress: Born Into The Waves (Banda perdida do pós-punk/gótico oitentista que ressurge das cinzas com um belo e hipnotizante trabalho). Bridges

- Andreas Trobollowitsch: Roha (Artista experimental que explora elementos físicos corriqueiros - alguns deles mecânicos -, para produzir sons duros, frios, com ritmos e texturas próprias. Difícil, mas importante). Ssbeat

- Anderson .Paak: Malibu (Costumo ter resistência a esse novo r&b com pegada hip hop, mas esse disco foi uma grata surpresa. Ótimas canções, sofisticadas, bem tocadas e com produção cristalina). Heart Don't Stand A Chance

- Angel Olsen: MY WOMAN (Imagine um disco remeter tanto as Ronettes quanto a Kate Bush, Lady Gaga e Lana Del Rey. É esquisito em sua amplitude e belo no resultado). Never Be Mine

- Animals As Leaders: The Madness Of Many (Se antes a banda se perdia em seu elevado nível técnico, agora eles abusam com sabedoria de suas qualidades individuais em composições desafiadoras e interessantes). Arithmophobia

- Apathy: Handshakes With Snakes (Embora impecavelmente bem produzido, é uma opção mais old school para o rap alternativo tão em voga na atualidade). Charlie Brown

- Ataque Periférico: Tua Glória É Lutar (Disco de hardcore veloz onde todas as músicas são em exaltação ao Flamengo. Só essa descrição já é maravilhosa por si só, independente do resultado sonoro). Flamengo É Pica

- BadBadNotGood: IV (Eles soam mais interessante quando em parceria com um integrante externo ao grupo. Todavia, a fusão eletrônica com elementos jazzísticos no geral não decepciona). Confessions Pt II

- Bayside Kings: Resistance (12 faixas em 20 minutos que revelam umas das melhores bandas de hardcore brasileira da atualidade. Embora berrado com vigor, as canções tem um apelo melódico. Muito bem gravado e tocado). Sober

- Band Of Horses: Why Are You OK (Bom disco que traz composições que remetem ao rock setentista, mas com um toque atual quase indie. É um disco bonito). Dull Times/The Moon

- Basement: Promisse Everything (Uma amostra de que, mesmo apostando numa abordagem mais pop, o emo poder oferecer trabalhos interessantes. Boas guitarras e melodias vocais). Lose Your Grip

- Ben Harper with The Innocent Criminals: Call It What It Is (De volta com seu grande grupo de apoio. Sem erros, Ben Harper vem construindo uma carreira fantástica. Regularidade precisa na arte de fazer rock com abordagem acessível. Belo e variado álbum). Shine

- Beyoncé: Lemonade (Ela já havia melhorado musicalmente. Agora, após traição do Jay-Z e com maior consciência para questões sociais, sua obra ganhou profundidade. Ela é pop, mas sua música aqui não. Arranjos sofisticados que elevam o valor de seu trabalho. Todavia, justiça seja feita, é um disco tão dela quanto dos trocentos produtores/compositores envolvidos. Ela tá cantando demais!). Freedom

- Big Ups: Before A Million Universes (Misture Slint com Nirvana.
É mais ou menos isso que você encontra aqui. Não tem como achar ruim!). Capitalizes

- BK: Castelos & Ruínas (O rap nacional de polidez agregadora, muito disso por conta da ótima produção do JXNV$. Mas são as letras e o flow que comandam. Alguns momentos me remetem ao Black Alien, o que nem de longe é um problema. Dos grandes discos do hip hop nacional que ouvi recentemente). Um Dia De Chuva Qualquer


- Black Mountain: IV (É rock, é legal, tem corpo, tem sua graça/diferencial na abordagem "modernamente cósmica". Não vai mudar o mundo, mas vale dar uma checada). Defector


- Bob Weir: Blue Mountain (Honestamente, nem sou dos maiores admiradores do Grateful Dead, mas esse disco me surpreendeu positivamente. Álbum lindão, com pé no folk, perfeito para ouvir logo quando acorda. Os caras do The National ajudaram na empreitada). Only A River

- Bongar: Samba de Gira (Diretamente da comunidade Xambá, uma experiência sonora de tradição afro-indígena. É o som do quilombo. Um documento).

- Bon Iver: 22, A Million (No meio daquele indie folk bunda que adoraria falar mal, eis que surge arranjos ousados, produção interessante e timbres eletrônicos... tudo deixando a obra digna de respeito, embora ainda não faça minha cabeça). 10 (Death Breast)

- Bonnie Rait: Dig In Deep (Um discão de blues da mulher mais produtiva do estilo. Acessível e cheio de ótimas guitarras. Para mim basta). Undone

- Boris with Merzbow: Gensho (O Boris já é uma sujeira por si só, ai eles vão lá e se juntam com esse ícone do noise. É para desgraçar a audição!). Sometimes

- Brujeria: Pocho Axtlan (Cacetada! Caiu esse lançamento no colo por acaso. Poucas coisas conseguem ser mais divertidas e contagiantes). Profecia del Anticristo

- Bruno Mars: 24K Magic (Produção muito boa. Canções pop bem tocadas, que remetem ao Michael Jackson, James Brown e ao início do hip hop. Excelente dentro da proposta, embora um tanto quanto requentado). 24K Magic

- Causa Sui: Return To Sky (Stoner pesadão, com alguns momentos viajantes e uma bateria troglodita que parece ter sido gravada numa caverna. Paulada instrumental). Dust Meridian

- Cássio Figueiredo: Presença (Menino novo, carioca, poderia tá fazendo música pop e tomando sol na praia, mas escolher lançar essa pérola ruidosa. Esteticamente é um grande trabalho de música concreta. Conceitualmente é maluquice. Disco difícil).

- Car Seat Headrest: Teens Of Denial (Passa longe de ser uma maravilha que muitos tem pregado, mas tem uma tosquice lo-fi legal e remete aquele garage rock limpinho que o Strokes fez no começo do século. É o indie moderninho e sujinho que agrada geral). Vincent

- Carl Verheyen: The Grand Design (O AOR do século XXI, recheados de excelentes guitarras, bons arranjos e composições maduras. Mas é música para músico). Distracted Girl

- Catfish And The Bottleman: The Ride (Não é maravilha que muitos disseram, mas é divertidinho. É o tipico indie rock pós-Strokes, tão intenso quanto pop). Soundcheck

- Céu: Tropix (De imediato não gostei, mas na base da insistência involuntária foi ficando agradável. Tem um clima sexual que sempre cai bem. A capa lembra o cinema do expressionismo alemão). Varanda Suspensa

- Chance The Rapper: Coloring Book (Alguns anos antes eu teria achado um porre, mas esse r&b/rap alucinante, melodioso e de produção consistente agora me atrai. Fora a pitada gospel sempre tão bem-vinda. Para um artista independente, fez bastante barulho). Angels

- Charles Bradley: Changes (Repetindo o êxito do primeiro disco. Soul music da melhor qualidade. Vozeirão intenso. Bela capa vintage). Nobody But You

- Charli XCX: Vroom Vroom (Espetacular EP que se bastaria somente pela faixa titulo, uma paulada pop, sexy e altamente pegajosa. As outras três canções também não fazem feio. Produção criativa e intoxicante, sendo o mérito também da Sophie). Vroom Vroom 

- Childish Gambino: "Awaken, My Love" (É rap, R&B e também psicodélico. Algo como um George Clinton moderno, dada as devidas proporções de talento. Fora que tem alcance pop. Grande parte do mérito se deve a produção do Ludwig Göransson, embora eu não ouse negar o talento do Donald Glover). Boogieman

- Clams Casino: 32 Levels (Produções de hip hop densas, quase etéreas. Um disco atraente nos momentos mais difíceis e banal nas melodias vocais POP). Be Somebody

- Cobalt: Slow Forever (Do tão prolifico momento do black metal atual, uma banda com o pé no heavy tradicional, com riffs acessíveis e vocal podreira característico. Canções elaboradas e longas. Boa porta de entrada para o estilo). Hunt The Buffalo

- Colin Stetson: Sorrow (Primeiro lançamento erudito que ouço em anos. Mais me parece um drone orquestrado. E isso é muito bom).

- Cosmo Grão: Cosmograma (Pesado e psicodélico, sem frescura na produção e com densas texturas, como todo bom stoner instrumental deve ser. E é Made In Brazil). Bob Gordo

- Crobot: Welcome To Fat City (É verdade que tem aquele ranço setentista. Mas soa divertido, "moderno" e incrivelmente jovem... Pastiche? Talvez. Mas é bem feito). Easy Money

- Crying: Beyond The Fleeting Gales (Esse disco faz o lixo virar luxo. Tem teclados AOR, guitarras virtuosas farofentas, vocais POP e toques medonhos de synthpop e rock progressivo datado. Todavia, surpreendentemente funciona. De tão absurdo é legal). Patriot

- Crystal Castles: Amnesty (I) (Clima dançante e desesperador, alimentado pela produção eletrônica sujona característica do grupo). Enth

- Cult Of Luna & Julie Christmas: Mariner (Em alguns momentos o vocal me encheu o saco, mas atmosfera tensa criada pelo instrumental é tão perturbadora que é impossível não ficar atraído). Chevron

- Cymbals Eat Guitars: Pretty Years (Por conta de algumas faixas com clima indie poperô, é um álbum irregular. Mas quando a banda acerta a mão tem composições bem boas). 4th Of July, Philadelphia

- Darkher: Realms (Não sei definir o que é isso. Algo como um drone-sinfônico apoteótico e bonito. Lindos vocais que antecedem uma parede sonora épica. É incrível). Hollow Veil

- Deaf Kids: Configuração do Lamento (2 faixas, pouco mais de 22 minutos. Um caos sonoro de gênero não muito especifico (algo entre o industrial, grindcore e noise), mas que certamente representa bem o inferno. Atmosférico, ruidoso e interessante).

- De La Soul: and the Anymous Nobody... (Tem suas experimentações, mas comparado ao que acontece hoje no hip hop, é muito mais old school, e isso é muito bom. Timbres na cara, boas participações (menos a do Usher) e, só para efeito comparativo, achei mais legal que o do A Tribe Called Quest. E pensar que se não fosse um crowdfunding a obra poderia nem ter sido lançada). Snoopies

- Denzel Curry: Imperial (Trap pesadão, com climas doentios e um flow na velocidade da luz. Inclusive, que tremenda voz ele tem, não? É rap de jovem doidão). Sick & Tired

- Descendents: Hypercaffium Spazzinate (Puro punk rock bem tocado, gravado e que não decepciona os longos anos de espera por material novo. E o Karl Alvarez é um baita baixista. Que banda legal!). Shameless Halo

- DIIV: Is The Is Are (Baixos e guitarras tão característicos do pós-punk numa abordagem que se encaixa perfeitamente ao indie atual. Disco bacana). Out Of Mind

- Dinosaur Jr.: Give A Glimpse Of What Yer Not (Como o J Mascis toca guitarra, não? O disco não traz novidade. É a boa e velha fórmula do grupo de fazer grandes canções). Good To Know

- DJ Anderson do Paraíso (O funk de BH na contramão da cooptação do mercado e da esteriotipia formal. Letras sexuais, pesadas e incorretas. Beats darks e abstratos. Bem legal dentro da proposta). As Mina da ZL, Falou Que Tão Muito Louca, Grava Ela Me Mamando 

- Donny McCaslin: Beyond Now (Uma nova cara do jazz. Não por acaso chamou atenção até mesmo do Bowie. Saxofonista de personalidade em músicas intrigantes). Shake Loose

- Douglas Germano: Golpe de Vista (Maravilhoso disco de samba feito por um dos grandes compositores brasileiros da atualidade. A instrumentação enxuta privilegia as ótimas letras). Zeirô, Zeirô

- Ed Motta: Perpetual Gateways (Após o ótimo AOR, Ed encontrou sua fórmula perfeita de pop sofisticado, agora ainda mais jazzistico. Parece pouco, mas é talvez seu melhor disco. Ótima produção e arranjos). Captain's Refusal

- Emicaeli: Pops (Ignore o nome do trabalho. Aqui a coisa desanda para uma no wave energética, pesada e maluca, no maior estilo Patife Band, com direito a participação do Paulo Barnabé. Boa e já veterana banda). Varanda Gorfê

- Esperanza Spalding: Emily's D+Evolution (Além de excelente instrumentista e cantora, Esperanza vem se revelando uma artista inquieta, de paleta musical que não se restringe a estilos. É jazz, é soul e é pop. Sofisticado e maravilhoso). Good Lava

- Every Time I Die: Low Teens (Metal modernoso e juvenil que a gente tanto gosta. Tem prazo de idade, mas é intenso e fodido).

- EZTV: High In Place (Power pop com vibe psicodélica tocado toscamente. Um tanto quando lo-fi. Não por ruindade, mas por estética mesmo. É agradável). High Flying Faith

- Fantastic Negrito: The Last Days Of Oakland (Músico de origem africana que mostra que o blues atual é muito mais que os "John Mayers/Bonamassas da vida". Sem clichê, mas com propriedade de quem conhece o passado do estilo. Belo trabalho). Hump Thru The Winter

- Felipe Neiva: À Vida e Seu Potencial Sarcástico Infinito (Um disco de dream pop com melodias interessantes, que remetem até mesmo a psicodelia progressiva do Violeta de Outono). Conte Comigo

- FingerFingerrr: MAR (Rock brazuca, sujo e garageiro, com pitadas tanto do pós-punk quanto do indie mais moderno. Tão dando passos largos para adentrar o mercado internacional. As composições parecem ter força para isso. Em cima do palco deve ser ainda mais intenso). Pyrrhic V 

- Fond Han: Sham Cloud (Quando uma galera do emo/post-hardcore se junta para fazer um som estranhão, quebradaço e barulhento, que hora ou outra volta para sua origem melódica, dá nisso. É doidera). Carrier

- Frank Ocean: Endless (Embora com tantos colaboradores interessantes e momentos bonitos, investindo em climas quase de música ambient e destacando seus melismas vocais, esse trabalho me pareceu secundário, tanto que foi até mesmo difícil achar pra ouvir. O que vale mesmo é o Blonde).

- Frank Ocean: Blonde (Ocean não faz meu estilo, mas reconheço a beleza de suas composições e sua persistência ao trazer profundidade ao R&B atual. Isso ele conseguiu. Boas canções, boas parcerias e estrondoso alcance). Solo

- Fresno: A Sinfonia De Tudo Que Há (Para um grupo tão inserido no que foi a última cena mainstream do rock brasileiro, é legal ver esse salto ambicioso, incorporando diferentes sonoridades, orquestrações, influências... o resultado é bonito). Deixa Queimar 

- Gallant: Ology (Na onda do Frank Ocean, só que para mim ainda mais legal. Aquele R&B/POP tão bem produzido dos dias de hoje. Ultra melódico). Episode

- Giallos: Amor Só De Mãe (Melhor cassete - sim, cassete! - lançada esse ano. Lo-fi "chuta bunda" brazuca dos bons). Açougue

- Giant Gutter From Outer Space: Set Adrift EP (Projeto curitibano que conseguiu dar nova forma a um duo. Baterias extremamente técnica com referências jazzistica e um baixo com inúmeras possibilidades timbristicas. Climático e pesado).

- Giraffe Tongue Orchestra: Broken Lines (O disco é bem legal, mas devido o alto calibre dos envolvidos, vai cair em esquecimento. E eu esperava algo mais pesado). Crucifixion

- G.L.O.S.S.: Trans Day Of Revenge (5 músicas, 7 minutos. Punk rock básico dos bons). Out From The Desk

- Gnod: Mirror (O krautrock se moderniza e encontra o sludge, oferecendo uma mistura encorpada e delirante. Beira o enlouquecedor). The Mirror

- God Pussy: Desaparecidos (O lançamento mais sombrio em tempos. De dar nó no peito. Noise horrível com temática triste, mas de abordagem necessária). Não localizado, final incerto.

- GoGo Penguin: Man Made Object (O jazz em sua eterna inquietude, sendo que aqui apresenta uma abordagem tão rica quanto divertida. Ritmos complexamente dançantes. Trio poderoso, onde todos instrumentistas merecem destaque). Unspeakable World

- Gojira: Magma (É decepcionante se posto lado a lado com o anterior, mas aí é mais culpa da expectativa do que da obra em si. É técnico, pesado, bem produzido e com boas composições). The Cell

- Gone Is Gone: Gone Is Gone (Nomes talentosos - gente do Mastodon, QOTSA e At The Drive-In - se juntam para fazer música sem compromisso comercial, embora ainda assim acessível e bastante encorpada. Deu certo).

- Gorguts: Pleiades Dust' EP (Death metal extremamente técnico, épico e climático. A representação máxima do amadurecimento do estilo).

- Gorilla Pulp: Peyote Queen (Discão de rock n' roll, bastante pesado, que não vai mudar o mundo, mas vai animar seu dia. Banda italiana). Magic Mashroom

- Gregory Porter: Take Me To The Alley (Jazz, r&b e pop num pacote só feito por um sujeito dono de estupenda voz. É meio pastiche, mas  acho que deixaria Sam Cooke orgulhoso. Acho que já basta). In Fashion

- Guerilla Toss: Eraser Stargazer (A confusão sonora do grupo continua, agora talvez um pouco mais sofisticada. Mas não se engane, ainda é um caos. É doidera). Perfume

- Guizado: Guizadorbital (O sempre criativo trompetista Guizado em sua melhor forma. Experimental, eletrônico, cósmico, barulhento e jazzistico. Dá até para considerar um disco conceitual). Saturno

- Gustavo Assis-Brasil: Chromatic Dialogues (Confesso que hoje em dia tenho certa resistência em ouvir "discos de guitarristas". Todavia, grata foi minha surpresa ao perceber a riqueza do fraseado desse música brasileiro que vem conquistando grande espaço internacionalmente. Boas composições, arranjos e gravação. Fusion moderno e de muito bom gosto). Gee

- Happy Diving: Electric Soul Unity (Aquela sujeira garage/grunge aliada a canções bacanas de rock básico. Camadas de guitarra e muita diversão. Escola do Dinosaur Jr. No rock é tão simples ser legal). Don’t Be Afraid Of Love

- Helmet: Dead To The World (O que eu gosto do Helmet é que eles só lançam o disco quando reúnem material bom o suficiente. Não tem enrolação. Pesado e maduro. Page Hamilton toca muito). Drunk In The Afternoon

- Hierofante Púrpura: Disco Demência (É indie, psicodélico, progressivo, estranho e brasileiro. A mistureba surpreendentemente agrada). Cachorrada

- Hooton Tennis Club: Big Box Of Chocolates (Jovens ingleses fazendo indie rock com clima power pop e boa dose de sujeira na gravação. As composições nem são grande coisa, mas a fórmula é muito boa). Bad Dream

- Hover: Never Trust The Weather (Rock modernoso e bem produzido, com referências de Silverchair, Deftones e Incubus, só que com um detalhe muito legal: a banda é do Rio de Janeiro). Teeth

- Iggy Pop: Post Pop Depression (Após discos "estranhos" para o perfil Iggy Pop, o ícone punk soma forças ao lado de Josh Homme e Matt Helders em um trabalho nem tão pesado quanto o esperado, mas denso e dono de letras enigmáticas. Lembra sua fase em parceria com Bowie. Isso não é pouca coisa). German Days

- Ina Forsman: Ina Forsman (Repararam como o blues e a soul music andam bastante feminina? Mais uma ótima revelação dos estilos. Canções agradáveis, muito por não conter exageros vocais tipicos da situação. Timbres vintages e bons arranjos de metais). Hanging Loose

- Indica: Stone Future Hymns (Stoner doom espacial. Pesado, lento, psicodélico e fodido. Sem mais!). Silence Is Killer

- Injury Reserve: Floss (Todos os elementos do rap mainstream atual somados a uma boa produção puxada para o trap, letras desbocadas e clima descontraído). S On Ya Chest

- INKY: Animania (Banda brazuca que faz rock moderno visando o mundo. É climático, pesado, ousado e tem belos vocais femininos. O instrumental chega a remeter a um “Tool mais acessível”. Ótima produção). Devil’s Mark

- Insignificanto: Eva Mitocondrial (Obra da artista curitibana Sanannda Acácia, que trabalha a manipulação do áudio como forma de criar não somente texturas, mas enredos, sendo que aqui ela explora nossa ancestralidade. Talvez por ser também uma artista visual, sua música soa como instalações. Dificil, ruidoso e etéreo. Sem destaque, as quatro faixas funcionam como um todo). 

- Irmão Victor: Passo Simples Para Transformar Gelatina Em Um Monstro (Aquelas bizarrices fruto da democratização das tecnologias de gravação e da distribuição de música. É tonto, divertido e de arranjos inusitados. Já tá valendo). Vamos Dar Um Volta

- JANK: Versace Summer (Post-hardcore leve, puxado para o emo, com boas melodias, ritmos quebrados e certa dose de sofisticação. Boa descoberta). Alligator

- Jeff Rosenstock: WORRY. (Um punhado de canções maravilhosas que conseguem intercalar visceralidade, boas melodias e engajamento politico não pedante. Fora que eu adoro esse encontro de singer-songwriter com punk rock. Elvis Costello aprovaria). Pash Rash

- Jessé Sadoc: O Som da Casa (Um músico/arranjador rodado (já trabalho de Chico Buarque a Ed Motta) em seu primeiro disco solo. Uma ode aos bons sons. Jazz brazuca de execução perfeita). Boa Nova

- JINJER: King Of Everything (Djent melodioso e com uma belos vocais femininos. Em meio a tanto peso, uma sensibilidade pop. Galera do metal progressivo moderno deve curtir). I Speak Astronomy

- Joey Alexander: Countdows (Esse jovem pianista – mas jovem mesmo! – em um disco que, se não traz grandes inovações dentro da estetiva jazzistica, ao menos revela um instrumentista promissor). Countdows

- John Scofield: Past Present (Um veterano da guitarra lançado mais um disco excelente. Sem surpresa. Que timbrões!) Get Proud

- Johnny Foreigner: Mono No Aware (Indie Rock bem melódico coberto por guitarras estragando a possivel beleza das canções. Eu gosto disso!) Don’t, Just Don’t

- Julian Lage: ARCLIGHT (Disco aconchegante de um dos guitarristas mais criativos de sua geração. O jazz instrumental com referências de música francesa e POP). Persian Rug ......

- Justice: Woman (Uma volta aos bons tempos, tanto da disco music como do próprio grupo. Tem linhas de baixo que me impedem de ficar quieto. Produção que bate no peito). Alakazam !

- Jute Gyte: Perdurance (Misturaram noise com black metal, industrial e outros trecos eletrônicos. Fizeram um barulho do caralho e depois foram organizando. Ficou do cacete! Mas é coisa de xarope). At The Limit Of Fertile Land

- Kalouv: Planar Sobre O Invisível (EP curtinho que serve como prévia para o post-rock atmosférico e sensível do grupo).  Peixe Voador

- Kanye West: The Life Of Pablo (Mais um bom disco do Kanye, por horas confusos, mas interessante em toda sua audição. Digno da carreira de um dos melhores rappers da história em seu conturbado momento pessoal). Famous

- Keiji Haino, Oren Ambarchi & Jim O’Rouke: I Wonder If You Noticed… (Pegue três artistas talentosos e esquisitões e reúna na mesma sala para improvisarem. O resultado causa desconforto. É esquisito. É minimalista. Acho que nem entendi. Isso é bom). Who Is So Cleverly Manipulating The Word Everything

- Kero Kero Bonito: Bonito Generation (Um já "clássico da internet". Na realidade, um apanhado de ótimas produções de electropop. Tem uns graves bastante agressivos (quase dubstep). Vocalmente intercala entre o lado singelo infantil com momentos de "rap". É tipo uma M.I.A. do Japão (pessimamente comparando). O j-pop levado a sério). Graduation

- Killswitch Engage: Incarnate (Dessas bandas de metal modernas, o Killswitch é das minhas prediletas. Peso e melodias da medida certa. Ah, e a produção é impecável). Hate By Design

- King Gizzard & The Lizard Wizard: Nonagon Infinity (Uma mistureba doida de estilos garageiros psicodélicos, bastante humorada e encorpada. As faixas são interligadas, formando uma obra em loop continuo. Só a gravação que achei tosca demais, mas que tem seu "barato" também). Gamma Knife

- King Llama: Return To Ox (Jazz rock moderno e complexo, sem parecer datado ou cabeçudo, principalmente devido aos bons grooves e elementos da música contemporânea). Blobo

- Korn: The Seremity Of Suffering (Pouco ousado, mas como quando ousaram deu errado, essa volta as origens caiu muito bem. Guitarras cabulosas). Insane

- Labirinto: Gehenna (Boa banda paulistana de post-rock, que chega ao metal com seu paredão sonoro denso, cheio de texturas e fúria). Alamut

- Lanny Gordin: Lanny's Quartet & All Stars (Com participações de outros brilhantes guitarristas brasileiros, o maior de todos conseguiu lançar mais um belo trabalho). Mal Secreto

- Larkin Poe: Reskinned (Duas meninas lindas fazendo blues rock básico com apelo pop? To dentro! É maravilhoso). Trouble In Mind

- Last In Line: Heavy Crown (É disco pra tiozinho saudosista que curtia Dio nos anos 80. Não sou desses, mas ainda sim gostei. É hard rock datado, mas legal e bem tocado).

- Lay: 129129 (Rap brasileiro, muito bem produzido, feroz e feminista. Uma porrada condizente com que é feito no mundo dentro do estilo e que põe nas letras um tema em voga). Busca

- Lê Almeida: Todas As Brisas (Sequência do seu trabalho lo-fi com pé no emo tão bem-vindo). Meditação Oracular

- Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz: A Saga da Travessia (Não é absurdo considerar o Letieres o herdeiro musical do Moacis Santos, no sentido de trazer arrojo jazzisticos para composições de raiz brasileiro (aqui, afrobrasileira). É cada arranjo! Espetacular). Banzo: Pt. 1

- Leonard Cohen: You Want It Darker (O maior poeta da música popular cantando - com voz cada vez mais fúnebre - sobre seu fim. Não menos que lindo. Despedida sentimental e digna da carreira do artista). It Seemed The Better Way

- Liniker e os Caramelows: Remonta (Música POP, cantada com energia (e até alguns equívocos de afinação que agregam emoção) e que resgata a soul music brasileira. Para mim é o suficiente. Ouça e não deixe que o hype besta te leve contra ou a favor).

- Macaco Bong: Macaco Bong (Não que a banda não seja boa desde sempre, mas gosto muito dessa nova formação, acho mais consistente. Ótimas composições). Baião de Stoner

- Mais Valia: Mesopotâmia (EP curto que serve como cartão de visita para o instrumental pesado e climático do trio). Eufrates

- maquinas: Lado Turvo, Lugares Inquietos (Temas soturnos, viajantes, com muita guitarra e psicodelia etérea. É bonito) Zolpidem

- Mahmundi: Mahmundi (Disco POP brasileiro como há tempos não se via. Letras, arranjos, performance vocal e produção caprichada). Desaguar

- Marching Church: Telling It Like It Is (Disco denso, bem escrito, com arranjos elaborados e encorpados. Uma espécie de novo Nick Cave, dada as devidas proporções, claro). Inner City Pigeon

- Marissa Nadler: Strangers (Um bela banda de apoio criando uma cama sonora densa para uma voz etérea. Aqueles discos dramáticos para ouvir antes de dormir. Eu gosto!). Katie I Know

- Mayflower Madame: Observed In A Dream (Pós-punk bastante dark e melódico. Se não apresenta momentos geniais, por outro lado também não tem nenhum erro. É um bom disco). Observed In A Dream

- MC Carol: Bandida (A primeira grande obra em disco do funk carioca? É possível. MC Carol já venceu varias diversidades, dentre elas o hype, não se rendendo ao funk palatável. É porrada! Seus pais não vão gostar!). Delação Premiada

- Megadeth: Dystopia (A entrada do Kiko serviu para evidenciar ainda mais as boas passagens de guitarra que a banda sempre teve. Fora as baterias insanas do Chris Adler. Metallica mais uma vez ficou para trás). Death From Within

- Mephistofeles: Whore (Stoner argentino, com riffões dignos de um discípulo do Iommi, bela dose de psicodelia e maravilhosa capa. Discão!). Black Sunday

- Meu Reino Não é Deste Mundo: Meu Reino Não é Deste Mundo, Vol. 1 (Eis a criação do "noise gospel", da música de igreja deixando as plantações de algodão e finalmente invadindo a cidade, desprendida da lapidação (e cooptação) da indústria fonográfica. É bizarro, maluco, divertido e ousado. É o suficiente). Antes Q Abrãao Fosse, Eu Sou

- M.I.A.: AIM (Vi muita gente criticando, mas eu gostei. Talvez por não ser tão familiarizado com o trabalho dela não notei uma queda. POP muito bem produzido, ousado e cativante). Bordes

- Michael Kiwanuka: Love & Hate (Inferior ao anterior, mas mantém o artista como um dos principais nomes da soul music atual. Vozeirão, letras dramáticas e belíssimos arranjos). Love & Hate

- Nada Surf: You Know Who You Are (Tudo que se esperada do grupo. Guitarras, boas letras e melodias atraentes. É o suficiente) Friend Hospital

- Naia Izumi: Soft Spoken Woman (Passagens intrigantes de guitarra e lindos vocais em canções POPs. Interessante!). Soft Spoken Woman

- Nails: You Will Never Be One Of Us (Não tem conversa fiada, é uma bica no cu! Um brutal hardcore intenso que, no meio de toda porradaria, eles ainda te mandam para o caralho). You Will Never Be One Of Us

- Não Ao Futebol Moderno: Vida Que Segue (Misture shoegaze, emo, The Cure e letras sobre o cotidiano. Eis o que de melhor há no tal "rock triste"). Laços de Família

- Neil Young: Peace Trail (Quando eu li que era mais um disco do Neil Young puxado para sonoridades acústicas, confesso que perdi a empolgação. Mas não se engane, apesar dos violões, é um álbum encorpado, climático, rockeiro e com timbres selvagens. Um disco old times. Ótimas letras). Indian Givers

- Nels Cline: Lovers (Esse brilhante guitarrista encontrou tempo entre os trabalhos do Wilco para lançar um belo álbum orquestrado, quase cinematográfico. Ótimo pra ouvir antes de dormir. Sem destaque. A narrativa funciona como um todo).

- Neurosis: Fires Within Fires (Pesadão, composições que não comprometem... Apenas dando sequência a boa discografia do grupo). Bending Light

- Nick Cave & The Bad Seeds: Skeleton Tree (Diante da morte de seu filho, o texto ganha ainda mais força, restando ao instrumental proporcionar texturas sombrias e belas que se aproximam do drone. É um disco difícil, mas recompensador, embora seu clima denso e minimalista me empeça de querer ouvir muitas vezes). Girl In Amber

- Nicolas Jaar: Sirens (Em meio ao entediante cenário da música eletrônica atual, uma obra quase cinematográfica, recheada de timbres interessantes, texturas, climas e conceito. De longe o melhor no estilo). The Governor

- Nine Inch Nails: Not The Actual Events (Um EP curtinho, bem esquisitão e ruidoso, que apenas serviu para me deixar ansioso por um disco inteiro do NIN). The Idea Of You

- Nvblado: Água Rosa (O que acontece quando o screamo encontra o dream pop e o post-hardcore? Isso aqui. Climático, delirante e com vocais esdrúxulos). Asma

- NxWorries: Yes Lawd! (Um bom disco de parceria, mas menor que o dos integrantes isolados, vide o disco do Anderson .Paak. Mas é melódico, sensual e com boas composições de R&B. Já tá ótimo). Sidepiece

- Oceans Of Slumber: Winter (Eu não imaginava que em pleno 2016 iria gostar de um disco de metal progressivo. Mérito das boas composições e do belo vocal feminino. Mas o baterista força a barra em alguns momentos). Devout

- Odiado Batista: Eu Fico Desgraçado da Cabeça (Sim, é o meu "projeto" e ele não faz a menor diferença, mas acho que fui até que bem-sucedido em fazer canções horrivelmente toscas de hardcore lo-fi de 15 segundos). Game Of Thrones É Mó Merda

- of Montreal: Innocence Reaches (Quando eles desembestam no poperô, só são salvos pela dosagem de psicodelia. Quando privilegiam as guitarras é perfeito). Les Chants De Maldoror

- Olga Bell: Tempo (Não se engane pela capa horrível, o álbum é de produção excepcional, o que proporciona para canções de origem POP uma riqueza interessante). ATA

- Open Mike Eagle & Paul White: Hella Personal Film Festival (E se as bandas de apoio das gravadoras Motown e Stax fossem um computador manipulado por um ótimo DJ/produtor? Foi nisso que pensei ao me deparar com instrumentais grooveados e de apelo pop, que servem de cama para um rapper extremamente talentoso. Discão). I Went Outside Today

- Opeth: Sorceress (De cara não gostei, mas dei nova chance e fez mais sentido. Esqueça o metal, eles são agora uma banda de rock progressivo). Will O The Wisp

- Owen: The King Of Whys (Mike Kinsella é definitivamente um rapaz muito talentoso. O emo nunca chegou tão próximo dos Smiths. Trabalho reflexivo e bonito). Empty Bottle

- Parquet Courts: Human Performance (Banda ultra produtiva em sua sequência de art rock com ar de pós-punk revival. Me lembra Talking Heads. Mas a banda tem personalidade. Canções legais). Paraphrased

- Paula Cavalciuk: Morte & Vida (Cantora dona de voz delicada, letras trabalhadas, arranjos bem amarrados e, até mesmo, uma fusão do Brasil brejeiro com pop contemporâneo. Uma boa amostra de cantora da mpb atual). Morte e Vida Uterina

- Paul Gilbert: I Can Destroy (Músicas divertidas (raro em discos de guitarristas) e sua virtuosa guitarra de sempre. Bom, mas sem grande novidade). Everybody Use Your Goddamn Turn Signal

- Paul Simon: Stranger To Stranger (Confesso que nem sempre tenho saco pro Paul Simon, mas escutei o disco e não consegui apontar falha. Grande compositor. E o Bakithi Kumalo esmerilha o baixo). Proof Of Love

- Periphery: Periphery III Select Difficulty (É aquela velha (nova) quebradeira de produção modernosa, intercalando peso e melodias que quem curte djent já conhece bem. Embora sature um pouco na audição, assumo que eu gosto). The Price Is Wrong

- Pity Sex: White Hot Moon (É o bom e velho shoegaze em flerte com o emo. Tem cara de 1998. Sem novidade, mas eu adoro). What Might Soothe You?

- Pixies: Head Carrier (Fui ouvir sem grande expectativa, mas me agradou demais. Só não coloco entre os melhores do ano porque não vejo longa vida ao disco. Logo volto para os antigos da banda). Head Carrier

- PJ Harvey: The Hope Six Demolition Project (Li muitas críticas negativas, mas me surpreendi demais com o disco. É melódico e de interpretação convicta, na linha do anterior. As faixas tem uma força politica corrosiva. PJ Harvey está num excelente momento). The Ministry Of Social Affairs

- Plini: Handmade Cities (Guitarrista virtuoso, compositor acima da média (dentro do gênero djent-instrumental) e produtor de mão cheia. Aposto que vai ainda mais longe, mas já fez um disco bastante interessante. Bela capa!). Handmade Cities

- Preoccupations: Preoccupations (O Viet Cong em sua nova versão. O pós-punk é o mesmo. Ainda ruidoso, sombrio e interessante. Excelente e desafiadora banda). Memory

- RAKTA: III (Num clima sombrio, faixas densas que transitam entre o industrial e o pós-punk, com direito a latejos do krautrock. Elas definitivamente não estão para brincadeira. Pouca coisa no Brasil atualmente é melhor que isso). Intenção

- Radiohead: A Moon Shaped Pool (Por trás daqueles arranjos cerebrais e melodias rebuscadas, o Radiohead não surpreende ao lançar mais um bom disco. Belo como tantos outros, com um diferencial que esse soou mais "maduro". Não é complacente. Seguem relevantes). Tinker Tailor Soldier Sailor Rich Man Poor Man Beggad Man Thief

- Red Fang: Only Ghost (O melhor disco desde o primeiro. Amadureceu sem deixar de chutar bunda. Bandaça! Dê de presente para quem acha que o rock morreu). No Air

- Ricardo Silveira: Cosmos (Esse brilhante guitarrista brasileiro em parceria com John Leftwich em um belissimo disco jazzistico. Sofisticado e melódico). Get Together

- Rogerio Skylab & Livio Tragtenberg: Skylab & Tragtenberg Vol. 1 (E ainda tem quem não leve Skylab a sério. Sua voz mórbida em cima de um instrumental ousado. Bela parceria). Hino do Fluminense

- Rolling Stones: Blue & Lonesome (E não é que os Stones lançaram um discão! É puro blues, formado por versões, assim como a origem da banda. Sonoridade vintage impressionante e Mick Jagger cantando demais). Everybody Knows About My Good Thing

- Rotting Christ: Ritauls (Tem uma vibe de Metal épico/viking que eu tenho resistência. Todavia, o peso/densidade quase black metal deixa a proposta interessante). Elthen Kyrie

- Run The Jewels: Run The Jewels 3 (Ainda melhor que o aclamado disco anterior. Rap pesado, com ótimo trabalho de DJ resgatando elementos old school do gênero. Flow espetacular por todo o disco). Thurday In The Danger Room

- Sabotage: Sabotage (Finalmente um disco pra saciar os fãs do Sabotage. Demorou, mas veio na hora certa. Não é oportunista. A comprovação do excelente rapper que era Sabotage. Talvez o melhor disco póstumo brasileiro). País da Fome: Homem Animais

- Santana: Santana IV (Grata surpresa! A volta do Carlos Santana com seus antigos parceiros não decepcionou. Seu melhor disco em décadas). Filmore East

- Savages: Adore Life (Elas são maravilhosas. Todavia, como o primeiro beira ao surreal, esse segundo perde a força. Mas as boas composições, guitarras barulhentas, letras afiadas e a continuidade ao pós-punk ainda estão aqui). Sad Person

- Saxcretino: Saxcretino (Entre fusões de estilos, um legitimo disco (EP) de música popular brasileira. E contém sax avassaladores). Da Loja Pro Lixo

- Serena Assumpção: Ascensão (Após sua morte prematura, diversos nomes da música brasileira finalizaram esse bom trabalho, recheado de lindas composições. Um belo documento/homenagem). Pavão

- Síntese: Trilha Para O Desencanto Da Ilusão, Vol. 1: Amem (Uma amostra perfeita da evolução das produções do rap nacional. Ótimas bases e direção artística. Não que se resuma a isso, mas quem curte Criolo tende a gostar). Lá Maior

- Skepta: Konnichiwa (Inglaterra mandando ver no rap através de um artista talentoso. É o perfeito grime, aqui representado com excelência. Flow esperto, grooves interessantes e produção rebuscada). Crime Riddim

- Slaves: Take Control (Sem qualquer vestígio de novidade, esse grupo aposta num punk rock direito e bastante encorpado. Para quem pira no gênero é prato cheio). Hypnotised

- Slow Mass: Treasure Pains (Tem emo, shoegaze e uma pitada de Fugazi. Melódico e energético. Eu gosto!). Bruce Lee f

- Snarky Puppy: Culcha Vulca (Esse ótimo coletivo tem em sua formação músicos de qualidade técnica indiscutível, mas acertam ao não recorrer ao mero virtuosismo, propondo um jazz sofisticado, mas de beleza e groove acessível. Não por acaso tem chamado tanta a atenção). Tarova

- Solange: A Seat At The Table (Um disco POP perfeito. Diferente da irmã famosa, ela soa mais orgânica, ressaltando melodias em alguns momentos até mesmo jazzisticas, embora sem ignorar elementos eletrônicos. Seu som é aconchegante e dançante). Weary

- Solmania: Kill (Vou propor um desafio: coloque esse disco e escute sem baixar o volume. É impossível! Noise guitarristico desgraçado de foder a audição. Essa galera japonesa não bate bem das ideia). 

- Sting: 57th & 9th (Nem é grande coisa, mas em tempos de Coldplay, eis um disco de pop rock bem feito. Não exige muita atenção também, é a apenas para deixar rolar. E tem o espetacular Vinnie Colaiuta na bateria). Pretty Young Soldier

- Street Sects: End Position (Um noise eletro pesado, absurdo, doido e o caralho. Simples assim. Produção sujona e execução desgraçada de intensa. É o suficiente). 

- Suede: Night Thoughts (E a banda continua sem um único registro sequer mediano. Denso e com as composições e arranjos elaborados de sempre. Discão!).  When You Are Young

- Sumac: What One Becomes (Uma crescente em peso e consistência do post-metal/sludge desesperador. Um inferno!). Image Of Control (II)

- Sunflower Bean: Human Ceremony (Disco de estreia de um grupo de pós-punk americano com sensibilidade melódica inglesa. Horas um dream pop puxado para o gótico, horas garageiro. Lindos vocais femininos e boas guitarras. Variado e excelente). Human Ceremony

- Sun Worship: Pale Dawn (Puro black metal. Vocais horríveis, guitarras pesadamente atmosféricas, blast beat inquietos, produção de bosta e melodias escondidas no meio de todo esse caos. Recomendado só para quem gosta do estilo). Lichtenberg Figures

- Surra: Tamo Na Merda (Recomendado via o Ratos de Porão. Thrash brazuca, com atitude punk e letras sobre o cotidiano. Dentro da proposta é uma porrada certeira). Tamo Na Merda

- S U R V I V E: RR7349 (Um belo trabalho que caminha entre a sonoridade do Kraftwerk, New Order e Daft Punk. Apesar de trazer nenhuma estética inovadora, as composições são dignas das melhores obras do eletropop). Dirt

- Swain: The Long Dark Blue (Vocais esquisitões. A prova de que ainda da pra soar criativo, encorpado e acessível fazendo punk rock. Tá vendo, Green Day!). Kiss Me Hard

- Swans: The Glowing Man (Dando ao seu estranho público o que ele quer ouvir. Nem por isso deixa de ser grandioso e soberbo em todo seu caos sonoro. Só a faixa titulo já vale o disco). The Glowing Man

- Talmud Beach: Chief (O southern encontra o indie rock. Repertório irregular, mas coerente na proposta. No geral é de audição agradável). Mountain Main

- Tedeschi Trucks Band: Let Me Get By (Embora o grupo seja excelente e o Derek Trucks toque guitarra como poucos, devo confessar que seus trabalhos recentes não tem me empolgado. Mas talvez seja problema comigo, já que a abordagem acessível de southern que eles fazem é ótima e as composições são agradáveis). I Want More

- Teenage Fanclub: Here (Quem faz power pop melhor que eles? Não diz muito dentro da própria discografia, mas nem por isso deixa de ser discão. Mais um passo da maturidade pessoal refletida na obra artística). I'm In Love

- Terrace Martin: Velvet Portraits (Um belo disco de jazz, sem ser cabeçudo, mas com muito groove e timbres modernos. Traz a participação de caras como Robert Glasper e Thundercat). Curly Martin

- Testament: Brotherhood Of The Snake (Com uma formação não menos que absurda – seria a melhor cozinha do metal? -, essa veterana banda do thrash vive seu melhor momento. Quase tão bom quanto o anterior. Inspirado, técnico, moderno e pesado). Seven Seals

- The Avalanches: Wildflower (16 anos após seu clássico, o grupo volta inserido no que de melhor existe na música POP. Inúmeras participações, produção impecável, composições divertidas... atendeu a espera. Bom disco). Because I'm Me

- The Baggios: Brutown (Rock nacional, com vestígio setentista, divertido e bem produzido. Não vai mudar o cenário, mas ao menos anda com suas próprias pernas). Brutown

- The Brian Jonestown Massacre: Third Worls Pyramid (O sempre produtivo Antom Newcombe dando sequência a sua fabulosa discografia. É dream pOP e é psicodélico. Uma adorável e inspirada viagem). The Sun Ship

- The Claypool Lennon Delirium: Monolith Of Phobos (O nome do projeto é auto-explicativo. Um deliro cósmico psicodélico de dois artistas talentosos. Baixos esquisitões e melodias delirantes aos montes. Em alguns momentos até me lembrou o Beefheart. Que não pare por aqui!). Oxycontin Girl

- The Dandy Warhols: Distortland (Não tem a energia de trabalhos anteriores, mas a força criativa - sempre entre o krautrock, a psicodelia e o pop -, se mantém intacta. Merecia maior atenção). Samper Fidelis

- The Devil And The The Almighty Blues: The Devil And The The Almighty Blues (Stoner nem tão pesado, mas coeso e bastante psicodelico. Banda norueguesa). Distance

- The Dillinger Escape Plan: Dissociation (Nos momentos pesados, é aquela quebradeira absurda. Nos mais melódicos, lembra o que de melhor fez o Mars Volta e o Mastodon. Ou seja, baita discão de despedida. Vai fazer falta).

- The Duke Spirit: KIN (Eu não resisto a dream pop/shoegaze com voz feminina. É apaixonante. Mas não se engane, o disco tem canções bastante intensas). Wounded Wing

- The Lemon Twigs: Do Hollywood (Power pop, pitadas de Buddy Holly, psicodelia à la Beatles... é possível sentir tudo isso nesse ótimo álbum de estreia. Banda promissora). I Wanna Prove To You

- The Marcus King Band: The Marcus King Band (Uma mistura bombástica de blues rock com soul. Talvez seja o southern rock do século XXI, remetendo ao passado, mas sem soar pastiche. E o líder da banda, um moleque de 20 anos, é um guitarrista fenomenal e ótimo cantor. Até nas composições ele acerta. Impressionante). Plant Your Corn Early

- The Mission: Another Fall From Grace (Uma banda veterana apostando em sua já conhecida abordagem gótica e se saindo extremamente bem. Sem erro. Se lançado em 1987 seria um clássico). Can’t See The Ocean For The Rain

- The Warlocks: Song From The Pale Eclipse (Disco mal gravado, talvez até por estética, já que remete a algumas coisas do Velvet Underground e Jesus And Mary Chains. Quem curte essa linha vai adorar. Tem elementos fortes de psicodelia também). Dance Alone

- Thee Oh Sees: An Odd Entrances (Talvez sobras do disco anterior, lançados poucos meses antes e muito melhor. Mas esse também é legal. Psicodélico até o osso, claro). Nervous Tech

- Touché Amoré: Stage Four (O screamo no auge de sua tosquice e excelência, com vocais de desespero ofegante e instrumental intenso com dinâmica variável). Palm Dreams

- TOY: Clear Shot (Indie garageiro, melódico e com traços de pós-punk bem puxado para a psicodelia. Pode parecer absurdo, mas dá certo!). Fast Silver

- True Widow: AVVOLGERE (Triozão de som feroz, encorpado, dramático e de timbres densos. É o bom e velho rock obscuro sem abrir mão das melodias). Theurgist

- Van Der Graaf Generator: Do Not Disturb (Os veteranos do rock progressivo em um disco belo, triste e com ar de despedida. Caso se confirme o fim, o ótimo grupo termina com dignidade). Aloft

- Van Morrison: Keep Me Singing (Melodias irresistíveis e arranjos pomposos que. com qualquer outro ficaria cafona, mas que com Van Morrison fica majestoso. O lado mais sofisticado do pop. Disco lindo. 50 anos sem errar). Out In The Cold Again

- Vektor: Terminal Redux (Black metal progressivo com passagens intricadas, virtuosismo, berros desesperados, pitada de punk rock e clima intenso durante todo o longo disco. É uma paulada). Cygnus Terminal

- Vermes do Limbo: EP VRMSXX (Nem vou ficar me estendendo. É coisa de doidão. Tem até pitada de Patife Band). Rifi Trote Rango Dujungle Talo

- Vince Gill: Down To My Last Bad Habit (Já que inevitavelmente o pop country sempre vai existir, que seja assim: bem tocado, arranjado e com boas melodias). Reasons For The Tears I Cry

- Violent Soho: Waco (Para quem curte pop punk, o disco é prato cheio. Bem acima da média dentro do estilo). How To Taste

- Violeta de Outono: Spaces (Faz 30 anos que eles caminham do pós-punk para o progressivo mais viajante e seguem sem errar. Que baita feito! Ao lado do Ratos de Porão é o grupo do rock nacional oitentista que sobrevive com mais dignidade. Mais uma peça de sua ótima discografia). Images

- Vomitface: Hooray For Me (Banda produzida pelo Albini e que tenta soar como o primeiro disco do Nirvana. Não tem como dar errado). Senior Pictures

- Xiu Xiu: Plays The Music Of Twin Peaks (Vou confessar que não tenho familiaridade com as músicas do Twin Peaks, então encarei as composições como inéditas. Ainda assim, é perceptível como os timbres ruidosos e as melodias fogem do óbvio. O resultado se mantém cinematográfico. Uma viagem sonora criativa e muito bem produzida). Into The Night

- Weezer: Weezer (White Album) (Falem o que quiser, mas o Rivers Cuomo sabe compor. Power pop dos bons, com muita influência de Beach Boys e aquele vibe noventista tão legal. Discão!). California Kids

- Whores: Gold (Aquele disco que deixa a sensação de que o rock ainda tem algo a oferecer. Trabalho de estreia, pesado, desesperado e atraente). Baby Teeth

- Wildbeast: Boy King (Capa horrível! Mas a música até que é um indie pop dançante e carregado de sintetizadores bem animadinho. Nada muito sério, mas no momento certo anima). Tough Guy

- Wild Nothing: Life Of Pause (Apesar do apelo indie modernoso, é basicamente um disco de synthpop com nuances bem viajandonas. Tem composições fraquinhas no meio, mas no geral é bem bom). Alien

- Witchcraft: Nucleus (O instrumental doom-stoner-progressivo do grupo continua interessante. As composições melhoraram bastante. Um bom disco indicado mais para os saudosistas do rock). An Exorcism Of Doubts

- Wormrot: Voices (É brutal. Meio death, meio grind e completamente indicado para quem curte sons extremos). Descending Into The Unknown

- Wovenhand: Star Treatment (Rockeiro, encorpado, denso, de voz grave e ótimas canções. Discão de peso claustrofóbico). Crystal Palace

- Yuck: Strangers Things (Tudo que eu espero de uma banda de indie rock. Muitas guitarras, atitude e belas composições. Mais um ótimo disco desta boa banda). Only Silence

- Zoe Trio: Tristeza (É Coisa Que Dá E Passa): (Instrumental brazuva, de sonoridade espontânea, belos climas e passagens de guitarra avassaladoras). Café Pingado


DECEPÇÃO (Nem tão ruim, mas não chega no ponto)

- Anohni: Hopelessness (Pop robusto, otimamente produzido, mas que não faz minha cabeça. Acho chato).

- BaianaSystem: Duas Cidades (Deve funcionar ao vivo. Acredito até mesmo estarem fazendo uma revolução cultural na Bahia. Todavia, o disco para mim não agrada. Acho pasteurizado).

- Blues Pills: Lady In Gold (É legalzinho, mas ando com bode de tudo que soa muito setentista. Hard blues bem feito e datado como tantos outros).

- Deftones: Gore (Claro que é bom, mas é também o mais fraco da banda. Nenhuma música fica na cabeça após a audição).

- Doyle Bramhall II: Rich Man (Bom guitarrista, claro. Mas seu repertório não empolga).

- Explosions In The Sky: The Wilderness (É bem feito, mas o post-rock etéreo do grupo dessa vez não me disse nada).

- Eric Clapton: I Still Do (É legal quando um veterano artista lança discos de inéditas, mas no caso do Clapton dificilmente ele tem algo a dizer. Tem faixas blues legais, com o pé fincado em elementos tradicionais, mas pouco importa. Volte quatro décadas e ouça o Clapton que vale a pena).

- Fernando Motta: Andando Sem Olhar Pra Frente (É desafinado, triste até o osso, mal tocado... mas tem um charme. Vai entender. Só por isso não é de todo mal).

- Green Day: Revolution Radio (É bem feito? Sim. Vou voltar a ouvi-lo? Não. Um lançamento tanto fez como tanto faz).

- Ihsahn: Arktis. (O lado mais sofisticado do black metal, com passagens nitidamente influenciadas pelo rock progressivo, só que ao contrário do ótimo disco anterior, esse soa um tanto quanto careta).

- Jonathan Tadeu: Queda Livre (Entre o emo e o shoegaze, um disco na linha tênue entre a beleza e a chatice, pendendo mais para chatice).

- Lil Yachty: Lil Boat (O trap tão em voga que recorre a melodias bestas e produções minimalistas que, na base da insistência, ficam na cabeça. Isso sem falar nas vozes enfeitadas com auto-tune. Se essa não for sua praia nem escute ou periga o disco te amaldiçoar por toda a semana).

- Mark Pritchard: Under The Sun (É aquele típico disco inteligente, de produção rebuscada, conceito formado, mas que na hora da audição não diz nada. Ou eu que não entendi?).

- Mano Brown: Boogie Naipe (Mano Brown tem respeito e propriedade para fazer o que bem quiser, principalmente algo que venha a soar dançante e remeta aos bailes de black music oitentistas. Mas o resultado empolga? A mim não).

- Metallica: Hardwired...To Self-Destruct (É ruim? Não. Mas é burocrático. Apenas um pretexto para uma nova tour. Sem uma real proposta estética. Um disco longo, mas apesar disso, cômodo).

- O Terno: Melhor Do Que Parece (Acho a banda simpática, gosto dos discos anteriores, mas esse álbum não me convenceu. Me pareceu bobinho além da conta. Será que não fui capaz de desvendar o nome?).

- Quinn Sullivan: Midnight Higway (Ele é jovem e manda muito bem na guitarra. Tem tudo para apresentar composições melhores no futuro. Vamos dar tempo ao tempo).

- Sleigh Bells: Jessica Rabbit (Podia ser apenas mais um disco de pop, mas tem um clima caótico interessante proporcionado pela produção com referências noise. Todavia, a voz e alguns clichês irrita em grande parte do disco, tornando a audição desagradável).

- The Joy Formidable: Hitch (Tem ótimas guitarras, mas os vocais e os refrões criminosamente arruinam o disco. Mas vale uma futura segunda reavaliação).

- The Kills: Ash & Ice (É morno. Algo entre o ranço do rock setentista (boas guitarras) e um vocal pop xaropão. Tenho bode desse tipo de mistura pretensiosa e sem valor prático).

- The Monkees: Good Times! (A galera mais velha que acompanhou o grupo na juventude adorou, mas eu honestamente nem me empolguei. Ficarei com os discos da década de 1960 do grupo).

- Tim Hecker: Love Streams (É confuso, sem grande variação de climas ou texturas timbristicas. Deve ter cumprido sua função, mas o disco em si eu achei pouco criativo).

- Yellow Days: Harmless Melodies (Eu gosto do encontro sonoro do indie com alguns elementos sessentistas quase soul. Entretanto, as composições são irregulares. Fora que há uma onda meio hipster-sexy-dramático que me dá uma cansada. Mas não é de todo mal. Tem seu momento).

- Young Thug: JEFFERY (Tem carisma (ele canta engraçado) e momentos ganchudos, logo, pra quem gosta de pop rap é prato cheio. Todavia, embora entenda as qualidades, estaria mentindo se dissesse que esse disco me fisgou. Simplesmente não é o tipo de som que me interessa. Bonita capa).


PIORES

- The 1979: I Like It When You Sleep For You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It (Como pode um porcaria dessa ter sido tão elogiada? É um indie pop rasteiro ruim de doer).

- Biffy Clyro: Ellipsis (Gostei do anterior e me foi bem recomendado, mas achei esse bem chato. Repertorio fraquíssimo. Rockinho modernoso sem visceralidade alguma).

- Butch Walker: Stay Gold (Coisa de americano xarope. Pop rock com clima caipira caricato).

- Camisa de Vênus: Dançando na Lua (Adoro a banda, adoro o Marcelo Nova, mas essa reencarnação do grupo é muito fraca. Produção e guitarras péssimas. Composições razoáveis).

- Carne Doce: Princesa (Não gostei dos arranjos, nem da gravação, nem da interpretação vocal. Curti apenas algumas letras, mas é tudo muito afetado).

- David Bazan: Blanco (Irregular demais. Variando entre baladas obscuras interessantes e outras chatices da porra).

- Darkthrone: Arctic Thunder (Black metal careta).

- DeFalla: Monstro (Não é digno do passado da banda. Nada inspirado e comum).

- Denner/Shermann: Masters Of Evil (O reencontro de uma dupla lendária de guitarras do heavy metal. Ouvi disposto a aceitar a caricatura, só não esperava um material tão ruim. O vocal é um dos piores que já ouvi).

- Glass Animals: How To Be A Human Beign (É bem estruturado, mas falta consistência, peso e doses cavalares de atitude. É o indie dançante inofensivo).

- Grave Miasma: Endless Pilgrimage (Quando você boceja escutando um disco de death/black metal, é porque o álbum falhou na missão).

- Keith Urban: Ripcord (Não sei porque perco tempo ouvindo discos desse cara. Composições mais ralas que sopa de orfanato).

- Kid Cudi: Passion, Pain & Demon Slayin’ (Muita fumaça para pouco fogo. Ele continua regularmente ruim. Tá de parabéns!).

- Lady Gaga: Joanne (Ela tem talento, somou força com gente ainda mais talentosa, mas honestamente não acho nada aqui melhor que “Poker Face” ou “Bad Romance”. Tem coisas mais interessantes acontecendo no mundo para ficar tentando desvendar méritos onde não tem).

- M83: Junk (Com raras exceções, é synthpop sem graça - embora bem produzido - que tem tudo para agradar em baladinhas indie. Não sou o alvo).

- Magnetico: Death Race (Grupo do Rafael Moreira, guitarrista brasileiro que tem grande alcance internacional. Ele toca muita guitarra, tem solos e riffs ótimos, mas no geral as composições apresentam um "clima Nickelback" que é um saco).

- The Strokes: Future Present Past (Fraquíssimo, como 73% do que a banda já fez. Só ouvi porque era um EP curtinho).

- Volbeat: Seal The Deal & Let's Boogie (Riffs previsíveis e melodias xaropentas. Chego a questionar a qualidade dos anteriores. Eu provavelmente estava errado, mas nem vou lá conferir).

- Warpaint: Heads Up (Tão elogiado, mas tão fraco que chego a me questionar se estou ficando louco).

- Whitney: Light Upon The Lake (Indie pop melódico e bobinho além do limite).

- Young Thug: JEFFERY (Ele fala um monte merda, canta resmungado e dando berrinhos, usa batidinhas insossas... Tem quem ache um estilo legal. Eu acho uma porcaria).


NÃO DESPERTARAM O MEU INTERESSE EM OUVIRBob Dylan, Bon Jovi, Cachorro Grande, DJ Shadow, Drive-By Truckers, Future, Glenn Hughes, Joe Bonamassa, Maxwell, Nando Reis, The Weeknd, Panic At The Disco, Pet Shop Boys, Red Hot Chili Peppers, Taylor Hawkins, The Sword e Wolfmother.

Nenhum comentário:

Postar um comentário