quarta-feira, 23 de novembro de 2016

TEM QUE OUVIR: R.E.M. - Out Of Time (1991)

A ascensão do R.E.M. ao mainstream se deu de forma progressiva e arrasadora, chegando ao seu ápice global no lançamento de Out Of Time (1991), que se para muitos não representa a melhor fase da banda, ao menos é um fenômeno pop impressionante.


Foi aqui que o R.E.M. definitivamente deixou de ser alternativo. Esqueçam as rádios universitárias, seu público agora estava na MTV, o que justificou a alta produção e rotação do premiado clipe de "Losing My Religion", uma balada fantástica guiada pelo bandolim de Peter Buck e a letra sagaz de Michael Stipe.

A consistência sonora de uma das grandes bandas do rock é evidente logo na abertura de "Radio Song", um power pop grooveado, de arranjo enorme e com direito a participação do rapper KRS-One.

Um dos maiores hits do grupo e da década de 1990 é a divertida e ironicamente politizada "Shiny Happy People", que traz a participação de Kate Pierson (B-52's). Seu clipe colorido também fez sucesso na programação da MTV.

A dramática "Low" e a instrumental "Endgame" revelam que o disco, apesar de pop, não poupa rebuscamento nas composições.

Além da guitarra à la Byrds de Peter Buck, é o vocal do baixista Mike Mills que chama atenção no belo single "Near Wild Heaven". Já seu baixo rouba a cena na ótima "Texarkana".

Destaque também para a acústica "Half A World Away" e a delirante "Country Feedback". Ambas lembram a sonoridade que o Pearl Jam viria a fazer posteriormente, o que revela que, mesmo com o sucesso, o R.E.M. não perdera admiração das novas estrelas do cenário alternativo. 

Lançado com um espaço de três anos de seu último trabalho, o R.E.M. acertou em cheio com Out Of Time, não só comercialmente, mas também artisticamente, dando relevância a um grupo que passou ileso pelo furacão grunge mesmo fazendo música pop.

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