quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MINHA NAMORADA E MEUS DISCOS MERDA: Araçá Azul, do Caetano Veloso

A Re sempre disse adorar o Caetano Veloso. Nada mais oportuno do que propor o disco mais controverso/estranho/experimental do artista para ela ouvir. Feito!

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por Rena Alves, do Maria D'escrita


Hoje o Juliano me indicou um disco de um artista que eu gosto muito muito muito. Ou talvez não goste tanto, afinal, não conhecia esse disco. Araçá Azul do Caetano Veloso é a minha análise do dia. Não sei o que vocês acham dessa obra mas eu fiquei bem confusa.

Antes de ouvir o disco queria entender: Existe araçá azul? Eu já vi araçá amarelo, mas azul... E GENTE, PORQUE ESSA BARRIGUINHA DE COCÔ DO CAETANO NA CAPA? Me deu um ataque de risos. Perdão pra quem curte.

A música que dá nome ao disco é bem bonita e me pareceu mais um poema do que uma música mesmo. A frase “Com fé em Deus eu não vou morrer tão cedo” me deixou bolada...

"Viola Meu Bem" é puro amor, apesar de tão pequena (não gosto de músicas com 1 minuto e poucos segundos). Essa coisa de mulheres do sertão cantando me encanta muito.

Daí pra frente acho que foi só desgraceira, ou quase.

"De conversa/Cravo e Canela" me lembrou do Juliano acordando e falando coisas sem sentido. Depois me remeteu aos personagens daquele desenho do pinguim que passa na Cultura, o Pingu, sabem? Em algum momento dos grandiosos seis minutos de música finalmente um pedaço realmente musical, bem gostoso, mas foi um momento isolado em que gostei da música.

O disco é cheio de canções fora do tamanho comum. Sim, porque o correto pra mim são uns 3 minutos cada música! "Gilberto Misterioso" poderia ser cortada ao meio, pura enrolação essa música! Ah, ela foi feira pro Gil?

"Sugar Cane Fields Forever" é gigante também e não tem nexo algum. Chega a ser ludibriador o modo como a música muda de música dentro da mesma música, entendem o que quero dizer?

Também tive um pequeno pico de amor quando as senhoras do sertão começaram a falar e bater palmas. Quis botar minha saia rodada e sair girando por aí! Mas aí a música já mudou de novo e fiquei com raiva.

Não me senti bem com essa "Farofa Veloso", mas fiquei cantarolando “e pra burar nhem, e pra burar nhem nhem nhem” e “só pra passar fevereiro em Santo Amaro”.

"De Palavra em Palavra" é bizarra de estranha, os gritos pedindo silencio são horríveis, "Julia/Moreno" da vontade de bailar, tem guitarra, é mais normal então gostei. "De cara/ Eu quero essa mulher – Medley" me parece meio Raul, tô ficando louca? Ah, gostei da percussão confusa dela.

Finalizei o disco com "Épico", que pra mim foi uma mistura circense com terror e uma tentativa frustrada do Caetano imitar as senhorinhas do nordeste que tanto gosto. Falando em circense, essa música me lembrou "Panic At Circense" dos Mutantes. Certeza que esse disco é da fase Tropicália. Ah, tem uma parada em espanhol, mas não vejo graça nisso.

Meu amor por Caetano continua gigante, mas não aumentou depois dessa obra. Talvez eu não tenha entendido, talvez seja ruim mesmo. Me contem o que acham desse, por favor!

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