quinta-feira, 12 de maio de 2016

TEM QUE OUVIR: Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (1970)

Crosby, Stills & Nash já nasceu como supergrupo, tendo como integrantes membros oriundos respectivamente do Byrds, Buffalo Springfield e Hollies. O álbum de estreia lançado pelo trio obteve ótimo êxito artístico e comercial, mas eles tinham ainda mais o que conquistar. Para o trabalho seguinte, Neil Young somou forças ao grupo, contribuindo para um dos mais belos discos da música americana, Déjà Vu (1970).


"Carry On" é uma abertura arrasadora. O violão encorpado tipicamente sulista, as frases de guitarra, o arranjo vocal e o clima latino no solo final são de extremo bom gosto.

É empolgante a performance de Crosby em "Almost Cut My Hair", assim como a encorpada guitarra que rodeia a balada. É possível destacar também o country melodioso "Teach Your Children" - com direito a pedal steel tocado por Jerry Garcia -, a tristonha e rural "Helpless", a rockeira "Woodstock" e a pop beatlemaniaca "Our House", onde Nash esbanja seu lirismo aconchegante ao cantar sobre tempo em que viveu com a Joni Mitchell.

Emendado com a curtinha e folk "4+20" está a épica "Country Girl", ambiciosa e bem sucedida em todos os quesitos possíveis, evidenciando o quão bem o Neil Young fez musicalmente para o grupo, embora o clima interno não fosse favorável.

Mas a canção mais impressionante do disco é a quase progressiva "Déjà Vu". Dona de diferentes climas e dinâmicas, da tão estupenda qualidade vocal do grupo, de violões arrojados, excelente linha de baixo, progressão de acordes criativa e solo de guitarra veludoso executado pelo subestimado Stephen Stills. Obra-prima!

A reunião destes quatro importantes nomes da década de 1960 simboliza a contracultura americana, sendo essa estupenda obra o registro definitivo do quarteto.

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