segunda-feira, 14 de março de 2016

PITACOS SOBRE O LOLLAPALOOZA

Minha coluna dessa semana no Maria D'escrita:

Antes de tudo preciso ser franco: pouco dei atenção para o Lollapalooza. Entre programas com amigos e zapeadas pela TV na manifestação da ala mais conservadora e hipócrita da sociedade brasileira, pouco me restou para avaliar no festival. Sábado mesmo não vi nada. Pouco me interessava ali. Talvez o Die Antwoord, Eagles Of Death Metal, The Joy Formidable, Vintage Trouble, The Baggios e Tame Impala, que insisto em dar nova chance.


Mas no domingo até conseguir ver alguma coisa. A primeira surpresa foi o Gramatik. Para um show no meio da tarde, de um DJ e visto pela TV - quem da música eletrônica além do Prodigy, Daft Punk e Chemical Brothers faz shows que não é um porre de assistir pela TV? - achei tudo muito legal. Groove dançante, samples calcados na soul music e um bom guitarrista lançando frases bluseiras. Legal o suficiente pra eu ir atrás do disco.

Depois dei um espiada no Albert Hammond Jr, mas não aguentei muito. Som insosso que só deve cair no gosto de quem tem uma predileção surda pelo Strokes. O contrário foi a performance do Noel Gallagher e seu High Flying Byrds, que com boas composições - é pastiche dos Beatles? Sim, mas ta velendo! - e ótima banda de apoio, fizeram um show bastante consistente.

Bom também foi o Alabama Shakes. Goste ou não, é indiscutível que a cantora Brittany Howard é dona de uma grande performance vocal. Já o instrumental da banda, em suas devidas proporções, me lembra muito a Booker T. & The M.G.'s.  Isso definitivamente não é pouca coisa.

Em meio a tantas bandas de sonzinho bunda - coloque o Walk The Moon, Twenty One Pilots, e outras presepadas indescritíveis neste pacote -, assistir o Planet Hemp é quase como ver o Bad Brains, ainda mais agora com o repertório calcado nos sons mais hardcore do grupo. Sobrou até para o João Gordo dar seus habituais berros. Showzão!

Como saldo final, Lollapalooza é um festival que atende bem seu público, que adora tirar foto na roda gigante e postar em sua rede social favorita com hashgtag de marca de chicletes, ora ou outra fazendo polichinelo ao som fofinho do Mumford & Sons. Um sinal dos tempos. Cada geração tem o festival que merece.

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