quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

RETROSPECTIVA 2015: Lançamento (Incluindo os MELHORES DISCOS DO ANO)

Finalmente saiu minha lista pessoal com os melhores lançamentos de 2015. Reconheço que citar mais de 100 discos de um único ano é exagero, ainda mais nos tempos atuais em que tudo parece ser tão descartável. Todavia, não deixaria de citar algo bacana só para me enquadrar num numero pré estabelecido.

Apesar da grande quantidade de discos, fiz descrições (não são criticas, muito menos resenhas, são descrições) curtinhas dos álbuns, justamente por reconhecer que, embora as pessoas tenham sede de conhecimento, nem todos tem tempo/interesse/prazer de ouvir todos os lançamentos um a um, muito menos ler a minha irrelevante opinião sobre tais obras. 

Mas tá ai, o trabalho sujo está feito, com direito a uma faixa destaque para os mais preguiçosos (exceto nos "Melhores Discos do Ano", ao menos esses escutem inteiro).

Mais que uma critica, esse post é uma ajuda para quem quer caçar uma novidade (e um HD externo para eu mesmo catalogar minhas audições/preferências).

PEQUENAS OBSERVAÇÕES 

- RELANÇAMENTOS: Entre tantos relançamentos que a falta de dinheiro não nos permite desfrutar, os que mais me chamaram atenção foram os do Mutantes e o do Arnaldo Baptista.
- LIVROS: A biografia do Nile Rodgers e The Song Machine, que discorre sobre a música POP das últimas duas décadas e seus produtores/compositores invisíveis aos olhos do grande público.
- FILME: Sem dúvida, a cinebiografia da Nina Simone.
- SHOW EM DVD/BLU-RAY: Aceito dicas. Não lembro de nada que tenha me chamado atenção.
- PERDÃO, MAS NEM OUVI: Anthrax, Estelle, Slayer (mas o primeiro single achei muito fraco).


MELHORES DISCOS DO ANO (SEGUNDO EU MESMO)

BadBadNotGood & Ghostface Killah: Sour Soul 
Desde que o Gang Starr incorporou o jazz ao rap, a fusão vem proporcionando momentos de puro brilhantismo. Na parceria deste talentoso grupo instrumental com o lendário membro do Wu-Tang Clan saiu mais uma pérola.

Björk: Vulnicura 
Embora de carreira conhecidamente ousada, a Björk sempre me surpreende. Desta vez, o que me encantou foram as melodias. Produção e arranjos como sempre exuberantes. Fora que o término do seu relacionamento abordado nas letras deu uma interessante veia intimista ao disco, algo que não lembro ter acontecido anteriormente em seu trabalho.

Courtney Barnett: Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit 
Disco estreante de uma garota que é meio Chrissie Hynde, meio PJ Harvey, só que mais indie/pop. Composições inspiradas e interpretação vigorosa. Não dá para começar melhor que isso. 

Deafheaven: New Bermuda 
Entre o post-rock, shoegaze, emo e black metal, o Deafheaven vem se consagrando com discos sensacionais. Esse o mais acessível até agora, embora ainda profundo.

Death Grips - The Powers That B
Álbum duplo. Um épico do inferno. A produção esquisita/cacofônica/caótica/abstrata/saturada do grupo ganha sofisticação em "parceria" da Björk. É loucura.

Dope Body: Kunk 
Embora não tenha causado nenhum burburinho, o som deste grupo é puro esporro. As guitarras barulhentas encontram ruídos até então pouco explorados em canções viscerais e pegajosas. É sujeira! 

Elza Soares: A Mulher do Fim do Mundo 
Alguém esperava que Elza Soares nessa altura do campeonato lançasse um de seus melhores trabalhos? Sua peculiar voz está mais contida, embora não menos impactante. As poderosas letras merecem atenção e os arranjos remetem a vanguarda paulista. Méritos também de Guilherme Kastrup, Kiko Dinucci e tantos outros novos talentos envolvidos. 

Jim O'Rourke: Simple Songs 
Após anos oferecendo ao mundos suas esquisitices sonoras ao lado de Sonic Youth, Wilco e tantos outros, eis aqui um disco bem mais melódico. Tem um pouco de clima do rock rural setentista, arranjos que lembram Steely Dan e outras passagens mais progressivas remetendo a Genesis e Jethro Tull. Tudo isso com muita classe. Nada mal.

Kamasi Washington: The Epic 
Um épico jazzistico sinfônico-cinematográfico. Adoro como as composições ganham valor quase espiritual devido a força da interpretação. Surpreendente, rico e espetacular. Incrivelmente fez bastante barulho.

Kendrick Lamar: To Pimp A Butterfly 
Liricamente o álbum vai desde elaboradas rimas até entrevista do além com o Tupac. Isso diante de uma interpretação convicta, emocionante e até mesmo eufórica do Kendrick, uma das vozes mais singulares desta geração do hip hop. A produção é pesada e as referências vão de jazz ao Prince. Um trabalho tão ousado e complexo chamar tanta atenção é um feito incrível.

KEN Mode: Success 
Ah, o velho rock, tão fácil de me convencer! Canções energéticas, doses não moderas de ruído, convicção na execução e produção do Steve Albini. É tudo que o mundo precisa. Perfeito ao despertar do dia.

Krisiun: Forged In Fury 
Seria esse o melhor disco do Krisiun? Possivelmente. Mais elaborado, técnico e com a fúria e velocidade de sempre. Um dos melhores de death metal dos últimos anos.

Lamb Of God: VII: Sturm and Drang 
É impressionante como o Lamb Of God se supera a cada novo disco. As composições estão bem mais versáteis e elaboradas. Gosta de metal? Escute. Não gosta? Dê uma chance. 

Lil Ugly Mane: Third Side Of Tape 
Travis Miller num disco de hip hop ousado, de produção complexa e influência variada, as vezes recorrendo ao jazz, as vezes ao noise, mas sempre interessante. Um sopro de esquisitice. 

The Dear Hunter: Act IV: Rebirth In Reprise 
Tem quem possa considerar extremamente pomposo, mas os ótimos arranjos e a desenvoltura progressiva fornecem belos momentos de melodia e sofisticação atraente. É discaço.

Wilco: Star Wars 
Nels Cline voando num disco "noventista" do Wilco. Algumas guitarras lembram até mesmo o Pavement. Mas os arranjos ousados típicos da banda e as composições maravilhosas do Jeff Tweedy não negam: eis mais um grande álbum do Wilco.

DAQUI PRA BAIXO É O GROSSO DA LISTA. SÃO ÁLBUNS QUE OUVI DO COMEÇO AO FIM (ACREDITE SE QUISER) PRA FORMAR OS MEUS PREDILETOS. CLIQUE NO MAIS INFORMAÇÕES CASO SE INTERESSAR. 

AS DECEPÇÕES E OS RUINS ESTÃO NO FIM DO POST 

*- Nome da banda: Nome do Disco (Pequena descrição pessoal). Faixa destaque

OS BONS LANÇAMENTOS

- A Place To Bury Strangers: Transfixiation (Talvez nem tão inspirado, mas a combinação ruidosa de pós-punk, shoegaze e space rock sempre me atrai). What We Don't Se
 
- Alabama Shakes: Sound & Color (Embora mais pop e inferior ao anterior, ainda assim é um excelente disco. Tem ótimos timbres, interpretação apaixonada e canções memoráveis). Gimme All Your Love
 
- Algiers: Algiers (Fazendo o rock psicodélico, a soul music e o gospel soar moderno. Boas composições. Tudo muito bem tocado. Discão). Blood

- Amandinho: Rugby Japonês (Direto do Recife, uma banda lo-fi, com guitarras estridentes e letras juvenis. Gravado toscamente em casa. É divertido demais). Não Seja Besta
 
- Angra: Secret Garden (Após a entrada de dois novos integrantes, fui ouvir uma das bandas da minha adolescência. O resultado é o melhor disco desde o TOS. Pesado e com muitas influências modernas. Uma sobrevida para o grupo) Newborn Me
 
- Anoice: Into The Shadows (Post-prog doce, como há tempos não se via. Bastante sinfônico e cheio de melodias preciosas. Mais parece uma trilha sonora. Grata surpresa) Invasion
 
- Ava Rocha: Ava Patrya Yndia Yracema (Boas composições, produção consistente, muita gente talentosa reunida… A nova MPB revivendo traços experimentais do tropicalismo). Boca do Céu
 
- Barbara Ohana: Dreamers EP (Essa talentosa cantora faz um som pop viajante muito bem produzido pelo Adriano Cintra (ex-CSS). Algo como uma Lana Del Rey brasileira). Ordinary Piece
 
- Baroness: Purple (Achei ainda melhor que o anterior. Tá no nível dos grandes momentos do Mastodon. Pesado, acessível e viajandão. Isso tudo após um acidente que quase tirou a vida dos integrantes. Bela volta por cima). Morningstar e Chroline & Wine

- Battles: La Di Da Di (E não é que mistura de ritmos complexos, timbres modernos e arranjos pouco ortodoxos da banda tornou-se bastante palatável).
 
- Beach House: Depression Cherry (Dream pop com selo de qualidade da Sub Pop. Bonito, de sonoridade enorme e com traços do indie rock 00'). Sparks  

- Bemônio: Desgosto (Noise/post/experimental rock brasileiro delirante e claustrofóbico. O nome das músicas formando uma receita de buchada de bode é genial). Aquecer o Azeite e Adicionar o Toucinho
 
- Billy Gibbons: Perfectamundo (Disco versátil de um cara que, talvez, não tenha mais tanto o que dizer, mas que ainda é capaz de nos divertir com sua guitarra cortante e voz rasgada). Got Love If You Want It
 
- Blacklisted: When People Grow, People Go (Um dos melhores discos de hardcore dos últimos tempos. Pesado). Burnt Palms
 
- Blacklisters: Adult (Punk rock extremamente barulhento e débil mental. Divertido e intenso como poucos do ano. Capa horrível). Cash Cow
 
- Blackberry Smoke: Holding All The Roses (Muito superior ao superestimado disco anterior. Não é perfeito, mas o southern rock puxado para a música country do grupo deu uma azeitada). To High
 
- Blur: The Magic Whip (Não é dos melhores do grupo, mas é uma volta digna. Tem seus momentos divertidos e de pura inspiração. A banda é ótima! A capa é tosca). Lonesome Street

- Boogarins: Manual (Ainda não é a maravilha que muitos pregam, mas a banda conseguiu evoluir de uma caricatura dos Mutantes para algo com mais personalidade). Truques
 
- Brandon Flowers: The Desired Effect (Mais legal que Killers. Pura música pop dançante inglesa com referências oitentistas. Pastiche, mas legal). I Can Change
 
- Bruno Cosentino: AMARELO (Boas letras, mas com arranjos irregulares. Acerta em cheio quando parte para momentos mais barulhentos e ousados). Preciso Aprender A Não Ser

- Carly Rae Jepsen: Emotion (Em tempos de tanto engajamento social, álbuns pop rasteiros, com melodias certeiras, timbres luminosos, astral elevado e doçura quase infantil, fazem falta. Abusando de beats pulsantes e invocando synth oitentistas, Carly criou uma pérola pop. Divertido demais). Your Type

- Cidadão Instigado: Fortaleza (Após o espetacular UHUUU!, mais um grande disco. Pesado e com seus sotaques de música brega tão característico. Guitarras, arranjos e letras sensacionais) Quando a Mascara Cai

- David Gilmour: Rattle That Lock (Talvez o mais fraco entre seus discos solos, ainda assim não menos que sublime. Um veterano que ainda que tem algo a dizer e que é sempre capaz de emocionar). Faces Of Stone
 
- Dead Fish: Vitória (Depois de um longo período sem lançar nada e com mudanças na formação, eis o melhor disco do Dead Fish desde o Zero E Um. Indicado para apreciadores do hardcore melódico brasileiro).

- Deb Ant The Mentals: EP Feel The Mantra
(Banda brazuca, voz feminina, grungera, sujeira... bem legal).

- DJ Marky - My Heroes (Após tantos anos sem lançar um disco, o mestre do drum and bass brasileiro mostra que não perdeu a mão para ritmos e produções contagiantes. Um tributo a sua origem. Uma fonte para descobertas sonoras). Around You
 
- Django Django: Born Under Saturn (Infinitamente melhor que o anterior. A escola vocal dos Beatles se soma a timbres vintages e passagens divertidas de rock psicodélico contemporâneo). Found You
 
- Disappears: Irreal (O que aconteceria se o krautrock encontrasse o stoner e o shoegaze? Isso aqui!). Irreal

- Dônica: Continuidade dos Parques (A música progressiva brasileira do Terço e do Clube da Esquina refletida nesse jovem grupo. Belo trabalho).

- Dr. Dre: Compton (Após mais de 15 anos sem lançar nada, o cara juntou um monte de amigos talentosos para um disco bacana, embora muito 90's). Animals
 
- Dr. Sin: Intactus (O Dr. Sin encerra as atividades sem lançar um único trabalho ruim. O trio domina a fórmula do hard rock virtuoso. Sem riscos e sem erro. Na verdade, a produção poderia ser mais orgânica). Saturday Night
 
- Drenge: Undertow (Blues-rock psicodélico, tenso e moderno. O único problema é a produção equivocada, que não permite os instrumentos soarem quentes). Running Wild

- Duda Brack: É (Como se não bastasse sua bela voz, os arranjos furiosos trazem para canções de "perfil MPB" uma ousadia com propósito sonoro criativo. Excelentes guitarras do Gabriel Ventura). Lata de Tinta

- Eagles Of Death Metal: Zipper Down (Nada mais que um disco de rock n' roll divertido. Isso basta. Pena ter chegado ao grande publico via o atentado em Paris). Save A Prayer
 
- Earl Sweatshirt: I Don't Like Shit… (Mais um disco que mostra que o rap está longe de se render a estagnação. Álbum curto, denso, um tanto quanto depressivo e liricamente absurdo. Achei estranho. Isso é bom). Mantra
 
- Emicida: Sobre Crianças… (As partes mais melódicas não fazem minha cabeça, mas tem bons acertos no disco. No final não destoa do restante do seu repertório. Fora que as produções tecnicamente melhoraram muito). 8
 
- Enablers: The Rightful Pivot (Prato cheio para quem curte post-rock com vocais falados no estilo Slint. É tudo muito denso e misterioso. Ótimas guitarras). The Percentages
 
- Endon: Mama (Se o objetivo desses japas era fazer uma desgraceira noise com o pé no black metal, eles conseguiram. Escroto, mas é pra ser mesmo). Acme Apathy Amok
 
- Europe: War Of Kings (Se quando a banda fazia aquele hard rock meloso na década de 1980 eu não dava a mínima, agora que eles bebem no som datado dos anos 70, eu acho legal. O John Norum é um ótimo guitarristas). Praise You

- Everything Everything: Get To Heaven (Os timbres/produção comuns ao indie pop até tentam disfarçar, mas o grau de composição e arranjos altamente elevados destoa de outros grupos da contemporaneidade. Um trabalho refinado, complexo, com diversos elementos do rock progressivo imersos numa oceano pop. Ouça sem preconceitos). No Reptiles
 
- Faith No More: Sol Invictus (Primeiro disco de inéditas em espantosos 18 anos. O mais fraco de todos e ainda assim é bem bom. Produção impecável em uma fórmula já conhecida. Tem seus momentos de euforia). Superhero
 
- Figueroas: Lambada Quente (Um disco de lambada (!!!) não menos que divertido. No final acho que era "somente" esse o intuito mesmo. E o cara tem autoridade para fazer esse tipo de som. É piada, mas não é zoeira).

- Floating Points: Elaenia
(Música eletrônica com influência jazzística feita por um jovem neurocientista. É cabeçudo, mas dá certo). Kuiper 


- Florence And The Machine: How Big, How Blue (O melhor do grupo até agora, embora ainda não faça minha cabeça. Um pouco de birra minha, já que o disco é bom, embora sua grandiloquência me canse. Produção excelente). What King Of Man

- f(x): 4 Walls (Embora rotulado de j-pop, a verdade é que esse é simplesmente um tremendo disco pop. Nada de afetação, ótimos ganchos e produções robustas e dançantes. Até a capa é bem bonita).
 
- Gal Costa - Estratosférica (Gal reaprendeu a fórmula com Caetano através do bom Recanto e volta com mais um discão. Menos experimental, mas mais seguro. Muita coisa para uma senhora de 70 anos). Casca
 
- Gary Clark Jr.: The Story Of Sonny Boy Slim (Talvez até superior ao anterior, embora algo ainda não me pega em cheio. Acho que são as composições mesmo. Já o fraseado e os timbres de guitarra são puro néctar). Grinder
 
- Ghost: Meliora (Finalmente a banda lança um bom disco. Tão evoluindo lentamente, mas o salto nas composições é evidente. Bem legal). From The Pinnacle To The Pit

- gorduratrans: Repertório Infindável de Dolorosas Piadas (Shoegaze brazuca - ou o tal "rock triste" -, um tanto quanto dramático demais, mas bem feito. É bem bom). Você Não Sabe Quantas Horas Eu Passei Olhando Pra Você

- Goreshit: my love feels all wrong (Quando a gente acha que já viu de tudo, eis que se depara com o tal de lolicore, subgênero que traz elementos de digital hardcore, cultura otaku, anime, pornografia japonesa, bpm velozes e mais um amontoado de ideias que soam tão "erradas" quanto sonoramente curiosas. Nem sei sequer se entendi direito, mas esse álbum parece exemplificar bem essa estranha "cena". Coisa de jovem xarope). Pirupi! Fuck!

- Grimes: Art Angels (A cantora/compositora refinou seu trabalho criando um álbum pop ousado, com composições certeiras, arranjos inusitados, produção bombástica e interpretação bastante particular. Isso não é pouca coisa). SCREAM

- Ibeyi: Ibeyi (Em alguns momentos o álbum se perde - ou eu que me desfoco? -, mas tem algo de Björk perdido ali no meio que eu adoro. Ótimos vocais). Oya

- Incubus: Trust Fall (EP de 4 faixas que mostra que a banda ainda é uma das melhores quando o assunto é fazer pop rock. Acessível, mas com corpo). Trust Fall

 - Jair Naves: Trovões A Me Tingir
(Ótimas composições, com letras afiadas e instrumental preciso. Boa gravação. O líder do Ludovic não só não perdeu a mão, como lapidou). B.

- Jeff Rosenstock: We Cool? (Disco divertido e despretensioso, com canções que reúnem o que melhor pode oferecer o pop punk). Polar Bear Or Africa

- Jonas Sá: Blam! Blam! (Sem estilo definido, o álbum é acima de tudo um registro de um compositor irreverente e criativo. É música brasileira, é pop e é indie. Capa polêmica). Gigolô
 
- Juçara Marçal e Cadu Tenório: Anganga (Uma trabalho de pesquisa histórica que resultou numa obra contemporânea incrível. O disco é calcado em vissungos e cantos do congado mineiro interpretados por uma das mais talentosas vozes brasileira da atualidade e um ousado instrumentista/produtor carioca. Tenso e difícil, mas importante).

- Julia Holter: Have You In My Wilderness (Essencialmente pop, só que com aquela perfeição/sofisticação digna de uma Kate Bush (embora com muita personalidade). Dream pop orquestrado dos bons). Vasquez

- Keith Richards: Crosseyed Heart (Com voz rouca e imponente em canções calcadas no folk e blues acústico, Keith lança talvez o seu melhor disco solo. Quem diria).

- Kylesa: Exhausting Fire (Como já de costume, stoner pesado, oras viajandão, ora bastante acessível. Nem tão inspirado, mas no geral é bacana). Night Drive

- Lê Almeida: Paraleloplasmos (Artista brazuca fazendo um disco de produção lo-fi na cola do Guided By Voices e outras maravilhas. Soa um tanto quanto datado, mas as referências são tão boas que deu certo). Fuck The New School

- Liturgy: The Ark Work (Entre arranjos orquestrados com influência celtas e o mais cru black metal, o disco demora para engrenar, mas o resultado final funciona e agrada).
 
- Lira: O Labirinto e o Desmatamento (Desde os tempos do Cordel do Fango Encantado, Lira já se destacava poeticamente. Aqui de forma mais acessível (será?) isso de mantém). Pra Fora da Terra
Follow II
 
- Low: Ones And Sixies (Dream pop dos bons, embora não acrescente nada ao padrão de qualidade já estabelecido pelo gênero. Mas é selo Sub Pop de qualidade). No Comprende
 
- Macaco Bong: Macumba Afrocimética (Disco sombrio - quase stoner - com a criatividade instrumental já característica do grupo. Nova formação, novas ideias, competência de sempre). Abramacabra
 
- Mac Demarco: Some Other Ones (Instrumental, tranquilo, viajandão, sem apelar para clichês sonoros "espaciais" da neo-psicodelia. Uma pérola da sua discografia que passou batida). Special K
 
- Mark Ronson: Uptown Special (Mark Ronson é um ótimo produtor e soube como fazer um disco pop atual bebendo no revival da disco music. Não é para mim, mas se eu for em algum lugar e tocar eu vou gostar). Uptown Funk
 
- Metá Metá - EP 2015 (Eis a melhor banda brasileira da atualidade? A cada lançamento fica mais difícil pensar em outra. Três musiquinhas fantásticas para alegria dos amantes dos bons sons). Atotô
 
- METZ - Metz II (Ótima banda da Sub Pop que prima pelo som esporrento, cheio de energia e com muita guitarra. Não vai mudar o mundo, mas anima o ambiente). Acetate
 
- Mukeka Di Rato: Hitler's Dog Stalin Rats (Verdadeiramente bom, ao contrário de outras porcarias que envolvem o Mozine e igualmente adoro). Guerra Desumana
 
- Passo Torto & Na Ozzetti: Thiago França (Se o Passo Torto já tinha traços de Vanguarda Paulista, agora eles escancaram de vez com mais um ótimo disco. Arranjos e poética ousada de sempre). Onde É Que Tem?

- Pio Lobato: Pio Lobato (Neste disco encontramos a guitarrada atuante na música contemporânea sem desconsiderar sua tradição. Boas composições, variedade timbristica do instrumento (coisa nem comum no gênero no passado por conta de limitações) e execução tão precisa quanto colorida. Belo disco de música instrumental brasileira). Pata de Caranguejo

- Pneu: Destination Qualité (Math rock instrumental, quebradaço, em alguns momentos confuso, mas sempre intenso. A qualidade técnica dos instrumentistas é acima da média). Futur Plus Tard

- Robin Trower: Something's About To Change (Tava passando batido por esse disco. Um guitarrista veterano em sua volta ao blues. Mas não o blues caricato, é o blues de um artista legitimo. Tem guitarras cruéis). Something's About To Change 

- Shlohmo: Dark Red (Já que vou fracassar ao tentar descrever o clima enigmático, denso e estranhamente eletrizante presente nas composições deste produtor, apenas vá ouvir e ignore o que digo). Buried

- Sufjan Stevens: Carrie & Lowell (Ah, o Sufjan Stevens apela, ele gosta de nos fazer chorar. O disco é dedicado a sua mãe - falecida recentemente e com quem teve uma relação conturbada - e seu amável padrasto. Tudo calcado na música folk, em arranjos/instrumentação simples, que dão destaque as composições em si. A interpretação é meio monótona, mas combina com o sentimento que ele quer criar). The Only Thing

- Sunn O))): Kannon (Deu dor de cabeça. Atendeu as expectativas. Drone da porra!). Kannon 1

- Test: Espécies (Horrível. Tão horrível quanto fudido). Mundo Feroz
 
- Thee Oh Sees: Mutilator Defeated At Last (Inferior ao de 2013, melhor que o de 2014. A trilogia da grande banda da neo-psicodelia. Esse um pouco mais garageiro). Web
 
- The Alchesmist: Israeli Sample (Uma seleção de samples israelenses garimpados com muito cuidado e reunidos com muito groove em momentos até mesmo lisérgicos. Ótima capa). Za'atar Smoke

- The Black Heart Rebellion: People, When You See The Smoke, Do Not Think It Is Fields They're Burning. (Alcançar peso e densidade não com distorção, mas com elementos poéticos, climas tensos e ritmos hipnóticos, não é para qualquer banda. Merece atenção redobrada). Near To Fire For Bricks
 
- The Decemberists: What a Terrible World… (Viu, Mumford & Sons, dá para fazer esse "neo-folk indie" sem precisar compor tão mal). The Singer Addresses His Audience
 
- The Pop Group: Citizen Zombie (Uma volta discreta, mas extremamente digna, de um grupo marginal do pós-punk oitentista. O disco é muito bom. Ácido, barulhento e sofisticado). Citizen Zombie

- The World Is a Beautiful Place & I Am No Longer Afraid to Die: Harmlessness (Uma pérola emo que intercala entre a beleza e a urgência. A grande quantidade de instrumentista proporciona densidade interessante nos arranjos). I Can't Be Afraid Of Anything

- Title Fight: Hyperview (Aquela linha tênue entre o dream pop, shoegaze e o emo. A excelência é inegável). Chroline

- Travis Scott: Rodeo (Eu tinha tudo para não gostar deste disco, mas a verdade é que adorei como o rapper usa elementos psicodélicos em batidas de trap. Fora que ele é bastante melodioso. São faixas ganchudas e estranhamente viajante. Por essa eu não esperava). Impossible

- Tremonti: Cauterize (Abomino Creed e Alter Bridge, mas sempre vi talento no guitarrista. Felizmente, seu projeto solo tem se destacado para quem não aguentava suas bandas anteriores. Mas seu disco anterior é melhor). Another Heart
 
- Tulipa Ruiz: Dancê (A ótima cantora da sequência a excelência de seu trabalho anterior e vem se consagrando como uma das melhores da nova MPB). Expirou
 
- Turnover: Peripheral Vision (Apostando no que há de mais melódico no emo e indie rock, esse grupo alcançou ótimo resultado. Guitarras com traços de The Edge). Like Slow

- Ufomammut: Ecate (O bom e velho sludge metal troglodita, extremamente pesado e grave. Em alguns momentos até viajandão. Sonzera!). Plouton

- Ventre: Ventre (Costumo achar o "indie rock brasileiro" meio capenga no quesito instrumentistas. Não é o que acontece aqui. Execução primorosa, com pegada e força expressiva. As guitarras são de alto nível. As composições e a produção também são bem bacanas. Grata surpresa). Ali

- Zeca Baleiro: Canta Zé Ramalho (Ouvi por acaso. Acho o Zeca Baleiro um bom interprete e o repertório do Zé Ramalho é acima de qualquer suspeita. Não surpreende, mas não decepciona, embora as versões originais ainda sejam disparadamente melhores). Chão de Giz
 
- Zé Manoel: Canção e Silencio (Bonitas composições de um compositor promissor que resgata as belas melodias dentro da MPB. Produção do Miranda e Tutty Moreno na bateria). Água Doce


DECEPÇÃO (Nem tão ruim, mas não chega no ponto)

- Adele: 25 (Eu gosto do 21, mas esse novo trabalho não me diz nada. Claro que é bem feito, mas nada agregador).

- Art Of Anarchy: Art Of Anarchy (Gosto do Bumblefoot e do Scott Weiland, mas o projeto já nasceu errado. Composições chatas).

- Barbara Eugenia: Frou Frou (É bem feito, mas é insosso. Senti falta de força tanto nas letras quanto na interpretação). 

- Belle And Sebastian: Girls In Peacetime Want To Dance (Nunca achei a banda grande coisa, então não dá exatamente para ficar decepcionado, mas não dá pra falar que é bom também. Nem ruim. É só bonitinho). 

- Danko Jones: Fire Music (As músicas até tem energia, mas não consigo gostar das composições. Falta algo).

- Five Finger Death Punch: Got Your Six (Ok, a produção, execução e atitude da banda é legal, mas as composições analisadas friamente são fraquinhas. Nos EUA tão grandão).

- Godspeed You! Black Emperor: Asunder, Sweet and Other Distress (O Lift… é um clássico do gênero, mas a verdade é que acho o GY!BE por vezes cansativo. Trabalho pouco inspirado. Mas ainda darei nova chance).

- New Order: Music Complete (Decepciona não porque é ruim, mas porque mesmo sendo bom, não acrescenta nada. O passado do grupo é mais moderno e não é pastiche de si mesmo).

- Ryan Adams: 1989 (A ideia do Ryan Adams regravar na íntegra o celebrado (e ótimo) disco da Taylor Swift pareceu empolgantemente curiosa, mas o resultado é misto. Tem momentos que funcionam e tantos outros que não. Ficou melhor na chamada). 

- Steven Wilson: Hand. Cannot. Erase. (Extremamente inferior ao disco anterior, embora com passagens progressivas interessantes). 


PIORES 

Drake: If You're Reading This It's Too Late (Fui ouvir porque foi muito bem recomendado, mas não desce. Acho uma porcaria). 

- Gang Of Four: What Happens Next (Vou evitar me estender para não falar mal desta espetacular banda, mas a verdade é que esse disco é ruim).

- Iron Maiden: The Book Of Souls (Exatamente como os outros últimos quatro discos da banda, comecei a escutar e parei no meio. Continuarei ouvindo somente os espetaculares cinco primeiros discos do grupo).

- Lobão: O Rigor E A Misericórdia (Ele vinha lançando discos legais, mas nesse ele errou feio. Parece sobras de uma demo de uma banda de metal progressivo. Confuso e mal trabalhado. E a capa é piada de tão ruim).

- Miley Cyrus: Miley Cyrus & Hear Dead Petz (Como tinha o lance com o Flaming Lips, fui ouvir. Achei insuportável. Ela força a barra demais nas interpretações). 

- Superheaven: Ours In Chrome (Até tenta trazer um peso grunge, mas no geral é tudo muito meloso. Poucas partes saltam aos ouvidos).

- Tame Impala: Currents (Não se trata do hype, eu simplesmente acho tudo muito fraco. Essa onda mais "dance" piorou as coisas. A interpretação vocal do Kevin Parker também não me atrai em nada. Começa a cair a ficha para alguns que a banda é superestimada. Não por nada, mas eu sempre soube).

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