quarta-feira, 11 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Peter Tosh - Legalize It (1976)

O reggae tem alguns discos definitivos, sendo a maior parte deles do Bob Marley. Todavia, Peter Tosh, o deserdado mais famoso dos Wailers, também prestou enorme contribuição musical e ideológica ao estilo.


De temperamento explosivo, Tosh atuou na luta pelos direitos humanos, ajudou na divulgação da cultura rastafári e é um dos personagens mais conhecidos dos movimentos pró-maconha. Neste último quesito, Legalize It (1976) é a obra definitiva. Da sua ótima capa - contendo o artista puxando um fumo em meio a plantação da erva -, passando pela temática das letras e até mesmo a maneira vagarosa com que ele toca guitarra, o disco todo é um manifesto/ode a cannabis.

O álbum contém músicos peritos no estilo, vide o baixista Aston "Family Man" Barret e o baterista Carlton Barrett. Isso contribui para o mantra delirante e esfumaçado que as canções proporcionam, sendo a faixa titulo "Legalize It" um enorme sucesso.

A parceria com Bob se mantém em "Why Must I Cry", mas o disco tem outros destaques. "Burial" é resultado do que aconteceria de Marvin Gaye fosse jamaicano. A linha que separa o reggae do pop em "Whatcha Gonna Do" fica ainda mais tênue. A balada "Till Your Well Runs Dry" é de melodia apaixonante. Em "No Sympathy" a guitarra tem toques de blues que tendem a agradar mesmo quem não se interessa pelo ritmo jamaicano. Já o piano em "Igziabeher" oferece ao trabalho uma tensão interessante. Dá também para imaginar os membros do The Clash curtindo "Ketchy Shuby".

Peter Tosh teve outros acertos no decorrer de sua carreira, sendo seu disco de estreia uma ótima porta de entrada (sem trocadilho) para entender sua influência e musicalidade preciosa.

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