quinta-feira, 5 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Ice-T - O.G. Original Gangster (1991)

Em 1991, o gangsta rap era uma realidade e já havia feito estrago através do N.W.A.. Todavia, foi o Ice-T que apresentou o manual para o que viria a ser o estilo. Isso se deu através do pesado O.G. Original Gangster.


Curiosamente, ao contrário de muito que é feito nesta subvertente do hip hop, o disco usa temas urbanos violentos não para seduzir, mas para destruir. Até quando ofende e soa agressivo, Ice-T justifica. Interpretar as letras é uma tarefa desafiadora e esclarecedora, o que por si só já é fantástico, mas tudo ganha potencial musical devido a força das rimas e atitude vocal do artista.

Com relação ao instrumental, que ficou a cargo do The Rhyme Syndicate, é impossível não destacar os timbres pesados de baixo, o som de caixa saltando aos ouvidos (é o perfeito boom bap) e os samples de James Brown, Funkadelic, Sly & The Family Stone e até mesmo Black Sabbath.

Faixas como "Mic Contract", "New Jack Hustler", "Straight Up Nigga" e "Bitches 2" - com toques de free jazz e pela primeira usando a expressão "bitches" sem ser machista - são exemplos máximos de groove e malandragem no rap.

Com som extremamente encorpado, o disco é o prefacio do rap-metal que Ice-T exploraria posteriormente com o Body Count (vide a faixa homônima "Body Count"). Logo Ice estava em festivais como Lollapalooza e recebendo elogios de nomes como Quincy Jones. O hip hop oferecia ao mundo mais um golpe de pura excelência sonora.

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