sexta-feira, 18 de setembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Black Sabbath - Paranoid (1970)

Paranoid (1970), segundo lançamento do Black Sabbath, tem uma característica curiosa: embora seja possivelmente o mais fraco disco do quarteto em sua formação clássica, ainda assim é um dos mais emblemáticos álbuns de heavy metal da história.


Produzido em meio a Guerra do Vietnã e trazendo os primeiros sinais de descontrole cocainometro, Paranoid, ao contrário do emblemático disco de estreia lançado um ano antes, aterroriza não por conta de temas sobrenaturais, mas de ações humanas cruéis. O pensamento anti-guerra hippie nunca foi tão sombrio. Blasfemar contra autoridades políticas soou oportuno.

Isso fica explicito na clássica "War Pigs", um épico de introdução alucinante - com direito a excelente linha de baixo do Geezer Butler -, breques instrumental preenchidos pela voz esganiçada de Ozzy, letra condizente com o clima de terror da época, groove estranhamente funkeado, solo de guitarra melodioso e viradas de bateria acachapantes.

Tony Iommi entrega aos ouvintes dois de seus mais emblemáticos riffs, vide a acelerada e com traços de ficção científica "Paranoid" e a envolvente "Iron Man". Ambas as faixas alavancaram a venda do disco, sendo ainda hoje o trabalho de maior sucesso comercial do grupo.

A delirante/jazzística "Planet Caravan", o pré-stoner/doom tenebroso "Electric Funeral", a dinâmica variável de "Hand Of Doom", o instrumental rockeiro de "Rat Salad" (com direito a ótimo solo de bateria do Bill Ward) e a espetacular/grooveada "Fairies Wear Boots" completam o disco, legitimando o culto a obra através dos anos.

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