quarta-feira, 22 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Depeche Mode - Violator (1990)

Quem acompanha as transformações do rock inglês, logo percebeu os novos caminhos propostos pelo Depeche Mode. Do uso primoroso de sintetizadores, passando pela dramaticidade obscura, melodias majestosas e produção impecável, Violator (1990) deu vários motivos para cair nas graças do público e da critica. Eis o auge do synthpop.


Em seu disco anterior - Music For The Masses (1987) - o quarteto já havia entregado o prefácio da qualidade aqui alcançada. À procura de uma produção ainda mais caprichada, a banda buscou o requisitado Flood, que já havia trabalhado com New Order, Ministry, Cabaret Voltaire, Nick Cave, dentre outros, e tornou-se especialista em incursões por sonoridades eletrônicas.

Embora de timbres e arranjos grandiosos - qualidades do subestimado Alan Wilder -, a temática das canções são bastante pessoais e introspectivas. Faixas como o hit soturno "Enjoy The Silence" e a dançante "Policy Of Truth" foram lançadas como clássicos instantâneos. Méritos do Martin Gore enquanto compositor. 

Impossível contar a história da música eletrônica e, mais precisamente da dance music inglesa, sem citar "World In My Eyes", canção sensacional de ritmo irresistível. Por sua vez, a tensão contida em "Personal Jesus" aponta para outro lado, soando quase como um blues/country rock maldito de uma nova era. Seu alcance se comprova na regravação de nomes como Johnny Cash e Marilyn Manson.

Vale ainda destacar o arranjo singular de "Sweetest Perfection" (com direito a excelente bateria), o minimalismo imersivo de "Waiting For The Night", além dos épicos umbríferos "Blues Dress" e "Clean", sendo todas majestosamente construídas e interpretadas (Dave Gahan é um tremendo cantor).

Violator soa datado. Datado pois, apesar da sua enorme influência, é praticamente impossível encontrar atualmente quem faça música pop com a mesma qualidade e profundidade do Depeche Mode.

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