sexta-feira, 26 de junho de 2015

TEM QUE OUVIR: Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006)

Não sou dos maiores entusiastas do indie rock 00's. Não que eu ache ruim, só não me importo. Mas tem quem se importe e, querendo ou não, os grupos dessa leva ganharam relevância no rock. Entre as mais aclamadas bandas está o Arctic Monkeys, que guarda justamente em seu primeiro álbum o registro definitivo de pura urgência jovem do período.


Talvez pela primeira vez na história, um artista construía reputação não via os palcos, imprensa ou gravadora. O Arctic Monkeys é fruto da internet, interligado diretamente ao seu público, que demonstrava alvoroço antes mesmo da banda lançar seu primeiro disco. Através de downloads no Myspace, as canções que viriam a fazer parte do álbum de estreia do grupo já tocavam nos iPod da molecada. Quando o trabalho foi fisicamente lançado - pela gravadora independente Domino -, tornou-se um sucesso instantâneo, sendo até hoje o debut mais rapidamente vendido de uma banda inglesa, com impressionantes 360 mil cópias somente na primeira semana.

Observando a árvore genealógica do rock inglês, o Arctic Monkeys pode ser considerado bisneto dos Kinks, neto do The Jam e filho do Oasis. Como seus antepassados, suas canções são crônicas da juventude britânica, agora pertencente a geração Y, extremamente conectada e ambiciosa, mas com as aflições existenciais de sempre.

Na cola do Strokes, musicalmente o disco é energético e urgente. O mínimo a se esperar de garotos ainda espinhentos. Se a execução garageira não apresenta ousadia ou grande destreza técnica, ao menos o clima dançante e os temas corriqueiros das composições agradaram um público carente por sonoridades viscerais em climas rockeiramente dançantes. Entre os destaques estão as já clássicas "I Bet You Look Good On The Dancefloor", "Fake Tales Of San Francisco" e "When The Sun Goes Down".

Premiado pela imprensa, aceito pelo público e de grande inovação comercial, Whatever... merece sua atenção.

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