Não sou dos maiores entusiastas do indie rock 00's. Não que eu ache ruim, só não me importo. Mas tem quem se importe e, querendo ou não, os grupos dessa leva ganharam relevância no rock. Entre as mais aclamadas bandas está o Arctic Monkeys, que guarda justamente em seu primeiro álbum o registro definitivo de pura urgência jovem do período. É o trabalho menos pretensioso e mais pungente do grupo.
Observando a árvore genealógica do rock inglês, o Arctic Monkeys pode ser considerado bisneto dos Kinks, neto do The Jam e filho do Oasis. Como seus antepassados, suas canções são crônicas da juventude britânica, agora pertencente a geração Y, extremamente conectada e ambiciosa, mas com as aflições existenciais de sempre.
Na cola do Strokes, musicalmente o disco é energético e urgente. O mínimo a se esperar de garotos ainda espinhentos. Se a execução garageira não apresenta ousadia ou grande destreza técnica, ao menos o clima dançante e os temas corriqueiros das composições agradaram um público carente por sonoridades viscerais em climas rockeiramente dançantes.
Entre as faixas que receberam maior destaques estão as já clássicas "I Bet You Look Good On The Dancefloor" (introdução fenomenal), "Fake Tales Of San Francisco" e "When The Sun Goes Down".
Pessoalmente minhas prediletas são “The View From The Afternoon” (com ótima performance da cozinha, com destaque pro chimbal frenético do Matt Helders), a explosiva “Dancing Shoes” (feita pra dançar, fácil entender o apelo juvenil e feminino do grupo), o riffão cabuloso de “Still Take You Home”, a malemolência britânica de “Mardy Bum” (boa voz de “jovem fumante” do Alex Turner), a inquietude desengonçada e despretensiosa de “Perhaps Vampires Is A Bit Strong But…” e a revitalizante “From The Ritz To The Rubble”.
Premiado pela imprensa (levando inclusive o Mercury Prize), aceito pelo público e de grande inovação comercial, Whatever... merece sua atenção.
Premiado pela imprensa (levando inclusive o Mercury Prize), aceito pelo público e de grande inovação comercial, Whatever... merece sua atenção.

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