Com o BRock oitentistas se firmando como a nova música pop/jovem brasileira, os Paralamas foram de encontro as raízes sonoras tupiniquins. O rock nacional poucas vezes teve um sotaque tão latino.
A influência da guitarrada/lambada se faz presente em diversas faixas, evidenciando o flerte não só com a MPB, mas também com a música da América Central, embora sempre guiado pela pegada rockeira do trio. Isso pode ser sentido na clássica (e caribenha) "Alagados", de refrão não menos que poderoso.
Já a influência de ska, dub e reggae é nítida em "Teerã" (letra dramática, belo solo de guitarra!) e na divertida "Melô do Marinheiro", ambas com ótimas linhas de baixo do Bi Ribeiro. "There's A Party" chega até mesmo a remeter ao The Specials.
"A Novidade" tem a mesma pegada calcada nos ritmos jamaicanos, só que aqui com destaque para a letra do Gilberto Gil. Sem dúvida uma das mais memoráveis canções do rock brasileiro.
João Barone é um baterista espetacular, que demonstra toda sua habilidade no dub "O Homem". Já a guitarra rítmica precisa de Herbert Vianna salta aos ouvidos através do riff de "Selvagem", que contém uma letra infelizmente atemporal.
Vale ainda se atentar para a fantástica "Marujo Dub", também calcada no estilo jamaicano, provavelmente pela primeira vez em território brasileiro.
Selvagem? é indiscutivelmente um clássico do rock nacional, que assim como tantos outros da década de 1980, foi produzido pelo Liminha. O mais importante disco do Paralamas.
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