quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

TEM QUE OUVIR: Black Sabbath - Black Sabbath (1970)

Black Sabbath (1970) do Black Sabbath, um disco tão óbvio que chega a ser ridículo recomendar. Esqueça tudo que foi feito antes, eis aqui a criação definitiva do heavy metal.


Gravado em poucas horas por quatro garotos pobres da cidade industrial/cinzenta de Birmingham (Inglaterra) e lançado numa sexta-feira 13, o álbum traz logo de cara a tenebrosa faixa "Black Sabbath". O clima aterrorizante da tempestade na introdução, a letra macabra e o riff de guitarra em trítono - intervalo de notas dissonantes que chegou a ser proibido pela igreja católica -, foram inspirados nos filmes de terror que lotavam os cinemas. Daí saiu o conceito genial da banda, arquitetado pelo letrista, baixista e "líder intelectual do grupo", Geezer Butler. E pode apostar, se ainda hoje a faixa não passa despercebida, há 40 anos atrás ela fez muito moleque se borrar de medo.

O grupo, inicialmente de blues/jazz rock, carrega na espetacular "The Wizzard" o seu DNA. A banda como um todo trabalha o som como ferramenta de dramaticidade. Somando riffs monstruosos - há guitarrista que faça isso melhor que Tony Iommi? -, linhas de baixo gigantescas e a bateria troglodita de Bill Ward, surgem verdadeiros hinos de missa negra, vide "N.I.B.".

Se o lendário Ozzy Osbourne por um lado não tem tecnicamente uma grande voz, por outro sempre soube dar vida as canções. Basta reparar no que ele faz na divertida "Evil Woman" e na tensa "Behind The Wall Of Sleep".

No fim do álbum, o cheiro de napalm e o clima nebuloso jazzisticamente bluesy volta a dar as caras em "Wicked World". Não há utopias, não há Paz & Amor. Espetacular!

Considerado por muito um disco ingênuo e mal acabado, para outros ele é a essência da música pesada, tendo influenciado qualquer vertente de metal que surgiu ou venha a surgir.

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