Black Sabbath (1970) do Black Sabbath, um disco tão óbvio que chega a ser ridículo recomendar. Esqueça tudo que foi feito antes, eis aqui a criação definitiva do heavy metal.
Gravado em poucas horas por quatro garotos pobres da cidade industrial/cinzenta de Birmingham (Inglaterra) e lançado numa sexta-feira 13, o álbum traz logo de cara a tenebrosa faixa "Black Sabbath". O clima aterrorizante da tempestade na introdução, a letra macabra e o riff de guitarra em trítono - intervalo de notas dissonantes que chegou a ser proibido pela igreja católica -, foram inspirados nos filmes de terror que lotavam os cinemas. Daí saiu o conceito genial da banda, arquitetado pelo letrista, baixista e "líder intelectual do grupo", Geezer Butler. E pode apostar, se ainda hoje a faixa não passa despercebida, há 40 anos atrás ela fez muito moleque se borrar de medo.
O grupo, inicialmente de blues/jazz rock, carrega na “Sleeping Village” o seu DNA. A banda como um todo trabalha o som como ferramenta de dramaticidade. Somando riffs monstruosos - há guitarrista que faça isso melhor que Tony Iommi? -, linhas de baixo gigantescas e a bateria troglodita de Bill Ward, surgem verdadeiros hinos de missa negra, vide as clássicas e espetaculares "N.I.B." e "The Wizard", ambas de performances irresistivelmente esmagadoras.
Se o lendário Ozzy Osbourne por um lado não tem tecnicamente uma grande voz, por outro sempre soube dar vida as canções. Basta reparar no que ele faz na divertida "Evil Woman" (espetacular linha de baixo) e na impecavelmente construída "Behind The Wall Of Sleep".
No fim do álbum, o cheiro de napalm e o clima nebuloso jazzisticamente bluesy volta a dar as caras em "Wicked World". Não há utopias, não há Paz & Amor. Espetacular!
Considerado por muito um disco ingênuo e mal acabado, para outros ele é a essência da música pesada, tendo influenciado qualquer vertente de metal que surgiu ou venha a surgir.
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