É comum encontrarmos atualmente, principalmente no YouTube, violonistas talentosos extraindo texturas, melodias exóticas, harmonias complexas e até mesmo sons percussivos de seus instrumentos. Como exemplo posso citar Tommy Emmanuel, Kaki King e Andy Mckee. Todavia, quem começou com essa abordagem e influenciou incontáveis instrumentistas foi o Michael Hedges, principalmente através do ótimo Aerial Boundaries (1984).
Guiado por influências variadas - vide música folclórica, new age, Julian Bream e Eddie Van Halen -, Michael Hedges caracterizou-se pela inquietação. Usava violões peculiares - alguns até mesmo com características de harpas -, afinações alternativas e pedais de efeitos num instrumento de natureza acústica, extraindo timbres etéreos recheados de reverb.
Ainda que aparentemente o disco possa se restringir a um público segmentado de violonistas, Aerial Boundaries atingiu em cheio também os fãs de new age e world music.
Se por um lado o álbum é calcado no violão virtuoso de Hedges - com direito a golpes percussivos, tappings e harmônicos -, por outro, a participação pontual do brilhante baixista Michael Manring - mestre do fretless e dono de técnica exuberante - dá ainda mais charme ao disco.
Entre as faixas que merecem destaque estão "Aerial Boundaries", "Ragamuffin", "Hot Type", "Spare Change" e até mesmo "After The Gold Rush", um cover belíssimo para a canção de Neil Young.
Infelizmente, Michael Hedges morreu ainda jovem num acidente automobilístico no ano de 1997, não chegando a ver o nascimento de várias de suas crias artísticas. Entretanto, é comum especialistas o chamarem de "Jimi Hendrix do violão". Exagero? Escute o disco tire sua conclusão.
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