Em algum momento da história, a música eletrônica deixou de ser atrevida para tornar-se descartável. Mas eu, antiquado que sou, quando penso em e-music, ainda visualizo aquele som violento e festas caóticas propostas pelo Prodigy através de seu turbulento Music For The Jilter Generation (1994).
Como o próprio nome do disco entrega, o álbum foi concebido para uma geração especifica. As músicas aqui serviam de trilha para as raves mais absurdas e underground que aconteciam no Reino Unido, frequentadas por jovens clubbers e junkies.
As bases brutais herdadas de hip hop e os timbres de guitarra e sintetizadores legitimadas pelo rock industrial, quando aqui misturados, dão luz ao bigbeat e ao breakbeat. E neste território ninguém se sai melhor que o produtor Liam Howlett, vide o estrago apocalíptico que ele promove em "Their Law", "Speedway" e "Poison".
A energia punk e os ritmos bizarramente dançantes se misturam nas frenéticas "Full Throttle" e "Voodoo People", com direito a samples dos mais variados e uma aula de manipulação de áudio.
É claro que todo esse caos chamaria atenção da grande mídia e, consequentemente, do público. Todavia, isso só foi acontecer de vez no clássico The Fat Of The Land (1997). Aqui o Prodigy ainda era produto do submundo.
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