sexta-feira, 13 de junho de 2014

TEM QUE OUVIR: The Stone Roses - The Stone Roses (1989)

Manchester é sempre citada como um dos principais berços do rock inglês. Embora o Joy Division, New Order e The Smiths tenham parcela de culpa, foram grupos como The Stone Roses e Happy Mondays que firmaram a região como um polo artístico. A essa cena se deu nome de Madchester, sendo o debut do Stone Roses o grande clássico deste período.
 
 

Fruto do rock alternativo, influenciados pela psicodelia inglesa e embalados pela acid house, a banda juntou todas as referências para construir um rock melódico, viajante e dançante. 

Lançado pela Silvertone, produzido por John Leckie e com emblemática capa elaborada pelo guitarrista John Squire - inspirada no trabalho do Jackson Pollock -, The Stone Roses revela toda a sensibilidade do vocalista Ian Brown e do guitarrista no quesito composição. O excelente Mani (baixo) e o consistente Reni (bateria) completam a formação.

"I Wanna Be Adored" abre o disco cercada por dramaticidade juvenil, memorável refrão e linhas de baixo e guitarra envolventes. Não por acaso ela tornou-se o grande sucesso da banda. Clássico de uma geração.

É difícil ignorar a beleza melódica e o clamor pop de faixas como "She Bangs The Drums" e "Made Of Stone", ambas discretamente sofisticadas através de seus arranjos equilibrados. 

Se você não se sentir amparado pela doce melodia de "Waterfall" você está morto por dentro. Ótimo arranjo de vozes, tremenda linha de baixo e um final arrebatador. 

Fosse o ouvinte um jovem frequentador de rave ou antigo hippie lisérgico, faixas como a experimental "Don't Stop" agradavam em cheio. O clima psicodélico sessentista ainda dá as caras na bela "Bye Bye Bad Man". Tem muito de Byrds e Smiths na canção.

Intercalando climas de suspense e refrão pop, "Made Of Stone" é mais um destaque. Sua construção revela que a banda tinha uma capacidade técnica muito acima da média.

A longa e grooveada "I Am The Resurrection" é uma das melhores canções desta geração, tendo toques nada moderados de Kinks, ótimas percussões, deliciosa linha de baixo, arrojadas guitarras e camadas de psicodelia.

Em meio a toda essa beleza esquizofrênica, a linda "Elizabeth My Dear" se impõe contra a monarquia inglesa

Primal Scream, Oasis, Blur, Suede, Elastica, Pulp, The Verve, Supergrass e outras centenas de bandas ouviram esse disco sem parar, desencadeando na cena britpop 90's. Do cabelo aos timbres de guitarra, tudo foi extraído daqui. Seu alcance talvez seja de difícil compreensão para nós, mas a qualidade das composições é de fácil assimilação. Se por uma lado o grupo não atendeu as expectativas futuras, por outro esse disco tornou-se um marco indiscutível do final da década de 1980.

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