sábado, 14 de junho de 2014

TEM QUE OUVIR: The Grateful Dead - Live/Dead (1969)

Em 1968 a cultura hippie estava em alta. O clima era de alegria - mesmo em meio a Guerra do Vietnã -, coberto por cores, sexo livre e LSD. Era o auge do flower power e da contracultura. Uma multidão de jovens cruzavam os Estados Unidos em busca de Paz & Amor. Essa peregrinação acompanhava a tour do cultuado Grateful Dead, que compilou seus shows no emblemático Live/Dead (1969). 


Por mais que o Grateful Dead tenha discos clássico de estúdio - vide American Beauty (1970) e Blues For Allah (1975) -, eles eram genuinamente uma banda dos palcos. Mas não de qualquer palco. Fillmore West era a casa principal do grupo, o que fez de São Francisco um celeiro de grupos psicodélicos. 

O que mais chama atenção na banda é suas longas passagens instrumentais, todas elaboradas de forma espontânea e entorpecida. É possível adentrar nesse nirvana sonoro através das viajantes "Dark Star" - que preenche um lado inteiro do vinil - e "Turn On Your Light". 

Essas improvisações se contrapunham ao formato da canção pop, originando uma nova concepção de como se fazer rock, posteriormente chamada de jam band e imitada por grupos como o Phish.

Em "Dark Star" e "The Eleven", Jerry Garcia (guitarra) e Phil Lesh (baixo) demonstram os instrumentistas talentosos que são. Seus solos carregam passagens delirantes, influência de música oriental, abordagem jazzistica, timbres particulares, alternância de dinâmica e uma certa doçura. Tudo isso sem abandonar as raízes da música caipira norte-americana. Tem quem considere os improvisos do Jerry Garcia pouco atrativo. Já eu adoro sua busca pela melodia perfeita.

Idolatrado até hoje, o Grateful Dead é um patrimônio cultural para milhões de malucos (os deadheads) que veneram a banda como se fosse uma religião. Assim sendo, Live/Dead pode ser visto como um culto aos bons sons.

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