quinta-feira, 8 de maio de 2014

TEM QUE OUVIR: Supertramp - Breakfast In America (1979)

A história contada por jornalistas musicais diz que em 1979, tanto a disco music quanto o punk rock haviam varrido para o subsolo do inferno o rock progressivo. O que fazia então Breakfast In America do Supertramp na primeira colocação da Billboard nos EUA, Canadá e na terceira posição no Reino Unido, chegando a vender 18 milhões de cópias? 


Sendo muito mais melódica, acessível e polida que as bandas contemporâneas do rock progressivo, o Supertramp modernizou seu som sem torna-lo pobre. O grupo já vinha conseguindo ótimas vendagens e êxito artístico, mas foi Breakfast In America que definiu a sonoridade do grupo como a maioria de nós conhecemos.

Como uma espécie de "Elton John encontra Roger Waters", Roger Hodgson e Rick Davies, em meio a conflitos internos, elaboraram um material sofisticado e acessível. 

Faixas como "The Logical Song" (que de certa forma prevê o synthpop), "Goodbye Stranger" (de melodia imediatamente fixante, muito graças a interpretação singular), "Breakfast In America" (de arranjo nada ortodoxo) e "Take The Long Way Home" fizeram enorme sucesso. 

A produção com ênfase em timbres modernos de teclados combinava perfeitamente com o pop e o AOR radiofônico. É possível reconhecer isso na longa "Child Of Vision".

É indiscutível o quão anacrônico e pasteurizado eram os lançamentos do Yes, Genesis e Gentle Giant naquele período. Todavia, o Supertramp soube se reinventar e, soando datado ou não, Breakfast In America é um dos poucos discos de rock progressivo do final da década de 1970 que não apresenta decadência. Muito pelo contrário, faixas como "Gone Hollywood" são verdadeiramente instigantes, parecendo um cruzamento de Electric Light Orchestra com Bee Gees.

Não te convenci com meu texto? Ainda acha o Supertramp um rock de arena presunçoso, pomposo e chato? Ok, mas lembre-se que até isso foi necessário para que na contramão surgisse o punk rock direto dos Ramones. A história, ao menos na música, agrega e legitima qualquer ato.

Um comentário:

  1. Quem gosta da boa música não pode deixar jamais este disco do Supertramp passar em branco.
    Clássico mais que obrigatório!

    ResponderExcluir