sábado, 31 de maio de 2014

TEM QUE OUVIR: Pavement - Crooked Rain, Crooked Rain (1994)

Enquanto novos grupos indies surgem tão rápidos e promissores quanto desaparecem sem sequer notarmos, reouvir Crooked Rain, Crooked Rain (1994) do Pavement continua sendo uma experiência entusiasmante. É o hype que merece duradouros anos. 


Embora não tenham alcançado vendas exorbitantes, a banda sempre foi aclamada pela crítica e dona de público fiel. Não demorou para o Stephen Malkmus ser reconhecido com um dos grandes nomes da sua geração. O disco foi lançado pela Matador Records, conhecida por trabalhar com nomes como Belle & Sebastian, Cat Power, Mogwai, Queens Of The Stone Age, Jon Spencer e Yo La Tengo.

Embora fincados no rock alternativo, o grupo traz elementos de folk rock, grunge e shoegaze, reunindo doces melodias vocais (perfeitas para cantar junto), dinâmica variada e guitarras entrelaçadas de forma tão coesa quanto barulhenta, mesmo nas canções mais delicadas, vide as ótimas "Silence Kid" (tremendo riff) e "Elevate Me Later", que juntas formam uma das melhores aberturas de disco do período.

A gravação, assim como os arranjos, se mostram bastante espontâneos e crus, deixando que todo o encanto seja atribuído as composições. Nesse sentido, vale se atentar para "Gold Soundz" e "Rage Life", canções não menos que memoráveis.

Em alguns momentos a ousadia prevalece, vide a anestesiante "Stop Breathin" e, principalmente, "5 - 4 = Unity" (com traços de jazz e trilha sonora de desenho animado). Já em outros, é o caos controlado que chama atenção, como na entusiasmante "Unfair".

Quando lançado, teve quem considerasse o disco "pop" demais, impressão motivada pelo espetacular hit "Cut Your Hair", dona de melodia "bobinha" altamente fixante. Um sinal claro da impaciência provocada pela ressaca noventista. O trabalho como um todo é perfeito na fórmula boas melodias + intensidade. É indie rock de tiozinho. É o indie rock que sobreviveu ao teste do tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário