Ella Fitzgerald pode ser facilmente apontada como a maior cantora de todos os tempos. Quem diz isso não sou eu, mas décadas de aprovação da mídia, público e de outras divas da música, sejam do jazz ou não. Para você também participar deste consenso - mas não apenas da boca pra fora -, recomendo a audição de Ella Fitzgerald Sings The George And Ira Gershwin Songbook (1959).
Ella não era uma compositora, mas sim uma interprete de mão cheia. Desta forma, sua série Songbooks, contendo versões para diversos geniais compositores da música americana, caiu como uma luva.
Esse é provavelmente o mais aclamado dentre esses lançamentos. Ela chegou a ganhar o Grammy de Melhor Performance Vocal Feminina. Os compositores aqui registrados são os inquestionavelmente excelentes irmãos George e Ira Gershwin, que embora hoje sejam pouco lembrados, são fundamentais o repertório do cancioneiro norte-americano.
O disco foi lançado pela Verve, gravadora que continha os mais talentosos arranjadores, instrumentistas e produtores daquele tempo. Neste caso, o álbum marca a estreia da cantora com a lendária orquestra de Nelson Riddle, famosa por trabalhar com nomes como Frank Sinatra, Nat King Cole, Johnny Mathis, Peggy Lee, dentre outros.
A abordagem vocal de Ella Fitzgerald é impressionante: do timbre a dicção, da emoção a técnica. Seu canto é floreado, mas sem exageros. Preciso, mas nada robótico. Dono do mais criativo e complexo scat singing da música (vide "I Got Rhythm"). É o bebop via uma voz celestial.
Embalado pelo típico jazz swing americano, arranjos cinematográficos e orquestrações que remetem a Broadway - mas sem a cafonice -, faixas como "Oh, Lady Be Good", "Embrace You", "Clap Yo' Hands", "Bidin' My Time" e "S Wonderful" são eternos destaques de toda a história da música.
Nenhum comentário:
Postar um comentário