quarta-feira, 14 de maio de 2014

TEM QUE OUVIR: Beck - Mellow Gold (1994)

Impossível classificar o Beck num estilo que não seja o dele próprio. Goste ou não, ele é um artista criativo que aproveitou o boom do rock alternativo pra furar as estruturas convencionais do rock. Essa característica de artista multifacetado está presente desde o começo de sua carreira, quando se destacou através do Mellow Gold (1994).



"Loser", um "rap" com base de southern rock, foi o grande sucesso do álbum, tornando-se hino da slacker generation, ainda que Beck insista em se desvincular deste tipo de imagem, sendo o oposto da acomodação dos que consumiram seu single. 

Enquanto cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor inquieto, Beck ataca com competência para todos os lados: "Pay No Mind" tem traços de música folk; "Nitemare Hippy Girl" parece uma canção acústica grunge digna do Kurt Cobain; "Whiskeyclone, Hotel City 1997" é uma balada bluseira com produção lo-fi; "Soul Suckin Jerk" é um rap à la Beastie Boys; "Steal My Body Home" parece um trip hop sem se levar a sério; "Mutherfucker" é condizente com uma produção típica do rock industrial; "Blackhole" se assemelha a um mantra psicodélico; e por fim, "Beercan" e "Sweet Sunshine" não se parecem com nada, a não ser com o próprio Beck. 

Eis uma dentre tantas chegadas do rock alternativo ao mainstream. Aqui o indie começou a dar sinais do formato como o conhecemos atualmente. A coisa desandaria (no bom sentido) ainda mais nos discos seguintes do Beck, mas ai é assunto para um próximo post.

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