quinta-feira, 20 de março de 2014

TEM QUE OUVIR: Blur - Parklife (1994)

Quando o assunto é rock, a Inglaterra sempre está nos holofotes. Entretanto, no início da década de 1990, o estilo no país foi varrido para debaixo do tapete pelo grunge e a cultura rave que explodiam entre a juventude britânica. Numa conjunção artística e midiática, Parklife (1994) foi a isca que faltava para fisgar o público para o novo britpop. E, convenhamos, neste território o Blur reinava.


Influenciado pelo Stone Roses, o Blur já havia lançado dois bons discos que passaram praticamente despercebidos. Sendo assim, eles aperfeiçoaram a própria sonoridade para algo mais acessível, descontraído e melódico. Essa combinação transparece na linha de baixo funky e no ritmo dançante do hit "Girls And Boys", faixa de sonoridade moderna que nem remotamente parece ter mais de duas décadas. É ainda hoje o perfeito indie jovial contemporâneo.

Damon Albarn é um cantor de voz frágil, mas criador inventivo. Seus refrães pegajosos modernizam o mod e trazem o Kinks como referência. É possível notar isso em "Tracy Jacks" (com direito a ótima linha de baixo), "This Is A Low" e, principalmente, em "Parklife", com direito a participação do ator de Quadrophenia, Phil Daniels. 

A banda demonstra saber fazer baladas rockeiras muito bem arranjada ("End Of A Century"), melodias pop de herança inglesa ("Badhead"), experimentalismo ("Far Out") e canções de art-punk ("Bank Holiday"). Isso sem mencionar as crônicas juvenis tipicamente britânicas ("London Loves").

A empolgação da mídia gerou uma bajulação excessiva (vide a NME). Sábios são aqueles que conseguem reconhecer sem afetação a importância e as qualidades de Parklife.

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