quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

TEM QUE OUVIR: Made In Brazil - Made In Brazil (1974)

Após o sucesso midiático da primeira edição do Rock In Rio em 1985, que serviu de vitrine para bandas como Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho, muitos passaram acreditar que o rock brasileiro era fruto da década de 1980, representado pelo tal BRock. Mas é o seminal Made In Brazil, grupo marginal oriunda do bairro Pompéia, que narra a verdadeira história do rock nacional.



Antes de tudo, devo confessar que eu não morro de amores pelo som do Made In Brazil. Todavia, tenho muito respeito por essa banda que há quase 50 anos ininterruptos faz rock n' roll genuíno, tendo sempre como coluna dorsal os irmãos Celso e Oswaldo Vecchione, sendo o primeiro um guitarrista influente numa época em que pouco se via rock guitarra no Brasil.

Irmão velhaco de grupos como Os Mutantes (o primogênito), Tutti-Frutti (o rebelde) e Patrulha do Espaço (o caçula), o Made In Brazil demorou pelo menos sete anos até lançar esse seu álbum de estreia, que alguns chamam de "O Verdadeiro Disco da Banana", fazendo alusão ao clássico álbum do Velvet Underground. Antes do disco sair, a banda construiu um público fiel formado por jovens carentes por energia rockeira na música pop brasileira.

Além dos irmãos Vecchione, o Made traz na sua linha de frente o lendário Cornelius Lucifer, que se por um lado não era um grande vocalista, tinha uma voz única/rasgada, além de personalidade carismatica/forte, representadas principalmente por sua vestimenta/postura glam rock.

Todavia, musicalmente falando, é incontestável que o grande nome presente no disco é o do espetacular baterista Rolando Castello Junior, que anos depois tornou-se líder da Patrulha do Espaço. Embora as composições e arranjos do Made não tragam espaço par floreiros, sua pegada certeira é o coração das canções.

Clássicos do rock nacional preenchem todo a obra, vide "Anjo da Guarda" (tão bobinha quanto divertida), "A Mina" (rock n' roll acachapante, com direito a groove, força, ótimas guitarras e metais), "Doce" (de peso cadenciado), "Menina Pare De Gritar" (tremendo riff, um quase proto-punk à la MC5) e a criativa versão para "Aquarela do Brasil" do Ary Barroso. Álbum emblemático de uma banda seminal.

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