sábado, 30 de novembro de 2013

TEM QUE OUVIR: The Pretty Things - S.F. Sorrow (1968)

É comum bandas/artistas promoverem discos conceituais. A proposta ambiciosa desencadeou naquilo que comumente é chamado de ópera rock. The Who, The Kinks, Lou Reed, Pink Floyd, Rush, Queensrÿche, Dream Theater, Green Day, Odair José - sim, ele mesmo! - e outras dezenas de nomes já se aventuraram nesta viagem. Entretanto, o primeiro grupo a embarcar neste formato de composição foi o Pretty Things com o épico S.F. Sorrow (1968).



Antes deste disco, o Pretty Things caminhava sonoramente colado nos caminhos traçados pelos Rolling Stones - embora com muito menos prestigio -, fazendo versões saturadas para clássicos da música negra americana.

Atingidos pelo golpe lisérgico do rock psicodélico e pelo recém lançado Sgt. Peppers dos Beatles, o grupo começou a trabalhar no conceito do S.F. Sorrow. 

Brilhantemente amarrado em formato de ópera rock, a obra é citada por Pete Townshend como influência direta para o Tommy, indispensável disco do The Who lançado em 1969. A verdade é que Pete não precisava assumir isso, tendo em vista que a referência é óbvia, tanto que, por conta da popularidade do Tommy e atraso do lançamento do S.F. Sorrow em alguns países, o disco foi recebido pelo público como cópia do clássico do The Who. Típico azar de banda que nasceu pra dar "errado".

Gravado no lendário Abbey Road, o álbum narra a história de Sebastian F. Sorrow, transitando por diferentes fases de sua vida, presenciando seu nascimento, experiências amorosas, guerras, tragédias, loucura, desilusões e a velhice. Musicalmente o disco percorre pela psicodelia, o pop barroco, melodias brilhantes e tudo que há de melhor no rock inglês. Como exemplo de grandes faixas podemos citar "S.F. Sorrow Is Born", "She Says Good Morning", "Death", "The Journey", "Old Man Going" e "Mr. Evasion". Mas lembre-se, o grande mérito do álbum está no conjunto da obra, sendo o resultado extremamente ambicioso e variado.

Cultuado por inúmeras pessoas que diariamente cavoucam o passado em busca de bons sons, a ópera rock do Pretty Things não alcançou grande destaque na época. Mas o tempo é justo e uma hora outra você vai de encontro ao que realmente interessa. Eis você aqui, lendo sobre S.F. Sorrow.

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