sexta-feira, 22 de novembro de 2013

TEM QUE OUVIR: Mercyful Fate - Melissa (1983)

Você é um daqueles que não suporta heavy metal? Pois então devo lhe dizer: NÃO escute esse disco! Melissa (1983) do Mercyful Fate é tipicamente "metal". Pesado (principalmente para a época) e amaldiçoado, o álbum é a base para subgêneros que surgiram posteriormente, como o thrash metal, power metal, black metal e metal progressivo, sem fazer a menor questão de soar agradável para quem não gosta do estilo.



Quer exemplos de como o disco é influente? Repare então no conteúdo mórbido/satânico de "Evil" e "Black Funeral". Atente-se também as guitarras perfeitas da dupla Michael Denner/Hank Shermann. Perceberam qualquer similaridade com o thrash metal proposto pelo Slayer? Pois é.

Ainda que infinitamente menos pesado, é possível notar na ótima "Curse Of The Pharaohs" vestígios do que o Death - banda extremamente influente de death metal - faria no futuro. Enquanto "Melissa" tem diversos elementos do power metal, a longa/épica "Satan's Fall" pode ser considerada precursora do metal progressivo.

Embora muitas vezes cômico, o alcance vocal do cultuado King Diamond, que vai de quase guturais até agudos altíssimos, encaixa-se perfeitamente em músicas como "Into The Coven". Sua voz é tão particular que até mesmo "At The Sound Of The Demon Bell", que tinha tudo pra ser um típico heavy metal tradicional, soa peculiar.

Além disso, a imagem do vocalista, eternamente caracterizada por uma maquiagem mórbida e teatralidade "assustadora" - ele chegava a encher o estúdio de velas para encarnar o personagem -, influenciou diversos grupos, do Celtic Frost ao Ghost passando pelo Mayhem. 

Amado/prestigiado dentro do heavy metal e detestado por quem não curte o estilo, Mercyful Fate é autêntico dentro de um gênero cheio de cópias e restrições estéticas.

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