sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TEM QUE OUVIR: Orbital - Orbital 2 (1993)

Até o final da década de 1980, era difícil enxergar apelo popular na música eletrônica. Ainda que já existisse um culto encoberto pelo trabalho do Kraftwerk e, tanto o synthpop quando a house music já tivessem mostrado suas garras, a típica e-music das raves só foi começar a despontar em paralelo ao crescimento das festas que ocorriam na Inglaterra no começo da década de 1990. Orbital 2 (1993) foi um dos grandes lançamentos desta época. Era (e ainda é) objeto imprescindível na prateleira de milhares de jovens sedentos por novos sons.


Aqui o que antes era apenas música eletrônica, vira subgêneros muitas vezes incompreendidos. Techno, acid house, ambient e trance, estilos tocados/produzidos não por uma banda, mas por dois DJs/produtores, que se escondem atrás de sintetizadores e outros aparatos eletrônicos para fabricarem a sua nova música.

Os irmãos Paul e Phil Hartnoll são os responsáveis pela obra. O duo usa loops e samples na construção de "Planet Of The Shapes", faixa que consegue soar dançante abordando motivos étnicos da música tribal e indiana em seus transcendentais 9 minutos. 

"Lush 3-1" e "Lush 3-2" viram juntas um épico que serve de preparação para a intensa "Impact", um clássico das primeiras raves. Sua batida intrincada representa um nítido desenvolvimento da música eletrônica. 

Assim como em "Lush 3-2", Kirsty Hawkshaw (Opus III, grupo techno contemporâneo do Orbital) empresta sua voz nos melismas microtonais de "Halcyon + On + On". O resultado é tão dançante quanto apaziguador. 

Ainda que trilhando um caminho segmentado, o Orbital ganhou respeito e relevância. Foi com eles que a música eletrônica começou a se popularizar, embora sem perder a inquietação típica da vanguarda musical.

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