segunda-feira, 21 de outubro de 2013

TEM QUE OUVIR: Suzi Quatro - Suzi Quatro (1973)

Uma das maiores qualidade do rock é de que ele não precisa soar "certinho" para ser bom. Muito pelo contrário, a atitude é que é o grande atrativo do estilo. No caso da Suzi Quatro, sobra essa característica, sendo seu homônimo disco de estreia, lançado em 1973, um verdadeiro terremoto no irritantemente machista mundo do rock.


Tudo bem, nesta altura do campeonato o estilo já havia se deparado com grandes nomes femininos - vide Janis Joplin e Grace Slick (Jefferson Airplane) -, mas a força por trás daquela garota linda de Detroit, de postura raivosa, no comando de uma banda formada por homens, era embasbacante. Empunhando de forma imponente o baixo, ela tocava, berrava e encantava os ouvintes, jogando para escanteio qualquer tipo de preconceito.

As composições do disco são calcadas no rock n' roll básico difundido pelo Status Quo e abusado posteriormente pelo AC/DC. É possível notar isso principalmente nas faixas em que o guitarrista Len Tuckey é o compositor, vide "Glycerine Queen" e "Shine My Machine", ambas simples na forma, mas energicamente eletrizantes na execução.

Os produtores Mike Chapman e Nicky Chinn também dividem as composições em duas ótimas canções, "Primitive Love" e "Can The Can". Vale destacar também a esquisita "Skin Tight Skin".

Entretanto, "48 Crash" é mesmo o carro-chefe do disco. Seu refrão pegajoso levou a música ao primeiro lugar de toda a Europa, influenciado milhares de garotas a entrarem no mundo do rock (não é mesmo, Joan Jett?).

Vestida de couro e com uma feição simpaticamente ameaçadora, como se fosse uma versão feminina do Marlon Blando em O Selvagem (1953), Suzi Quatro escancarou as portas para as mulheres no rock, fazendo isso com bravura e competência musical inquestionável. 

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