quinta-feira, 10 de outubro de 2013

0022: Black Sabbath - Black Sabbath (1970)

Amanhã tem show do Black Sabbath em São Paulo. Subirão ao palco para essa apresentação histórica 3/4 da formação original do grupo. O baterista Bill Ward não topou participar da reunião por questões: financeiras (segundo ele) ou/e física (segundo o restante da banda). Sendo assim, ele foi substituído pelo competente Tommy Clufetos.

Mas por que esse show causa tanta euforia e ansiedade em gente que até ontem detratava o heavy metal e mal sabia quem era o Geezer Butler (sendo que eu aposto que muitos continuam sem saber)? Além dos fatores banais que o evento proporciona - como doses moderadas de rebeldia rockeira e o status por participar de um privilegiado público que ficará diante de um patrimônio musical -, há uma questão nostálgica, até mesmo para uma juventude que sequer os pais tinham se conhecido quando a banda se separou no ano de 1979. Resumindo, o que faz o show do Black Sabbath ser algo tão importante é ficar diante de uma entidade musical que não é o mero hype do ano. Eles são os criadores de um fenômeno musical e social (por que não?) chamado heavy metal.

Gravado em poucas horas com baixo orçamento por quatro garotos pobres da cidade industrial de Birmingham (Inglaterra), o disco Black Sabbath (1970), lançado numa sexta-feira 13, trazia logo em seu início a tenebrosa faixa homônima "Black Sabbath". O clima aterrorizante proporcionado pelo som da chuva, o ritmo cadenciado tribal e a letra mística, foram inspirados nos filmes de terror que levavam milhares de pessoas aos cinemas para sentirem medo. Daí saiu o conceito genial da banda, arquitetado pelo letrista, baixista e "líder intelectual do grupo", Geezer Butler. E pode apostar, se ainda hoje a faixa não passa despercebida, há mais de 4 décadas atrás ela fez muito cidadão conservador se borrar de medo.

O riff em trítono - intervalo dissonante que chegou a ser proibido pela igreja católica - é um dos grandes feitos do guitarrista Tony Iommi. Sim, aquele mesmo que teve seus dedos amputados numa máquina de corte e que ainda sim continuou tocando seu instrumento.

Sua estrutura musical é simples, mas sua execução é furiosa. O mesmo pode-se dizer da interpretação vocal do Ozzy, que se por um lado não tem uma grande voz, por outro sempre soube dar vida as suas canções.

Por tanto, esqueçam a pesada "Helter Skelter" (The Beatles) e obscuros grupos como o Pentagram, o heavy metal definitivamente nasceu aqui!

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