sexta-feira, 13 de setembro de 2013

TEM QUE OUVIR: The Mars Volta - De-Loused In The Comatorium (2003)

Um dos estilos mais interessantes da década de 1990 é o post-hardcore. Dentre diversas boas bandas desta vertente, o At The Drive-In foi a que teve maior repercussão. Mas foi justamente quando o grupo encerrou as atividades que dois de seus integrantes chegaram no apogeu da criatividade. The Mars Volta e seu disco de estreia, o acachapante De-Loused In The Comatorium, é mais alto degrau do post-hardcore do novo milênio.


Abusando do prestígio que conseguiram no underground, Omar Rodriguez-López (guitarra) e Cedric Bixler-Zavala (voz) não se restringem a nada para alcançar a maturidade dentro do estilo. Para isso, contaram com a ajuda do baixista Flea (Red Hot Chili Peppers) e do espetacular baterista Jon Theodore para a confecção do álbum.

Ao bater no liquidificador hardcore, psicodelia, rock progressivo, música latina, fusion e até mesmo dadaísmo, surrealismo e expressionismo abstrato, De-Loused In The Comatorium é inspirado, conseguindo soar moderno sem ignorar a música do passado, e intenso ao ecoar a vida conturbada/junkie dos integrantes e amigos que rodeavam a banda, como Jeremy Ward, letrista e engenheiro de som do grupo, que morreu de overdose logo após o lançamento do disco, interrompendo a tour de divulgação. Mas quem inspirou as letras foi Julio Venegas, um viciado que ficou em coma por anos e que ao acordar decidiu por se matar.

Entre berros e sussurros, melodias e microfonias, viagens e virtuosismo, destacam-se "Inertiatic Esp", "Roulette Dares (The Haunt Of)", "Cicatriz Esp" e "Drunkship Of Lanterns", um hino da guitarra do século XXI. As músicas são uma mistura frenética de MC5, Hawkwind e Fela Kuti.

Produzido pelo lendário Rick Rubin, De-Loused In The Comatorium é a prova concreta de que o rock não só não morre, mas como também se atualiza nas mãos de músicos inquietos e competentes.

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