quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TEM QUE OUVIR: The Zombies - Odessey And Oracle (1968)

Na década de 1960, motivado pelo sucesso dos Beatles, um fenômeno de mão dupla ocorreu na indústria fonográfica. Ao mesmo tempo que centenas de grupos explodiam em criatividade, a maioria deles não passava do segundo disco. Uma crise se instalou e muitos dessas bandas passaram despercebidas do grande público. Com o surgimento das reedições em CD, grupos esquecidos ganharam prestigio, vide os Mutantes. Mas o maior símbolo deste fenômeno é provavelmente o The Zombies e seu primoroso Odessey And Oracle (1968).


Filhos da abençoada invasão britânica, os Zombies conseguiram com esse segundo e derradeiro álbum o exito artístico. Gravado no lendário Abbey Road - pouco depois da gravação do Sgt. Peppers -, o grupo chama atenção pelos arranjos, vide "Care Of Cell 44", faixa de produção profunda e vocais digno dos melhores momentos do Beach Boys. Isso acontece também na delicada "A Rose For Emely", que tem melodias que deixariam até mesmo Paul McCartney com inveja.

Assim como revela a capa, o álbum tem momentos singelamente psicodélicos, vide "Maybe After He's Gone", "Beechword Park" - um progressivo pré Procol Harum - e "Butcher's Tale". Já o pop perfeito, ultra melódico, barroco, com fantásticas harmonias vocais, cordas e até mesmo cravo, está presente nas ótimas "Brief Candles", "Changes" e "I Want Her She Wants Me". O álbum ainda guarda nas mangas um sucesso tardio, impulsionado pelo Al Kooper. Falo da irresistível "Time Of The Season".

Se com uma diferença de apenas três anos os Beatles evoluíram do Please Please Me (1963) para o Revolver (1966), imaginem infinitas obras-primas que não chegaram a ser lançadas por questões mercadológicas. Ainda assim, pérolas hoje tidas como cult sobrevivem. É o caso de Odessey And Oracle.

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