O disco de estreia do Lynyrd Skynyrd - que em seu criativo titulo explica a pronuncia do nome da banda -, é uma pérola do southern rock. Produzido pelo experiente Al Kooper, trazendo na sua formação três guitarras e um piano, e com o som calcado tanto no blues quanto na música country, a banda define uma estética que perdura até hoje.
Canções cheias de energia, com ótimos riffs e a grande voz do Ronnie Van Zant - vide "I Ain't The One" e "Gimme Three Steps" - são perfeitas para ouvir tomando cerveja num posto de gasolina no Sul dos EUA, com bandeiras dos confederados exposta num canto, vendo caminhonetes passar levando trogloditas republicanos e porcos mais amigáveis que seus donos. Uma imagem caricata, embora irritantemente possível.
A trilha sonora continua com o boogie "Things Goin' On" e a caipira/acústica "Mississippi Kid". Já o rock cheio de groove da "Poison Whiskey" tem em sua letra etílica uma história perfeitamente plausível para os sete branquelos da capa do disco.
Todavia, nada atinge mais em cheio o ouvinte que as maravilhosas baladas "Tuesday's Gone" e "Simple Man", ambas com lindas melodias, interpretação comovente e letras que retratam a cultura do interior rural americano.
Como se não bastasse, a clássica/emblemática "Free Bird" fecha o disco com seus mais de 9 minutos divididos entre uma parte melódica/reflexiva e outra transcendental/visceral. Seu longo solo, composto por Deus e psico-executado pelos guitarrista Gary Rossington e Allen Collins, é um retrato da época.
Influência declarada de grupos como Black Crowes e Pantera, o Lynyrd Skynyrd é mais que uma banda, é um patrimônio nacional norte-americano. Infelizmente, a história da banda após esse clássico foi trágica, culminando no terrível acidente de avião em 1977 que tirou a vida de Ronnie Van Zant e de outros integrantes da época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário