sexta-feira, 3 de maio de 2013

TEM QUE OUVIR: James Brown - Live At The Apollo (1963)

James Brown era um homem dos palcos. Ali ele encarna não só o excelente compositor e cantor, mas também o brilhante dançarino e entertainer. Óbvio que ele gravou excelentes discos de estúdio - como Sex Machine (1970) e The Payback (1974) - além de incontáveis singles, mas ele não ganhou o titulo de "homem que mais deu duro no show business" à toa. O ao vivo Live At The Apollo (1963) é o seu registro definitivo em seu habitat natural.


O show começa ainda antes do James Brown subir ao palco. Sua tradicional apresentação - feita pelo mestre de cerimonia Fats Gonder - é um grande aperitivo para a platéia enlouquecer. Mas nada se iguala a sequência avassaladora de músicas que vem a seguir. A cheia de groove "I'll Go Crazy", a bela "Try Me" e a energética "Think" servem como anfetamina e fazem os ouvintes chacoalharem os esqueletos.

The Famous Flame, grupo que acompanhava James Brown, dá uma aula de harmonia vocal em "I Don't Mind". Alias, a banda do Padrinho do Soul merece destaque. O entrosamento do grupo com o cantor é espantoso, vide a espetacular "Lost Someone", canção sublime de pura interação com a plateia. Isso para não mencionar toda a energia singular do James Brown ao cantar. Uivos, berros e gemidos fazem parte de seu leque interpretativo.

No "Medley", temos duas de suas melhores e mais famosas composições do artista, a dramática "Please, Please, Please" e da poderosa "You've Got The Power". Encerrando o disco/show, a maravilhosa "Night Train", um frenético funk dançante.

Bancado e produzido pelo próprio James Brown com resistência da gravadora, Live At The Apollo foi um grande sucesso comercial e representa a excelência de um dos grandes ícones da música de todos os tempos.

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