É preciso lembrar também dois fiascos que aconteceram no Brasil. O primeiro foi a Fiona Apple cancelando um show devido seu cachorro estar doente. O segundo foi a imperdoável organização (ou seria desorganização) do Festival Metal Open Air, que com exceção de raras apresentações (do Megadeth, por exemplo), sequer saiu do papel, prejudicando um enorme público que até agora não teve seus direitos ressarcidos.
Entre os vários artistas que infelizmente perdi os shows e portanto não estarão na minha lista melhores do ano estão: Billy Cobham, Return (do Chick Corea, Stanley Clarke e Lenny White), Crosby Stills & Nash, Jack Bruce, Mark Farner, Dave Holland, Larry Graham, Tony Allen, Charles Bradley, Black Oak Arkansas, Suicidal Tendencies, Bob Dylan, Roger Waters, Blue Oyster Cult, Kiss, Joe Bonamassa, Slash, Richie Kotzen, G3 (com Satriani, Petrucci e Steve Morse), Red Fang, Mogwai, Tame Impala, Skrillex, Justice, Kraftwerk, Ryuichi Sakamoto, Jane's Addiction, Arctic Monkeys, Cee Lo Green, Pulp, Joss Stone, Lady Gaga e Madonna. Fora o encontro do Barão Vermelho, a reunião de todos os integrantes dos Titãs, as sempre raras aparições dos Racionais MC's, a reunião da formação do Tudo Foi Feito Pelo Sol dos Mutantes, as comemorações do Som Imaginário, a mini-tour do Planet Hemp, a Trilogia da Guitarra Brasileira (formada por Hélio Delmiro, Heraldo do Monte e Olmir "Alemão" Stocker), a reunião do Lanny Gordin com Pepeu Gomes e Luiz Carlini, além da formação original do primeiro disco do Jards Macalé (contendo Lanny Gordin, Tutty Moreno e Sizão Machado). Ou seja, perdi inúmeros eventos interessantes.
Todavia, ainda sim consegui presenciar bons shows. Confira alguns deles na lista abaixo.
Obs: não separei por ordem qualitativa.
Bassnectar - Lollapalooza
Rolando quase em paralelo ao show decepcionante da Joan Jett (apesar das boas composições, achei tudo muito frio e calculado), a apresentação de um até então desconhecido Bassnectar acabou tornando-se uma das grandes revelações do ano. O som estava impecável, as interseções dele são de um peso absurdo (com direito a citação de Nirvana e Metallica no meio de um dubstep avassalador), o reduzido público do palco estava numa vibração intensa... ou seja, estava tudo perfeito naquele exato momento, sendo que o Bassnectar soube dominar a situação. Foi pesado!
Foo Fighters - Lollapalooza
Se tem uma coisa de que o Foo Fighters não pode ser acusado é de não saber fazer um grande show. O repertório da banda é cheio de hits, a execução é cheia energia, tem momentos de improvisação e a presença do Dave Grohl é sempre bem vinda.
Anthrax - HSBC
Esse foi sem dúvida o show com volume mais alto que eu já assisti na minha vida (e eu já assisti o Motörhead), sendo que em alguns momentos soava até mesmo perturbador. Essa porrada sonora coerente ao repertório da banda foi um alivio após o fraquíssimo show do desfigurado Misfits. O mais puro e brilhante thrash metal.
Robert Plant - Espaço das Américas
Antes de tudo é preciso ressaltar o bom lugar que é o Espaço das Américas (porte médio e de acesso fácil ao metrô), o belo show de abertura do Marcelo Jeneci e a companhia da minha irmã. Tudo isso para ver o show de uma das poucas lendas do rock ainda relevantes. Assistindo o show do Plant é fácil entender o porque dele não querer a volta do Led Zeppelin. Sua carreira hoje está muito mais ligada a world music do que exatamente ao rock. O caldeirão de música africana, oriental e até mesmo eletrônica, se misturam brilhantemente em composições encorpadas. Sua banda é impecável (com destaque para os dois ótimos guitarristas) e seu timbre vocal, embora sem a mesma potência, continua belíssimo. Além de tudo isso, é especial assistirao vivo canções como "Friends", "Ramble On", "Whole Lotta Love" e "Going To California", sendo que essa última foi emocionante. Histórico ocorrer uma apresentação dessas no Brasil.
A Bolha - Virada Cultural
Dentre os mais legais shows nacionais que assisti (teve Mutantes, Made In Brazil, dentre outros) o melhor de todos (e pouco comentado) foi o brilhante encontro da Bolha, lendária banda dos anos 70. As composições por si só já valem o espetáculo, sendo que a ótima execução dos músicos ajudou a evidenciar essa mistura de rock progressivo com música brasileira. Mais uma vez a plateia estava em total sintonia com a banda, fato raro para a Virada Cultural.
Que 2013 seja recheado de mais show!
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