sábado, 22 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Iggy Pop - The Idiot (1977)

The Idiot é o primeiro disco solo do Iggy Pop, anteriormente líder da banda de proto-punk, The Stooges. O álbum foi lançado em 1977, no auge do movimento punk, embora o disco esteja mais ligado a sonoridade pós-punk. Ou seja, se tem uma obra que representa as evoluções do punk rock é The Idiot.


Produzido por David Bowie - que paralelamente desenvolvia sua Trilogia de Berlim -, o álbum tem forte influência dos grupos de krautrock e flerta diretamente com a música do Brian Eno, que na época trabalhava com o Bowie. 

A mão do camaleão é sentida logo de cara no funk desconcertante "Sister Midnight", que tem a guitarra ríspida do Carlos Alomar. É preciso dar atenção também para "China Girl", que anos depois faria sucesso na voz do Bowie, aqui numa versão espetacular, num crescente tão dançante quanto sombrio e atmosférico. 

As letras fúnebres de Iggy aparecem nas obscuras "Nightclubbing" (com guitarras impressionantes do Phil Palmer) e "Funtime" (com aquele ritmo hipnotizante em 4/4 tão comum das bandas alemãs, posteriormente chamado de motorik, além de menção no título ao segundo álbum do Stooges). Já "Baby" expõe uma atmosfera quase noir. Essa sequência é o ponto alto do disco.

Em "Tiny Girls", após um bela introdução de sax (tocado pelo Bowie), Iggy Pop ataca de crooner. Composições longas como "Dum Dum Boys" e "Mass Production" tem arranjos extremamente bem estruturados, soando até mesmo impressionantes para um artista em plena luta contra o vício em heroína. 

The Idiot reergueu a carreira do Iggy Pop, deu ainda mais relevância para David Bowie e influenciou bandas como Depeche Mode, Nine Inch Nails e Joy Division, sendo que foi ouvindo a obra que Ian Curtis se matou. Emblemático!

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