sábado, 17 de novembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Stone Temple Pilots - Core (1992)

É comum ótimos discos serem postos de lado em comparação a outros lançamentos do mesmo período. Mas isso não necessariamente é demérito da obra. É o que acontece com Core (1992), álbum de estreia do Stone Temple Pilots, que apesar da sua excelência, sempre ficou as margens da trinca grunge Nevermind (Nirvana), Ten (Pearl Jam) e Dirt (Alice In Chains).


As três faixas que abrem o disco, "Dead & Bloated", "Sex Type Thing" e "Wicked Garden", evidenciam o peso da banda e a produção primorosa. O talentoso guitarrista Dean DeLeo constrói riffs espetaculares e extrai timbres maravilhosos de seu instrumento. "Sin" e "Naked Sunday" continuam evidenciando as boas composições, todas puxadas para um hard rock moderno e com ótimo desempenho dos quatro integrantes.

Entre os maiores hits do disco - e da banda - está a balada "Creep", em que o afetado/junkie/problemático/talentoso vocalista Scott Weiland expõe seu timbre bastante particular. A ótima "Plush" também fez bastante sucesso, chegando a passar constantemente na programação da MTV. 

Assim como nas outras bandas do movimento grunge, a heroína aparece atormentar o vocalista na letra de "Crackerman". Mas é a excelente "Where The River Goes" que fecha o álbum, mais uma vez soando visceral, com destaque para a linha de baixo do subestimado Robert Deleo e a bateria quebrada de Eric Kretz.

Com composições cativantes, interpretação sincera e a produção robusta do Brendan O'Brien, Core foi fundamental para estabelecer a movimento grunge dentro da história do rock, embora muitos tenham acusado a banda de terem "embarcado" numa "onda que não era deles", visto que nem de Seattle eles eram. Fato é a qualidade e a influência da obra em bandas como Silverchair, Creed, Nickelback, dentre outros grupos daquilo que ficou conhecido como post-grunge, ainda que esse fator não seja exatamente algo positivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário