domingo, 18 de novembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Love - Forever Changes (1967)

1967 foi o definitivamente o ano do rock psicodélico. Para comprovar, basta ver os discos lançados pelos Beatles, Cream, Jimi Hendrix Experience, Pink Floyd, Jefferson Airplane e até mesmo pelo cantor folk Donovan. Dentre tantas pérolas, o cultuado Forever Changes do Love merece destaque especial.


Ao contrário de boa parte das bandas psicodélicas que propunham uma viagem sônica através da acidez timbristica, o Love optou por produzir transe na leveza dos arranjos, recheados de violões e orquestrações. Esse diferencial tornou a banda bastante conhecida dentro da cena de Los Angeles.

A exuberante "Alone Again Or" por si só já vale o disco. Sua melodia é uma mistura da música mariachi com Ennio Morricone e Prokofiev. É interessante notar que ela é de autoria do guitarrista Bryan MacLean e não do principal compositor da grupo, o genial cantor/guitarrista Arthur Lee. Outra faixa que pertence a MacLean é a maravilhosamente bucólica "Old Man".

"A House Is Not A Motel" evidencia o ótimo desempenho da cozinha formada por Ken Forssi (baixo) e Michael Stuart (bateria), além de conter um intenso solo de guitarra do Johnny Echols.

A sofisticação e delicadeza dos arranjos aparecem claramente em "Andmoreagain" (de melodia lindíssima), "The Red Telephone" (de melodia surreal) e "The Good Humor Man, He Sees Everything Like This" (de construção cinematográfica).

Já faixas como "The Daily Planet" e "Live And Let Live" têm os pés calcado no folk rock, mas com doses lisérgicas nada moderadas. Vale ainda se atentar para a curiosa "Bummer In The Summer", com direito a vocais que remetem ao que foi feito posteriormente no rap.

Forever Changes é um clássico de beleza radiante. Não por acaso foi extremamente influente para artistas/grupos como Jim Morrison, Robert Plant, Pink Floyd, Echo & The Bunnymen, Stone Roses, Primal Scream, Yo La Tengo, dentre outros.

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