quarta-feira, 14 de novembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Neil Young - Harvest (1972)

Diversos singer-songwriters lançaram ótimos trabalhos em 1972, vide Stephen Stills, Tim Buckley, Nick Drake, Paul Simon e Randy Newman. Mas quem saltou aos ouvidos foi Neil Young, que lançou o genial Harvest, ainda hoje seu disco de maior sucesso comercial.


Gravado num rancho que acabara de comprar - com exceção das orquestrações - e com músicos de estúdio de Nashville - tendo em vista que sua banda de apoio, a excepcional Crazy Horse, na época estava trabalhando num disco próprio - Neil Young deixou a guitarra de lado e concentrou-se em canções intimistas ao violão.

"Out On The Weekend" abre o álbum com os pés fincados na música country. Os timbres de violão, pedal steel e gaita são tão maravilhosos que transportam o ouvinte para uma paisagem rural americana. O mesmo acontece na balada melancólica e campestre "Harvest".

O fabuloso arranjo de "A Man Needs A Maid" chega a ser cinematográfico, tamanha a delicadeza e ousadia na orquestração (feita pela Filarmônica de Londres). Isso vale também para a tensa "There's A World".

A clássica "Heart Of Gold" traz toda a desenvoltura do Neil Young enquanto violonista. A música atingiu o público em cheio, contribuindo diretamente para o sucesso do disco. É interessante notar os backing vocals feitos por James Taylor (que também tocou banjo) e Linda Ronstadt. Ambos participam também na emblemática "Old Man".

"The Needle And The Damage Done" é uma composição de beleza ímpar e expõe toda a intimidade de Neil Young com a perda do seu amigo Danny Whitten, guitarrista do Crazy Horse, que sofreu uma overdose de heroína.

Outra faixa emblemática é "Alabama", critica direta aos sulistas mais conservadores e, indiretamente, ao Lynyrd Skynyrd, criando uma lenda de intrigas e adoração por parte do Neil Young e da banda de southern rock.

"Words (Between The Lines Of Age)" encerra o disco brilhantemente com mais uma composição ousada e delicada, recheada de solos intensos de guitarra, uma entre tantas marcas registradas de Neil Young.

Obra-prima emocionante feita por um dos maiores compositores do século XX. Clássico absoluto!

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