quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TEM QUE OUVIR: The Cure - Pornography (1982)

Quando pensamos na música gótica, o The Cure imediatamente surge em nossas mentes. Além de sua grande popularidade e visual característico - maquiagem escura, palidez mórbida e roupas pretas -, o que gera essa associação imediata são suas soberbas composições e a enorme contribuição para o desenvolvimento do estilo. O clássico álbum Pornography (1982) representa muito bem tais qualidades.


O timbre de bateria eletrônica característico do pós-punk surge logo na faixa de abertura, a espetacular "One Hundred Years", onde Robert Smith demonstra sua subestimada competência enquanto guitarrista. No que diz respeito ao lado melancólico de compositor, ele deixa aflorar toda sua dramaturgia tenebrosa nas letras de "Siamese Twins" e "The Figurehead".

O instrumental da desesperada "A Shot Term Effect" é completamente esquizofrênico. Sua simplicidade rítmica minimalista se contrapõe a uma produção experimental. Isso também ocorre na longa "Pornography", repleta de sons sobrepostos.

A mais acessível faixa do disco (e ainda assim bastante psicodélica) é a goticamente dançante "The Hanging Garden", dona de baixo poderoso do Simon Gallup. Em contrapartida, músicas como "A Strange Day" (belissimamente escrita) e "Cold" (que muito inspirou o black metal) soam extremamente depressivas, guiando milhares de jovens para festas obscuras nos menores porões ingleses.

Pornography é o maior clássico dentro da extensa discografia do The Cure, grande parte devido a honestidade de um criador talentoso chamado Robert Smith. Sua contribuição para o rock alternativo e cultura pop é imensurável.

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