1º: Aos 64 anos ela decidiu se aposentar dos palcos. Tudo indica que Rita continuará a compor e gravar, mas daqui pra frente não fará mais grandes shows (talvez algumas pequenas apresentações).
2º: Rita Lee foi presa naquele que era seu último show após insultar, com razão, alguns policiais. Isso é o que chamo de fechar a carreira com chave de ouro.
Entretando, não vou me estender na polêmica do caso com a polícia. Prefiro relembrar algumas das belas canções que Rita Lee gravou ao longo de sua carreira.
Obs: Não acompanhei a carreira solo da Rita Lee após o disco Saúde (1981). Sendo assim, tratarei aqui só de velharia.
Antes de tudo é preciso lembrar um dos grandes momentos da música brasileira, que é a participação dos Mutantes no emblemático disco/manifesto Tropicália ou Panis Et Circense (1968). Com guitarras carregas de fuzz - numa época em que se fazia passeata contra a guitarra elétrica -, arranjos complexos e a voz doce de Rita, os Mutantes foram cruciais para o movimento Tropicalista.
É sempre legal lembrar que os Mutantes também acompanharam Gilberto Gil na música "Domingo No Parque" no lendário festival da Record.
Para terminar a "seção Mutantes", uma faixa do último álbum dela com grupo. O disco é o Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets (1972) - qualquer semelhança com o blog não é mera coincidência - e a música é a doce "Vida de Cachorro".
Ainda quando fazia parte dos Mutantes, Rita Lee lançou um belo disco solo chamado Build Up (1970). Quem gravou as guitarras deste álbum foi o genial Lanny Gordin.
Logo quando saiu dos Mutantes, Rita Lee montou uma dupla de folk rock com a talentosíssima Lucinha Turnbull, cantora e guitarrista que chegou acompanhar Gilberto Gil na época do Refazenda. Essa parceira foi nomeada de Cilibrinas do Éden e desencadeou posteriormente no Tutti-Frutti.
Com o Tutti-Frutti, banda do espetacular guitarrista Luis Carlini e do grande baixista Lee Marcucci, Rita gravou o genial Atrás do Porto Tem Uma Cidade (1974)...
...e o emblemático Fruto Proibido (1975), disco esse que continha o genial baterista Franklin Paolillo (no disco anterior quem gravou as baterias foi o Mamão, lendário baterista do Raul Seixas e Azymuth). O álbum foi um sucesso enorme da época do lançamento e permanece com um dos grandes clássicos do rock nacional.
Pra finalizar, não seria justo ignorar o lado mais pop da Rita. No seu trabalho de 1979, a cantora inicia sua parceria com Roberto de Carvalho e mostra seu talento apurado para compor hits. Ótima produção radiofônica do Guto Graça Mello. Teria as gravadoras investido no tal BRock 80 se poucos anos antes a Rita Lee não tivesse mostrado a fórmula para se fazer dinheiro com pop rock?
Dai pra frente não acompanhei a carreira da Rita tão bem, ainda assim, nas fases citadas, já temos uma porção de músicas sensacionais que escreveram definitivamente o nome de Rita Lee na história da música brasileira.
Uma boa aposentadoria para a eterna rainha do rock brasileiro.
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