quarta-feira, 8 de junho de 2011

TEM QUE OUVIR: Slayer - Reign In Blood (1986)

Escolher um disco definitivo do Slayer é relativamente fácil. Apesar da importância do Show No Mercy (1983) e da excelência dos espetaculares Seasons In The Abyss (1990) e God Hates Us All (2001), Reign In Blood (1986) é o clássico incontestável. O álbum ainda hoje é uma aula de como compor, tocar e produzir thrash metal.


"Angel Of Death" abre o disco. Apesar de já ter escutado a canção dezenas de vezes, ainda sinto elevado grau de perturbação quando ouço o primeiro acorde. Digo isso porque, além da faixa ser de violência musical incomum para a época, a produção dela é nítida. Mérito do lendário Rick Rubin. A letra trata de assuntos relacionados aos campos de concentração nazistas, mais precisamente o de Auschwitz. Prato cheio para quem gosta de problematizar o heavy metal. Não faltou acusações contra a banda.

Honestamente, acho desnecessário comentar faixa por faixa, tendo em vista que o que ouvimos a seguir é uma repetição da porradaria avassaladora do Slayer, outrora assustadora e polêmica, hoje de êxito artístico inquestionável.

Da segunda faixa ("Piece By Piece") até a nona ("Postmortem"), o que temos é a dupla Kerry King e Jeff Hanneman - principais compositores da banda - disparando um riff mais desgraçado que o outro. O baterista Dave Lombardo acompanha tudo isso com viradas alucinantes e bumbos numa velocidade inovadora. Com isso, Lombardo fez história e tornou-se um dos bateristas mais influentes e respeitados do metal.

O baixo simples e eficaz de Tom Araya fica em segundo plano quando ele começa a berrar alucinadamente letras que falam sobre guerras, religiões, assassinatos, distúrbios mentais e outros temas que aterrorizaram as famílias mais conservadoras. Uma música que representa muito bem todas essas características da banda é a clássica "Raining Blood", que contém um dos riffs mais famosos da história do metal, encerrando o disco impecavelmente.

Mesmo que o thrash metal não seja o seu estilo predileto, a audição de Reign In Blood é recomendável, até porque este disco de apenas 30 minutos não entrega um peso caricato, mas sim o que de mais insano e genuíno foi produzido até hoje. Isso tudo sem apelar para grandes avanços tecnológico. O peso vem de seres humanos, que tocam seus instrumentos com uma ferocidade absurda. A brutalidade musical prevalece e os apreciadores da música extrema agradecem.

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