The Ex
Banda holandesa esquisitíssima que mal conhecia. Peguei pra ouvir alguns discos supostamente aclamados. Foram eles: Tumult (1983), daqueles álbuns de punk/”no wave” abrasivos, onde guitarras ruidosas e ritmos rudimentares servem canções de teor político. É raivoso e, de algum modo, serve de alicerce pra energia do rock industrial. Guilhotinante! Dizzy Spells (2001), e embora eu tenha feito um salto temporal, vale dizer que a banda continuou produzindo, apenas aparentemente não tiveram o mesmo holofote (e não sou eu que darei neste momento). Aqui de cara me chamou atenção a produção do Steve Albini (que já havia trabalhado com o grupo anteriormente). Eu não sei o que aconteceu neste meio tempo, mas aqui o som me remeteu de certa forma ao Fugazi. Bem foda. Um post-hardcore/art-punk de tiozinhos. Pra finalizar, peguei o Turn (2004), mais um com produção do Steve Albini. Vi que ele teve resenhas muito positivas quando saiu. Realmente é muito legal, contendo um trabalho de guitarras primoroso, tanto ao soarem ruidosas, quanto ritmicamente “funkeadas”. Todavia, o destaque fica pelo uso de baixo acústico em meio a energia punk (art-punk) da banda. O baixista chega a fazer uso até mesmo do arco. Isso enquanto o vocalista hipnoticamente/ritmicamente declama suas letras. Disco longo, abrasivo e muito singular. Aliás, a banda como um todo é peculiar.
Teenage Fanclub
A banda vai tocar no Brasil, então aproveitei pra revisitar alguns discos da banda e cheguei a conclusão que, depois do clássico inegável Bandwagonesque (1991), o grande álbum do grupo é o Songs From Northern Britain (1997), onde a fusão de Byrds com Big Star se faz presente de forma soberba. As composições são maravilhosas. Fora quem tem aquela sonoridade de guitarra rickenbacker e os baixos pontualmente brilhantes do Gerard Love (que tanto faz falta no grupo).
The Pharcyde
Tenho impressão que esse grupo é negligenciado entre os atuais fãs de rap. De algum modo me coloco como parte disso, visto que só conhecia seu clássico debut. Peguei pra ouvir o Labcabincalifornia (1995) e gostei bastante. Com samples de jazz e flows irresistíveis (ora até melódicos), eles soam mais “musicais” e menos incisivos que outros grupos contemporâneos. Mas não me entenda mal, não se trata de uma diluição do gênero, mas de uma personalidade e escolha estética embutida nas produções e performances. Por mais aparentemente “convencionais” que soam os beats, eles são muito exitosos. Discão.
Ry Cooder & Manuel Galbán
Vi um vídeo em que o Rodrigo Suricato fala sobre como o estilo “mastigado” de alguns guitarristas da personalidade timbristica, interpretativa e de fraseado. São muitos os exemplos, mas ele recomendou o disco Mambo Sinuendo (2003). E essa característica fica realmente evidente. Ambos guitarristas tocam fluidamente, atrasando e "rastiando" algumas notas. Vale conferir, independente dessa questão técnica guitarristica.
Thin Lizzy
Com a morte do John Sykes, peguei pra ouvir um dos grandes discos que ele participa e, até então, não tinha dado bola: Thunder & Lightning (1983), conhecidamente de uma fase menos inspiradas do Thin Lizzy, embora ainda com boas canções, ora até mesmo numa pegada mais heavy. O guitarrista é realmente o destaque no disco. Vale conferir.
Gabriel O Pensador
Gabriel O Pensador (1993). Ronald Rios falou bem desse disco e eu, estarrecido, fui ouvir. Que fique claro: quando criança eu gostava do Gabriel O Pensador. O Quebra-Cabeça (1997) fez muito sucesso na época, principalmente com a minha geração, sendo que não nego sua contribuição comercial para o rap no país. Acho ok também ele mostrar uma face nem tão sisuda do gênero. Entretanto, na minha lembrança, ele não era um rapper tão consistente para ser defendido em 2025. MAS FUI OUVIR. Primeira coisa que chama atenção é que, não por acaso, o branco da cena é o que conseguiu lançar o disco com a melhor produção. Inclusive tem a mão do DJ Memê nos beats. Por sua vez, o flow do Gabriel eu acho cansado, muito por sua performance, meio sem emoção. Ele até tem sacadas líricas, mas não transmite confiança. Algumas faixas envelheceram mal (o que é normal) e outras exalaram um sentimento de "culpa" (sou branco e playboy, mas tamo junto pessoal), mas confesso que achei "Abalando" uma tremenda abertura, que inclusive tem um tema que funciona muito bem atualmente e, chego a desconfiar, que o Gabriel cairia em contradição ao defende-la. É isso. Valeu ouvir. Valeu o textão. Não pretendo reouvir nunca mais.
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