terça-feira, 9 de junho de 2020

Música Medieval

Há alguns anos - eita blog velho! -, fiz uma breve seleção de compositores renascentistas. (veja aqui). Só agora dei continuidade a essa "análise histórica" bastante superficial, diga-se de passagem.

Todavia, a verdade é que pulei o capítulo inicial, o da música medieval, que ocorreu entre os séculos IX e XIV, ou seja, quinhentos anos de produção artística.

Vale dizer que sou um leigo. Minhas pesquisas são rasteiras e individuais. Ou seja, sintam-se livre para colocar observações nos comentários.

Dito isso, reouvi algumas canções que não explorava há muito tempo. São obras que deram luz a música ocidental, principalmente na Grécia. É evidente que, desde que o homem é homem, sempre houve o ímpeto pela música. Fosse um grunhido, um som corporal, ritmo primitivo ou até mesmo a imitação de outros animais, desde que houvesse uma intenção puramente sonora, a música já estava acontecendo.

Epitáfio de Seikilos
Eis a primeira música da história. Ou melhor, a primeira composição completa que se tem notícia. Essa correção é válida pois a humanidade certamente já explorava a arte de combinar sons e silêncio muito antes desta composição (algo entre 200 a.C até 100 d.C). Entretanto, como essas músicas não sobreviveram hereditariamente e nem foram registradas em qualquer tipo de escrita musical, coube ao "Epitáfio de Seikilos" essa honra.
Atenção para o uso de melodias uníssonas de voz e algum instrumento de corda que não sei dizer qual é.

Euripides, Stasimon From Orestes
Eis um registro de uma música feita para uma peça de teatro grego que sobreviveu com o tempo. Embora fazendo uso de harmonia em acordes que surgem pontualmente, o coro vocal mais uma vez é em uníssono.
Vale uma curiosidade: os Titãs fizeram uso da melodia da composição na introdução de "Fazer o Quê?". Nunca li isso em nenhum lugar, mas a referência é óbvia.

O canto gregoriano (conhecido também como cantochão) é a base da música medieval. Sua estrutura é monofônica, em latim, entoada por voz masculina (muitos deles monges e, se necessário para alcançar tessituras agudas, castratis) e interpretado em rituais sagrados (ou seja, música sacra/eclesiástica), as canções utilizam intervalos próximos e muitos melismas.

Vale dizer que dentro da música sacra, muitos autores não assinavam as composições, visto que elas eram feitas não para receber crédito, mas sim com propósito sagrado. Entretanto, dois compositores deste período ficaram conhecidos: Léonin e Pérotin, ambos associados a Catedral de Notre-Dame, mas também as universidades. Suas músicas representam a ars antiqua e demarcam o início da polifonia, que por estar no início de sua exploração, ainda soa um tanto quanto monótona, embora perfeitamente consoante e modal. Essa polifonia representa uma ruptura formal.

Basicamente é isso que conheço sobre música medieval. Há também algumas canções que deduzem o que era a música profana/popular e folclórica do período (muito ligada a bardos e trovadores), mas honestamente não saberia o que citar. 

Mais uma vez lembro, sintam-se livre para me corrigir ou contribuir com informações nos comentários. Obrigado.

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