quarta-feira, 30 de outubro de 2019

TEM QUE OUVIR: Sam Cooke - Live At The Harlem Square Club, 1963 (1963 - 1982)

Nos pouco mais de 10 anos de carreira, Sam Cooke produziu diversas pérolas da soul music. Todavia, lançado tardiamente em 1982, Live At The Harlem Square Club, 1963 sobrevive como principal registro deste cantor fabuloso.


Gravado pouco mais de um mês antes do James Brown lançar seu histórico Live At The Apollo, o álbum do Sam Cooke expõe o momento efervescente na música negra americana, principalmente em cima dos palcos.

Com sua voz tão poderosa quanto arranhada, Sam Cooke põe Harlem abaixo com "Feel It", um rhythm and blues repetitivo e gorduroso.

O entrosamento da banda com a plateia é primoroso, vide o que acontece na jovialmente amorosa "Chain Gang", uma elegante faixa pop de sonoridade orgânica. Destaque para as levadas de bateria do Albert "June" Gardner.

"Cupid" é ainda mais melosa, mas não menos irresistível. Dá para imaginar todo o público dançando com o affair. Detalhe para o erro no final na canção, o que traz um charme espontâneo para a gravação.

Após berros profundos com seu timbre musculoso, Sam Cooke coloca o auditório todo para cantar "For Sentimental Reasons". Um dos registro ao vivo mais emocionantes que você poderá escutar.

O arranjo dos metais e a interpretação vigorosa da banda em "Twistin' The Night Away" é a base do rock n' roll. Incontáveis grupos tentaram emular essa sonoridade ainda hoje.

O blues rola solto na sacolejante "Somebody Have Mercy", com direito a solo de sax do King Curtis. Já o arranjo espaçado e crescente de "Bring It On Home To Me" abre espaço para o Sam Cooke não economizar sua voz.

Fecham o espetáculo o hit "Nothing Can Change This Love" (atenção para a guitarra rítmica inquietante do Cornell Dupree) e a obviamente festival "Having a Party". Um desfecho à altura de todo o restante.

Infelizmente, um estranho homicídio pois fim na vida deste que foi dos mais brilhantes entertainment da música. Ficou esse disco como documento histórico.

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