segunda-feira, 26 de novembro de 2018

TEM QUE OUVIR: John Lennon - Imagine (1971)

Não sei como funciona para a maioria das pessoas, mas para mim, antes mesmo de saber do passado do John Lennon enquanto integrante dos Beatles, eu já o reconhecia ao piano no clipe de "Imagine". Isso talvez seja mais comum na minha geração (nascido na década de 1990), mas aponta para algo indiscutível, que é a força da sua carreira solo.


Imagine (1971) é o segundo álbum solo do John Lennon após o término dos Beatles. Seu sucesso entre critica e público foi arrebatador. Muito disso graças a já citada faixa que nomeia o álbum, uma composição de arranjo enxuto e simplicidade melódica. E por mais que a letra em seu imaginativo utópico pareça ingênua, para época ela soa bastante incisiva. Goste você ou não, um clássico da canção popular mundial.

A música folk britânica se manifesta na contagiante "Crippled Inside", com direito a ótimo piano do Nicky Hopkins e a guitarra slide do George Harrison, que volta a aparecer na delirante "Gimme Some Truth" (espetacular interpretação vocal do John). Alan White, Jim Gordon e Klaus Voormann também dão as caras no disco.

É nítida a mão do lendário Phil Spector na produção do álbum. Isso fica explicito na reverberosa (total wall of sound) "I Don't Wanna Be A Soldier Mama".

"Jealous Guy", composta ainda na época dos Beatles, é das mais bonitas baladas do John Lennon. Seu assovio somado ao arranjo de cordas é inesquecível. Já sua performance abrasiva na guitarra blues de "It's So Hard" evidencia sua subestimada qualidade nas seis cordas.

Vale destacar ainda sua parceria com a Yoko Ono na bonita "Oh My Love", sua cutucada desnecessária no Paul McCartney na sensacional "How Do You Sleep?" e a belíssima "How?", dona de arranjo e melodia exuberantes.

De discografia solo irregular, com direito doideras chatíssimas lançadas em parceria da Yoko, Imagine é o ponto alto da carreira solo do John Lennon, transcendendo musicalmente a icônica faixa título.

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