Lendo as enciclopédias do rock, temos a impressão de o rock no Reino Unido começou com as bandas da chamada Invasão Britânica (Beatles, Rolling Stones, The Who, dentre outras). Isso é no mínimo uma injustiça com o grande Cliff Richard.
Embora não seja compositor, Cliff Richard foi um cantor de enorme talento. Nos momentos mais vigorosos, estava a altura do Elvis Presley; nos momentos mais delicados, não faria feito ao lado de Roy Orbison. Isso sem falar que as meninas o achavam um tremendo boa pinta. Restou aos garotos quererem ser ele.
Se as qualidade de Cliff Richard são inegáveis, mais inquestionável ainda era a excelência de sua banda, os lendários The Shadows, grupo de carreira aclamada mesmo distante do cantor. Não por acaso Hank Marvin é tido como um dos pilares da guitarra inglesa.
Para conhecer a obra deste rockeiro britânico, recomendo Cliff's Hit Album, uma coletânea lançada em 1963 (ano de estreia dos Beatles), contendo singles de sucesso do cantor gravados entre 1958 e 1961, distribuídos no álbum em ordem cronológica. O disco fez enorme sucesso, ficando em segundo lugar nas paradas do Reino Unido. Isoladamente, nenhuma faixa ficou abaixo da terceira posição.
"Move It" eleva o astral, enquanto "Livin' Doll" deixa explicita as qualidades interpretativas e timbristicas de Cliff. No álbum ainda temos a força jovial de "Please Don't Tease", o ritmo oriundo do skiffle em "I Love You", os backing vocals e a guitarra adorável de "Theme For A Dream", a linda "When The Girl In Your Arms" e o sucesso avassalador (e de sensacional arranjo) "The Young Ones".
Influência declarada de Jimmy Page, Ozzy Osbourne, Brian May, Mark Knopfler, Ritchie Blackmore e tantos outros, esse disco ajuda a explicar a importância e evidência as qualidades de um artista subestimado fora do Reino Unido.
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