quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

RETROSPECTIVA 2017: Lançamentos (Incluindo os MELHORES DISCOS DO ANO)

Mais um ano se passou e mais uma lista que ninguém pediu dá as caras. É hora do País do Baurets expor sua seleção de melhores discos de 2017.

Reconheço que citar mais de 100 discos de um único ano é exagero, ainda mais nos tempos atuais em que tudo parece ser tão descartável (não enquanto obra, mas enquanto hábito de escutar um disco). Todavia, não deixaria de postar algo bacana só para me enquadrar num número pré estabelecido.
Apesar da grande quantidade de álbuns, fiz descrições (não são criticas, muito menos resenhas, são descrições) curtinhas dos discos, justamente por entender que, embora as pessoas tenham sede de conhecimento, nem todos tem tempo/interesse/prazer de ouvir todos os lançamentos um a um, muito menos de ler a minha irrelevante opinião sobre tais obras. 

Mesmo assim tá ai, o trabalho sujo está feito. Com direito a uma faixa destaque de cada disco para os mais preguiçosos (exceto nos "MELHORES DISCOS DO ANO", ao menos esses escutem inteiro).

Mais que uma crítica, esse post é um apoio para quem quer caçar uma novidade (e um HD externo para mim mesmo catalogar minhas audições/preferências).

Separei tudo em ordem alfabética. Nacionais e internacionais, tudo misturado. Sem pódio de chegada ou beijo de namorada. Acho que assim fica mais fácil para procurar algum lançamento específico. 


MELHORES DISCOS DO ANO (SEGUNDO EU MESMO)
Cotação: 8-10

- Big K.R.I.T.: 4eva Is A Mighty Long Time 
É comum ao ouvir um disco de rap se atentar a produção, beats, flow e letras. Aqui tudo isso é fantástico, mas com potencial elevado dada a excelência das composições como um todo. As canções tem ótimas melodias, performances apaixonantes, timbres orgânicos e climas variados que constroem uma obra grandiosa. Disco duplo e, incrivelmente, sem encheção de linguiça. Isso tudo com uma veia pop, se apropriando até mesmo do famigerado trap, só que com inserções profundas de R&B. Majestoso!

- Cameron Graves: Planetary Prince
O jazz respira! Disco flutuante de um pianista virtuoso, que distribui melodias interessantes sob ritmos complexos. Para "piorar", ele compartilha ótimos solos com caras do nível do Thundercat e Kamasi Washington. Excelente!

- Dälek: Endangered Philosophies 
Embora de cara não tenha entendido nada, logo caiu no meu gosto. O estranhamento inicial se deu por um simples motivo: não sabia que o shoegaze tinha chegado ao hip hop. Por mais absurdo que possa ser, é a isso que me remeteu o paredão sonoro e recheado por delays e reverbs, criando climas densos para beats old school de rap. Bastou essa produção para conquistar o posto de um dos melhores discos do ano. Não se deixe levar pela capa péssima.

- Daniel Caesar: Freudian 
Disco de estreia de um cantor talentoso, que investe num R&B melodioso, de alcance pop e produção moderna, mas sem abrir mão das boas composições características do estilo. Tudo muito bem tocado, produzido e arranjado. Tem harmonias elaboradas que muito tem a ensinar ao pop atual. Fora as ótimas linhas de baixo. Syd e BadBadNotGood dão as caras.

- Descartes A Kant: Victims Of Love Propaganda 
Banda mexicana que tem na linha de frente garotas irradiantes. Daquelas doideras sem gênero especifico. Só para tentar localizar, é algo entre o pop (mais no apelo melódico dos refrões), hardcore, noise e a no wave. Mas a loucura sônica não seria suficiente se as composições não falassem por si só e a execução não fosse vigorosa/primorosa. Diante desses fatores é que se revelou a excelência da banda.

- Foxygen: Hang 
Talvez o melhor disco do duo! Art rock com belos arranjos orquestrados, remetendo a David Bowie e ELO. Isso não é pouca coisa. Saiu no começo do ano e pouca gente lembrou em suas listas finais. Uma pena. É pop e é fino.

- Father John Misty: Pure Comedy 
Sabe os discos clássicos gravados pelo Elton John na década de 1970? Pois então, esse álbum bate de frente com qualquer um deles. Belas composições, melodiosas, donas de letras sagazes e performance apaixonada, trazendo influências desde a música folk até o chamber pop. Tudo brilhantemente arranjado e produzido. Saiu pela Sub Pop. Impecável.

- Hermeto Pascoal & Big Band: Natureza Universal 
O projeto por si só já é maravilhoso. Uma privilégio poder ouvir o Hermeto compondo para uma big band. Tudo caprichosamente gravado. Melhor ainda é perceber sua inquietação ao pegar um formato tão tradicional e inserir elementos pontualmente vanguardistas. O disco é uma prova do talento irradiante do Hermeto.

- Idylls: The Barn 
"Vish Maria!", essa é expressão que me veio a mente a cada faixa. O som do grupo é uma mistura virulenta de hardcore, noise rock e free jazz (com direito a sax). Mas na verdade, não dá para se deixar levar por gêneros. A mistura de estilos aqui não faz tanta diferença. Sequer as insanas composições. Absurda mesmo é a execução, tão técnica quanto corrosiva. A banda é um trem desgovernado e o ouvinte um suicida querendo bater de frente.

- King Gizzard & The Lizard Wizard: Polygondwanaland 
Embora seja o menos "inventivo" dentre os cinco (!!!) discos lançado pelo grupo neste ano, esse é o que mais me agradou. Talvez por ter um direcionamento mais progressivo ao já conhecido clima psicodélico/garageiro da banda. Em certos momentos até lembrei do Gentle Giant. Mas não se engane, o clima viajante ainda é o que predomina. Ótimas composições e performances transpirantes.

- Matthew Stevens: Preverbal 
Até então só conhecia esse guitarrista por ele ter acompanhado a grande Esperanza Spalding. Em seu disco solo, ele alcançou um fusion moderno (quase post-rock), com impecáveis passagens de guitarra (timbres maravilhosos, harmonias dissonantes, frases peculiares), numa produção bastante orgânica, que ressalta a qualidade das composições. Muito bom! O único ressalvo é que tende a ficar restrito a um nicho.

- Miles Mosley: UPRISING 
Talentoso contrabaixista que já apareceu em trabalhos do Kamasi Washington e Kendrick Lamar, aqui num álbum de essência pop, com muita influência do R&B atual e da soul music antiga, mas sem soar pastiche. Tudo muito bem tocado, arranjado e com timbres orgânicos que muito me agradam. Discão!

- Moon Duo: Occult Architecture Vol. 1 e Vol. 2 
Uma pequena trapaça. Dois discos, lançado num intervalo de poucos meses, mas que podem ser entendidos como um único trabalho. É verdade que o primeiro é um pouco mais dark, enquanto o segundo mais delirante, mas ambos trazem uma mistura cósmica do motorik típico do krautrock com as guitarras barulhentas derivadas do Jesus And Mary Chain. É o suficiente para eu adorar.

- Oh Sees: Orc 
Não se enganem, é o velho Thee Oh Sees, agora rebatizado. E na já não tão nova neo-psicodelia, eles continuam reinando. Aquela já conhecida fusão do rock alternativo com space rock agora ganhou toques quase de hard rock. Ótimas composições, tocadas com personalidade. A produção não recorrer a timbres caricatos também muito me agrada. Com uma banda dessas em atividade (e lançando tantos discos) é inadmissível alguém ainda se enganar com o Tame Impala.

- Oiseuax-Tempête: Al-'An! 
Irrotulável. Numa mistura de post-metal, free jazz e drone, além de melodias com toques orientais, esse grupo francês promove verdadeiras sinfonias elétricas. É tudo muito denso e contemplativo. Eis talvez a post-music. Fantástico!

- Oxbow: Thin Black Duke 
Após dez anos sem um disco de inéditas, essa banda já cultuada por suas estranhices volta mais madura, fazendo uso de arranjos pouco convencionais e trazendo uma modernidade composicional até mesmo difícil de descrever. Brilhantemente surpreendente.

- Primitive Man: Caustic 
Nada soou mais desgraçado esse ano! black metal moderno com cadência de doom em canções que mais parecem épicos do inferno. A produção é robusta e o vocalista parece abortar pelo cu a cada berro. Achou grosseiro? Sonoramente é mais ainda.

- Protomartyr: Relatives In Descent
Trazendo elementos do pós-punk, o disco soa exuberante em seus ritmos estranhos, melodias dissonantes e, principalmente, nas letras surreais, que são mais recitadas do que propriamente cantadas. Denso e consistente.

- Shannon Wright: Division 
De onde saiu essa moça? Disco cinematográfico, de variação climática, que passeia por motivos densos e sombrios, com guitarras cacofônicas e letras consistentes. Ótima descoberta. Estranhamente passou despercebido.

- Tyler, The Creator: Flower Boy 
Quando o assunto é rap, sou um tanto quanto conservador. Com raras exceções, gosto somente de beats pesados e interferência do R&B exclusiva dos samples. Todavia, o jovem Tyler - de discografia irregular, mas que acertava até então justamente nas faixas mais eufóricas -, fez tudo o que, no papel, não gosto. Mas deu muito certo. Ele diminui a intensidade e deu mais espaço para as canções. A produção se mostrou criativa, mas sem invencionismo superficial. São belas bases, inspiradas melodias e flow maduro. Surpreendentemente excelente. 

- Ulver: The Assassination Of Julius Caesar
Um pop denso, com muito dark ambient, que traz uma atmosfera urbana e apaixonada para as canções. Tem um traço de Depeche Mode. Produção muito boa. Interessante analisar o caminho que essa excelente banda trilhou.

- Yazz Ahmed: La Saboutese 
Essa talentosa e jovem trompetista resgata o lado mais espiritual e sublime no jazz em composições ousadas, mas sem recorrer a recursos gritantes que mais distanciam os ouvintes do que agregam valor a obra. Incursões pela música árabe, muita influência do Miles Davis e a riqueza de arranjos que fazem a ponta do mundo sonoro externo com a alma. Lindo.

ABAIXO ESTÁ O BOJO DA LISTA. SÃO OS ÁLBUNS QUE OUVI PARA CHEGAR AOS MEUS PREDILETOS. CLIQUE NO MAIS INFORMAÇÕES CASO SE INTERESSAR. 

SEPAREI ENTRE "BONS" (6-8), "MEDIANOS" (4-6) E "RUINS" (0-4).

*- Nome da banda: Nome do Disco (Pequena descrição pessoal). Melhor faixa
Em negrito alguns destaques.

BONS
Cotação: 6-8

- 21 Savage, Offset & Metro Boomin: Without Warning (Muito mais pela produção do que por qualquer outro atributo (e aí os méritos são do Metro Boomin), o disco acertar ao apresentar variação de climas, que dão ritmo e maturidade dentro do trap, um gênero comumente repetitivo). Run Up The Racks

- Agent Bla: Agent Blue (Trazendo influências do pós-punk, mas sem soar pastiche, o grupo apresenta composições bacanas, com timbres etéreos e ritmos dançantes que muito combinam com o indie rock atual. Um disco legal). Don't Talk To Strangers

- Aidan Baker, Simon Goff, Thor Harris: Noplace (Conheci pois o Thor Harris faz parte do Swans. Disco bastante linear, que cria ambientação instrumental através percussões tribais (com traços de motorik) e guitarras que parecem fazer uso da técnica de glissando e de arcos. Não é tão monótono quanto dei a entender, mas precisa de atenção extra e estar no dia certo para gostar. Sem destaque, o disco só funciona como um todo).

- Alan Vega: IT (Olha como são as coisas: o único disco do Alan Vega que tinha escutado até então era o clássico álbum de 1977 do Suicide. Bastou o cara morrer para cair no colo esse ótimo disco póstumo. Fiquei surpreso como a loucura e inquietação do velho. Berros e barulhos malucos. Estranhamente divertido. Vou atrás dos outros discos dele agora). Dukes God Bar

- Aldous Harding: Party (Não se deixe levar pelo nome do disco, aqui a cantora constrói climas bastante intimistas com suas letras confessionais e poucos elementos instrumentais (basicamente piano e violão). Um disco bonito. Saiu pela 4AD). Horizon

- Algiers: The Underside Of Power (Em seu ecletismo quase confuso que vai desde a música gospel até o pós-punk, o que salta aos ouvidos é uma variedade interessante de possibilidades composicionais em uma banda que não alivia a mão na execução. Curiosamente em alguns momentos me lembrou o Suicide). Hymn For An Average Man 

- Alice Coltrane: World Spirituality Classics 1: The Ecstatic Of Alice Coltrane Turiyasangitananda (A lenda do jazz em um disco póstumo contemplativo que compila seus últimos anos. Um trabalho de devoção e oração musical. É um álbum bonito - embora não para qualquer momento - e de valor histórico). Om Shanti

- Alice Glass: Alice Glass (A vocalista do Crystal Castles em seu primeiro EP. Começa com synthpops dos bons, parte pra uma produção pesada e estranha, chegando a um industrial consistente. É diferentão, mas eu adorei). Natural Selection

- All Pigs Must Die: Hostage Animal (Em meio a toda intensidade do hardcore do grupo, é possível reconhecer passagens inspiradas e bastante complexas. Ainda sim, no fim o que se sobressai é mesmo a porrada. Ah, para quem não sabe, é um entre tantos projetos do Ben Koller, batera do Converge). The Whip

- Alvvays: Antisocialites (Composições divertidas (e até meio bobinhas) de dream pop com vocal feminino gracioso. Nada mais que isso. Tudo o que eu gosto). In Undertown

- Amandinho: Ocultismo Oldschool (Com suas canções pop punk/emo juvenil de qualidade questionável, eles vem construindo um repertório simpático e divertido. Destaque para as guitarras à la J Mascis e letras/performance vocal risíveis. Tem até um clima "Pavement mal tocado". Tiozão rockeiro deve detestar e isso é muito bom). Feitiço do Tempo

- Amenra: Mass VI (Dos discos que já ouvi da banda, esse foi o que mais gostei. Me senti imerso no peso religioso das canções. Para quem curte post-metal, é uma belíssima pedida). Plus Près De Toi (Closer To You). 

- Angles 9: Disappeared Behind The Sun (Essa "bigband" de jazz soa desafiadora em suas composições avant-garde com direito a melodias complexas, solos gritantes e camadas sonoras perturbadoras vindas não de timbres eletrônicos, mas de instrumentos tradicionais que se mostram ainda possíveis de serem explorados. Em meio ao inerente caos, existe uma organização composicional que preza pelo desafio). Disappeared Behind The Sun 

- Andy Timmons & Sidney Carvalho: Bossa Hits (Embora a bossa nova quando executada por gringos sempre soe um tanto quanto easy listening, os arranjos minimalistas para guitarra muito me agradaram. Se as bases do Sidney soam engessadas, a fluidez nos solos do Andy é impressionante. Tudo feito com supervisão do Roberto Menescal. Vale principalmente por apresentar um repertório majestoso para um público de guitarristas punheteiros). Insensatez 

- Apanhador Só: Meio Que Tudo É Um (Embora muitos associem ao "indie pé de chinelo" pretensioso, a verdade é que o grupo se saia bem em sua fusão de rock genuinamente nacional com a música brasileira. Arranjos ousados e cuidadosa poética. Vale lembrar que a banda se envolveu numa polêmica relacionada a esposa de um dos integrantes, que levantou varias acusações contra o cara. Todavia, vale ressaltar também que minha predileção pelo álbum é exclusivamente musical). O Creme E O Crime

- Arch Enemy: Will To Power (Não sou muito chegado na banda, mas acho o guitarrista Michael Amott muito talentoso. Agora, em parceria com o ótimo Jeff Loomes (ex-Nevermore), fiquei curioso para ver os arranjos de guitarra. Resultado: gostei muito dos timbres, riffs e solos. Gostei também de quando o death metal do grupo se apropria do thrash metal. Todavia, quando faz o mesmo com o power metal é um saco. Ainda sim atendeu as minhas expectativas). The Race

- Ariel Pink: Dedicated To Bobby Jameson (No meio de uma salada sonora que remete a estilos americanos da década de 60 e 70 (bubblegum, chamber pop e até mesmo AOR), o talentoso Ariel Pink oferece passagens melódicas criativas, humor quase zappiano e uma tosquice lo-fi interessante. É o tipico hypnagogic pop em seu estágio avançado. Grande disco!). I Wanna Be Young

- At The Drive-In: in•ter a•li•a (Uma volta que não traz vestígio de novidade. Foi feita para agradar os saudosistas. Devo confessar que, apesar de entender que artisticamente isso é contestável, eu estava com saudade da banda e para mim o resultado foi ótimo. Se as composições devem em alguns momentos, ao menos a execução urgente se sobressai. Tem quem sentiu muito a falta do Jim Ward, honestamente não é o meu caso). Governed By Contagions

- AUTOBAHN: The Moral Crossing (Pós-punk (com traço de industrial) bastante encorpado e com momentos ritmicamente muito estranhos que agregam valor ao disco. Sem isso estaria fadado ao comum). Execution / Rise

- Awa Poulo: Poulo Warali (Muito se fala atualmente sobre a psicodelia do Mali, mas é legal ver como a música do país soa "transcendental" mesmo dentro sua estética mais tradicional, muito por conta do exotismo timbristico da instrumentação, mas também dos ritmos, formas e língua. Bem legal e rico). Dimo Yaou Tata

- Baco Exu do Blues: Esú (Confesso que na primeira audição não gostei. Entretanto, logo percebi que eu não estava preparado para uma produção nacional se apropriando com personalidade do trap americano, com um flow diferente dos padrões old school que tanto gosto e temas que recorrem ao cotidiano não politizado (embora com referências politico-religiosas que merecem atenção). É o rap brasileiro em sua expansão, cabe saber se você vai captar ou ficar pra trás. Ótima capa!). Esú

- Banda Isca de Polícia: Isca, Vol. 1 (Se a primeira impressão é de um disco feito para saudosistas, com a audição a lendária banda do Itamar Assumpção mostra que ainda tem o que oferecer. Ótimas composições e a excelência na execução de sempre. Grata surpresa!). As Chuteiras do Itamar 

- Beach Fossils: Somersault (Dream pop bem melodioso, com arranjos bonitos, linhas de baixo à la Peter Hook, dentre outras qualidade que ficam escondidas em baladas aparentemente simples, singelas e delirantes. Ouça com atenção e desvende belos momentos). Saint Ivy

- Bicep: Bicep (Quem venera grupos da cena acid house britânica do final da década de 1980 (tipo 808 State) vai se encontrar no disco de estreia do Bicep, que traz de volta para a música eletrônica elementos do house e trance em canções tão progressivas quanto dançantes. Nem todo o repertório é excelente, mas a aura sim). Spring

- Big Thief: Capacity (Canções melodiosas com um pé no folk e outro no shoegaze. Embora pareça uma fórmula fácil, há muita personalidade, além de certa dramaticidade na interpretação. É um disco bonito). Shark Smile

- Big Walnuts Yonder: Big Walnuts Yonder (Nels Cline, Mike Watt e amigos num esporro quase lo-fi de "post-hardcore espacial", na falta de um rótulo melhor. Nada mais que a união de músicos talentosos fazendo loucuras sem grande pretensão mercadológica. Isso é muito bom!). Rapid Drive Moon Inhaler

- Bike: Em Busca da Viagem Eterna (Tem quem possa achar um tanto quanto caricato, mas a fusão de dream pop com rock psicodélico do grupo funciona. Talvez com menos processamento soaria melhor, mas isso é o de menos. É bonito e delirante). Terra Em Chamas

- Bill Orcutt: Bill Orcutt (Nunca tinha ouvido falar desse já veterano guitarrista. Logo de cara associei ao Marc Ribot. Passagens solo de guitarras que, embora com pouca variação timbristica, traz frescor a cada interpretação. Melodias angulares e uma abordagem rítmica interessante. Áspero e melodioso. Uma manifestação desolada na guitarra). The World Without Me

- Billy Woods: Knows Unknows (Como se não bastasse as rimas contundentes do rapper, a colaboração do produtor Blockhead somente enriquece a obra. Entre a vanguarda do hip hop e as origens do estilo). Unstuck

- Birthing Hips: Urge To Merge (Em meio a toda estranhice musical - que de cara pode parece uma piada caótica -, existe uma erudição bem humorada nas composições e arranjos, além de virulência na execução. É quase que uma no wave hipster, mas no bom sentido. Perfeito para quem se interessa por atonalismo e ritmos tortos). Sludge

- Björk: Utopia (Entre os três últimos trabalhos da Björk, esse é o que menos me encantou. Claro que sua inquietude e qualidade vocal se mantém altíssima, mas as produções do Arca me soaram raquíticas (se não em timbres, ao menos em sobreposição). Claro que isso pode ser apenas um desconforto inicial com relação a uma obra que precisa de mais audições. Todavia, de cara, me pareceu um trabalho pouco inspirado. O fato de ser muito longo (e com pouco a dizer) também me cansou. A temática de reflexões utópicas não me cativam. Mas não se engane, apesar de parecer, não achei ruim. Apenas esperava mais da Björk. Quem mandou ser a artista que é). Courtship

- Bleeding Mountains: Treeline (Riifs mastodonticos, intensos e com grande dose de influência progressiva. Digamos que é um Tool sem a pretensão pedante. Belo achado). Temples

- Bob Dylan: Triplicate (Confesso que sequer ia ouvir esse disco. Peguei por acaso. Nem lembro se ouvi os seus anteriores que abordam a mesma estética - canções/standards americanos que ficaram famosos interpretados por Frank Sinatra -, mas adorei o que encontrei aqui. Se atualmente o Bob Dylan canta seu maravilhoso repertório quase que tentando arruiná-lo, aqui ele interpreta os temas com uma beleza que nem sabia que ele ainda era capaz de oferecer). When The World Was Young

- Body Count: Bloodlust (Fui ouvir sem grande expectativa, mas só de ler que tinha participação do Max Cavalera, Dave Mustaine e do Randy Blythe, além de cover do Slayer, já fiquei animado. Não decepcionou! A junção de thrash metal com rap do Ice-T continua impieodasa e se adequou ao tempo, soando moderna nos riffs e na produção. Tudo muito bem tocado). All Love Is Lost

- Bones: NoRedeemingQualities (Acho interessante como tem algumas subvertentes recentes do hip hop que parecem pertencer a uma geração mais nova que a minha. Esse tipo de rap meio deprê do Bones me traz uma sensação de "não entendi muito bem" com um misto de "mas é estranhamente legal". Gosto disso). SeanPaulWasNeverThereToGimmeTheLight 

- Bootsy Collins: World Wide Funk (Como se não bastasse ouvir novamente o baixo espacial/funkeado do lendário Bootsy Collins, o disco ainda traz participação de nomes como Buckethead, Victor Wooten, Stanley Clarke, Dennis Chambers, Eric Gales, Chuck D, dentre outros, em faixas swingadas e divertidissimas). World Wide Funk

- Boris: Dear (A cultuada banda japonesa em mais uma pedra sonora. Sludge espaçado, lento, com muito do drone metal, denso, grave e de peso incontestável. O clima criado em seus discos mais uma vez só me leva a uma questão: o quão doentio deve ser isso ao vivo? Fodido!). D.O.W.N.

- boy pablo: ROY PABLO (Dream pop bobinho, mas muito simpático. As canções tem uma aura oitentista, californiana (embora seja Norueguês) e certa dose de psicodelia. Acho que o termo vaporwave cabe aqui. É coisa de quem quer ser diferentão, mas é divertido. Tem boas melodias. O fato de ser um EP curtinho ajuda). Everytime

- Brand New: Science Fiction (Banda já cultuada do emo - embora o som esteja mais pra um Smashing Pumpkins que para o Sunny Day Real Estate -, em seu provavelmente disco de despedida. Poderia ser um dos melhores do ano caso não tivesse umas 3 faixas menos inspiradas ali no meio. Todavia, quando acertam sai debaixo. Rock melodioso, dramático e com consistência sonora. Muito bem arranjado, tocado e produzido. Quero ver agora quem ousa falar mal do emo!). Same Logic / Teeth

- BROCKHAMPTON: SATURATION (Interessante coletivo - segundo eles é "boy band" - de hip hop que chegou já chutando a porta. É verdade que tem uns efeitos vocais que me dão um bode, mas ainda assim a produção beira o absurdo. Rap moderno e com apelo pop, mas sem abrir mão da ousadia. É divertido e merece atenção). STAR

- BROCKHAMPTON: SATURATION II (A continuação do disco anterior. Todavia, achei esse um pouco inferior. Ainda assim, um dos bons discos de rap do ano, mais uma vez valorizando a produção. Mesmo nos momentos "mais fraco", essa desgraça fica na cabeça). GUMMY

- BROCKHAMPTON: SATURATION III (Fechando a trilogia. É o rap-pop no auge da maturidade. Tem uns timbres de sintetizadores absurdos. Grande produção. Soa intenso até para quem execra o estilo). SISTER/NATION

- Bullet Bane: Continental (Conheci por acaso. Achei a produção muito boa e moderna. O som é um hardcore melódico com passagens instrumentais bem bacanas e direção vocal que, embora não faça a minha cabeça, é muito bem executada. É na linha do Rancore, embora mais pesado. Um nome do rock nacional que pode ter alcance popular. Grata surpresa). Melatonina

- Bully: Losing (Aquele tipo de "rockinho" com selo de qualidade Sub Pop que a gente tanto adora. O fato de ser uma vocalista mulher traz uma atmosfera meio Pixies (nas guitarras) com Hole (nas melodias). Em tempos onde as crises politicas/sociais remetem aos anos 90, cai muito bem resgatar essa sonoridade noventista). Kills To Be Resistant

- Camarones Orquestra Guitarrística: Feeexta (O grupo tá em alta faz tempo, mas não tinha dado a devida atenção. Achei que era mais um hype besta. Mas não, o som é muito bom. Energia e consistência em composições instrumentais. E, como entrega o nome, com muitas guitarras (meio garage, meio surf rock). Preciso agora ir num show!). Feeexta

- Chad VanGaalen: Light Information (Um disco que melhora no decorrer das composições. Tem alguns timbres eletrônicos e momentos dançantes que muito caem bem ao indie atual, mas o que gostei mesmo foi das faixas mais psicodélicas, que soam um tanto quanto esquisitas. É irregular, mas bastante interessante). Mystery Elementals

- Cheap Trick: We're All Alright! (O rock n' roll americano não consegue ser melhor que isso! É verdade que é o mais do mesmo de uma banda veterana, mas a competência dentro da proposta é absurda). You Got It Going On

- Chelsea Wolfe: Hiss Spun (Se em outros momentos eu achei que a Chelsea soou pretensiosa, agora, com produção do Kurt Ballou (Converge) e contribuição de caras como Troy Van Leeuwen (QOSTA) e Aaron Turner (ISIS), ela chegou num denso e apoteótico doom metal, ressaltando melodias vocais bonitas, clima quase gótico e modernas/enormes timbragens. Disco denso e encantador em todo seu peso). Spun 

- Chico Buarque: Caravanas (Não se deixa levar pelo fraquíssimo single inicial "Tua Cantiga", o resto do disco é bom sim! Canções curtas, que vão direto ao ponto, donas de interpretações graciosas de Chico (mais parece um velhinho cantando para seus netos), lindas/complicadas melodias (inclusive vocais), arranjos tão sucintos quanto majestosos, dentre outras qualidades que não fazem feio a sua excelente discografia. E lembre-se, Chico já "soava velho" com 22 anos, não vá querer dele agora grande subversão estética. Deixe também os julgamentos morais da poesia para os conservadores. Seja um ouvinte adulto). As Caravanas

- Chicos de Nazca: Ether (Com muita influência do som madchester, esse grupo psicodélico chileno soa de certa forma genérico. Mas as composições são boas, primando mais pelas melodias repetitivas e delirantes do que pela loucura lisérgica fake da neo-psicodelia). I Need To See If I Got To Go

- Chinese Man: Shikantaza (Com sua mistura sonora de diferentes culturas, esse coletivo francês proporciona uma trilha cinematográfica da música popular contemporânea global. Muito eletro, rap, dub, soul e apelo pop num disco de ótima produção. As músicas são divertidas e cabem em muitas festas). Escape

- Chris Stapleton: From A Room, Volume 1 (Eu tenho muitos argumentos para criticar esse country/southern/pop feito para caipira americano do Chris Stapleton, mas eu gosto da sua voz e interpretação (além do visual cabeludo/barrigudo, sempre empunhando uma guitarra). A verdade é que existe algo em suas músicas que me emociona, passando por cima de qualquer análise técnica). Broken Halos

- Cícero: Cícero & Albatroz (Cícero em seu disco mais colaborativo. Com isso, o disco pareceu melhor tocado, produzido e bem arranjado. Suas composições fazem a ponte entre uma MPB não esnobe com aquilo que deveria ser a música pop brasileira. Não é meu estilo, mas não ignoro sua competência). A Cidade 

- Clap Your Hands Say Yeah: The Tourist (Tem muito do indie poperô que eu adoro atacar, mas por algum motivo essa banda sempre me pareceu mais simpática e interessante. Neste disco não é diferente. Composições divertidas e com bons arranjos). Fireproof

- Code Orange: Forever (É metal, é hardcore, é brutal… É intenso! Enquanto mandam tudo e todos pro caralho, apresentam uma quebradeira bastante técnica e timbres encorpados. Poderoso). Spy 

- Colin Stetson: All This I Do For Glory (Ele é admiravelmente ousado, mas irregular. Suas experimentações de vanguarda ficam entre o delírio e o tédio. Dessa vez eu gostei. "Jazz" eletrônico que trabalha ruídos e timbres pesados. Beira o esquizofrênico!). The Lure Of The Mine

- Colou Haze: In Her Garden (Em meio as tendências óbvias dentro do stoner rock, o som viajandão do Colour Haze - quase como um mantra instrumental, que as vezes abre mão do peso em prol de clima -, é um santo remédio. Disco muito bom). Magnolia

- Combo Cordeiro: Combo Cordeiro (Manoel e Felipe Cordeiro, pai e filho numa proposta muito legal. Não só resgataram elementos originais da guitarrada e lambada, como também inseriram novidades, vide o uso de curiosos sintetizadores e timbres quase de surf rock. Fora que as composições são bem legais). Tu Não Tens Coragem 

- Converge: The Dusk In Us (A banda mais interessante do metalcore em mais um esporro sonoro. No meio de toda a energia visceral proposta no instrumental, uma primorosa execução. Tudo coberto por riffs cortantes e vocais abrasivos em composições que não ficam na superficialidade do peso. Ótimo disco). I Can Tell You About Pain

- Couch Slut: Contempt (Hardcore, grind, sludge, post-metal... tudo num disco violentíssimo e climático dessa banda que, ao que consta, ainda traz um grande teor feminista em sua atitude. Bela capa). Summer Smiles

- Courtney Barnett & Kurt Ville: Lotta Sea Lice (Daquelas parcerias que já dão o que falar antes mesmo do lançamento. Devo confessar que só de ver ambos empunhando guitarras na capa já fiquei feliz. Previ um disco barulhento e errei feito. Claro que tem suas distorções provocativas, mas as composições são calcadas no folk rock alternativo, algo entre o Neil Young e o Pavement. Quando Courtney está no comando as faixas são sensivelmente melhores. Um disco bacana). Fear Is Like A Forest

- Criolo: Espiral de Ilusão (Seus detratores podem esbravejar, mas ele segue sem errar. Dessa vez apostou no samba e soou legitimo. Se seu rap traz uma brasileira inovadora/agregadora ao estilo, no samba ele não inovou. São os mesmos violão de 7, cuíca e cronicas bem humoradas/sagazes tradicionais do gênero. Já com seu canto parece criar um novo personagem a cada faixa. Belo trabalho). Dilúvio de Solidão

- Dale Crover: The Fickle Finger Of Fate (Sendo o Dale Crover quem é, achei até que ele economizou nos delírios bateristicos em prol das composições, bastante calcadas na sonoridade noventintas. Todavia, tem algumas "vinhetas" entre as faixas que mais parecem sobras de gravações sem sentido e que emperram o álbum. Não é um grande problema, mas faz perder pontos). Big Uns

- Dan Auerbach: Waiting On A Song (Eu aprendi a gostar do líder do Black Keys mais como produtor do que pelo seus trabalhos em si, mas esse disco até que é bem divertido. Nada além de música pop remetendo a sonoridades do passado. Neste aspecto é até bastante conservador, mas é bom para deixar rolando sem muito compromisso. A capa é ótima). Livin' In Sin

- Daniele Luppi & Parquet Courts: MILANO (Não bastasse o talentoso Daniele Luppi acompanhado do Parquet Courts, o disco ainda tem a presença da Karen O. Sonoramente parece uma versão descompromissada e atualizada da no wave. É porralouca, divertido, com momentos bem tortos e mas sem encabeçar demais. Ainda é indie. É bem legal). Talissa

- Daughter: Music From Before The Storm (Sendo na realidade a trilha sonora para um jogo, esse terceiro disco do grupo é bastante climático, intercalando entre a calmaria dream pop aconchegante e momentos de puro êxtase instrumental. É um disco bonito). 

- David Bowie: No Plan (Apenas um EP de 4 músicas, mas se tratando de quem é, tem que conferir. Sobras do Blackstar que poderiam muito bem estar no disco. Ousado e exuberante). Killing A Little Time

- Dawes: We're All Gonna Live (Banda que faz a interlocução do indie rock com o classic rock, com elementos da country music e sonoridade bastante orgânica. Sendo assim, ao vivo soa ainda melhor). From The Right Angle

- Daymé Arocena: Cubafonía (Uma moderna e autentica música cubana. Os ritmos espetaculares tão característicos do país cobertos por pianos jazzísticos, ótimos arranjos e linhas vocais apaixonantes. Discão!). Eleggua

- Dead Moon: What A Way To See The Old Girl Go (Cogitei não coloca-lo entre os lançamentos, já que trata-se de um álbum ao vivo gravado em 1994 que saiu somente agora. Todavia, sendo uma das melhores coisas ao vivo do ano, seria besteira ignorar. Rock N' Roll básico, despretensioso, clima garageiro "detroitiano" e claramente com poucas pessoas na platéia. Parece (dada as devidas proporções de relevância) um novo Kick Out The Jams. Intenso e divertido). Walking On My Grave

- Death From Above 1979: Outrage! Is Now (Embora dê preferência ao disco anterior, é inquestionável a qualidade da banda ao fundir rock alternativo, stoner, hard rock e elementos modernos numa coisa só. Fora que eles soam acessíveis (dá pra chamar até de pop) mesmo carregando os instrumentos de peso, sempre com destaque para os timbres de baixo. Disco variado e muito bem construído) Moonlight

- Death Grips: Steroids (Uma única peça de pouco mais de 20 minutos ou mero amontoado de faixas descartadas remixada? Fato é que esse grupo que não dá uma bola fora sequer. Claro, é caótico e perturbador, mas acho interessantemente provocante).

- Deb And The Mentals: Mess (Sem vestigio de brasilidade ou pretenciosa modernidade. Tá mais pra uma veia garage. O grunge vem logo a mente. Algo como se o Bikini Kill tivesse em sua formação a Patti Smith. Alias, isso foi uma baita elogio, talvez até além da conta). Bleeding

- Deep Purple: inFinite (Óbvio que a banda não tem a metade da relevância e força do seu passado, mas gosto do fato deles tentarem atualizar sua sonoridade. Não é um disco de clichês. Em época de saudosismo "rockeiro", isso já é muito bom. Composições legais (embora esquecíveis), instrumental impecável (Morse mais pé no chão, Paice animal), Gillan de voz fragilizada... tudo que a banda vem apresentando nos últimos 20 anos. Todavia, se for mesmo o disco de despedida, terminam com dignidade). Hip Boots 

- Depeche Mode: Spirit (Ouvi sem grande expectativa e achei um álbum legal, menos arrojado, mas interessante. Só que meu amigo Doug me lembrou da excelência dos dois trabalhos anteriores, ai fiquei com um gostinho de decepção. Reouvi e gostei do fato de ser menos "pretensioso" e do aspecto politico das letras. Resumindo: é um disco de muitas faces e que certamente merece atenção. Uma banda com mais de três décadas ainda ser capaz de proporcionar isso é inegavelmente invejável). You Move

- Denzel Curry: 13 (EP curtinho de um rapper que sabe como soar moderno e nervoso. Só os baixos sintetizados saltando dos falantes já são suficientes para causar euforia. Poderoso). Equalizer

- Dirty Projectors: Dirty Projectors (O disco tem muito do POP e R&B atual, mas é infestado por uma produção eletrônica consistente e arranjos poucos convencionais que elevam a obra a outro patamar. É agradavelmente estranho). Work Together

- DJ Tudo: Música Brasil / Marrocos, Vol. 2 (Com bem explicado no titulo, umas fusão de nacionalidades dançante, bem produzida e de grande valor cultural. Isso já basta! Quem "samplea" tem que ouvir, dá para "roubar" muita coisa). Bendir

- Do Amor: Fodido Demais (Eles são músicos rodados, sabem o que fazem. Aqui, em sua mistura de dream pop com brasilidade e humor, apresentam uma ótima opção de rock genuinamente brasileiro, mas sem aquela pretensão besta de tentar levar o gênero de volta ao mercado). Fodido Demais

- Do Make Say Think: Sutbborn Persistent Illusions (Após quase uma década sem disco de inéditas, o grupo canadense ressurge com seu post-rock quase jazzístico. É tudo muito bem tocado, complexo e cheio de climas. Tudo isso sem soar blasé. Muito pelo contrario, o grupo consegue corpo sonoro e espontaneidade invejável. O batera é uma arregaço). Horrípilation

- Don L: Roteiro Pra Aïnouz, Vol. 3 (Um dos discos mais criativos do rap nacional que ouvi nos últimos anos. Suas rimas, sotaque e flow já são de personalidade própria, mas a produção também pareceu bastante criativa. É quase como uma desconstrução do trap numa visão bastante particular. Tem participação de nomes como Diomedes Chinaski, Fernando Catatau e Thiago França. Um disco chuta porta, inclusive causando polêmicas dentro do estilo). Eu Não Te Amo

- Dying Fetus: Wrong One To Fuck With (Death/grind extremo, de produção toscamente precisa (fica na cara que a bateria é editada até quebrar o mouse), que cria um clima de desespero que a proposta manda. E ainda tem uns riffões da porra. Acho perturbador e engraçado). Reveling In The Abyss

- Edy Star: Cabaré Star (Seis musiquinhas, com produção do Zeca Baleiro, que resgata o veterano Edy Star, antigo parceiro do Raul Seixas e que não lançava nada há mais de 40 anos. Curtinho e variado (tem de baião a rock n' roll), além de conter participação de Ney Matogrosso, o trabalho não apresenta nenhuma inovação, mas sim o pop brazuca de muito bom gosto). Paba Na Pimenta

- Elder: Reflections Of A Floating World (Aquele stoner progressivado que a gente tanto adora. Em alguns momentos pensei até que estava ouvindo Mastodon, tamanha a similaridade, com direito as ótimas guitarras. Muito bom!). Thousand Hands

- Electric Wizard: Wizard Bloody Wizard (Embora tenha uma certa infantilidade - da capa as letras - para uma banda com riffs tão legais e com aquela timbragem stoner que tanto gostamos, essas "bobagens" são muito coerentes. Nem todas as composições são ótimas, mas é divertido). See You In Hell

- El Mato A Un Policia Motorizado: La Sintesis O'Konor (Para muitos a melhor banda de indie rock da América do Sul, o grupo argentino se supera na produção. Estão soando cristalinos, o que ressalta as boas melodias, sem abrir mão da consistência sonora. Ótimas composições. Uma boa porta de entrada pra quem tem resistência a rock cantado em espanhol. Péssima capa). Las Luces

- Emicida, Rael, Capicua, Valete: Língua Franca (O projeto por si só já é muito legal: fazer uma ponte entre rappers brasileiros com artistas portugueses. O resultado é de grande valor, principalmente no que de diz respeito aos textos. As canções primam por uma produção pop que faz com que a excelência não fique só no papel (mérito do Kassin). Merecia ter sido mais comentado). Gênios Invisíveis

- Endless Boggie: Vibe Killer (Coberto por guitarras hard rock/stoner/psicodélicas, estão um ritmo constante  que remete ao krautrock e letras narradas de maneira quase paranoica. É rock n' roll de tiozinho numa abordagem moderna. Conseguiram algo muito difícil). Back In '74

- Enema Noise: Eventos Inevitáveis (O rock brasileiro soa explosivo via as mão deste grupo, que vai do intenso post-hardcore, passando pelo torto math-rock, além de produção lo-fi/noise. Tudo executado com muita intensidade. Ótimo disco!). Morte Pela Água

- Ex Eye: Ex Eye (Me vendida como uma banda de post-metal, até que achei o som do grupo bastante progressivo. Projeto formado pelo batera Greg Fox e saxofonista Colin Stetson. Embora o grande tamanho das faixas nem sempre se justifiquem, é interessante amálgama cacofônica e climática que o grupo sugere). Ttens Crowns; The Corruptor

- Far From Alaska: Unlikely (Após o aclamado álbum anterior, a banda volta sem apresentar grande novidade, mas indiscutivelmente muita competência. As composições são divertidas, os vocais são cativantes, tem riffs pesados, muitos ganchos melódicos e produção impecável. Tudo numa fusão entre o rock alternativo (de nível internacional) e pop. Isso definitivamente não é pouca coisa). Bear

- Fever Ray: Plunge (O retorno do conceituado projeto em canções que causam euforia via as produções encorpadas e claustrofóbicas, chegando próximo ao industrial. O começo do disco é das melhores coisas pop (embora sem o alcance pop) que ouvi esse ano). Wanna Sip

- Figueroas: Swing Veneno (É divertido, solar, honesto, feito com propriedade e aposta em algo que não é tendencia. Para mim basta. E a capa é ótima). 1000 Beijos

- Filthy Friends: (Um supergrupo formado por membros do R.E.M. e Sleater-Kinney não é de se ignorar. "rock alternativo de tiozinho" de muito bom gosto. Claro, tudo que tem o Peter Buck tem ótimas guitarras. E vocal feminino no indie não costuma dar errado. Ótimas composições sem um pingo de modernidade. Discão!). Brother

- Fleet Foxes: Crack-Up (Menos psicodélico e mais progressivo que os anteriores, esse disco calcado na música folk mostra que, após longo período sem disco de inéditas, eles conseguiram manter a excelência no quesito composição. Todavia, confesso que de cara nem gostei tanto. É um gosto a ser adquirido). - Naiads, Cassadies 

- Forest Swords: Compassion (Um trabalho difícil. As experimentações eletrônicas que passam por timbres aconchegantes, climas obscuros e toques tanto de trip hop e industrial quanto de ambient e ritmos tribais, me deixaram atenciosamente confuso. É um disco bonito, mas não para qualquer momento. Muito bem produzido e arranjado). Vandalism

- Four Tet: New Energy (A comprovação de que o minimal/ambient, com doses de trip hop, pode ser muito legal. Dá até pra chamar da tal IDM. Produção muito boa e faixas delirantes). Scientists

- Freddie Gibbs: You Only Live 2wice (Trap com timbres bastante old school e um flow urgente, difícil de passar ileso. Algumas faixas são mais fracas, mas no geral é um bom disco. A capa é péssima). Homesick

- Full Of Hell: Trumpeting Ecstasy (Banda desgraçada apresentando um grindcore bastante técnico. Fisicamente é como se a cada paulada na cabeça você tomasse uma injeção de adrenalina. Destruidor! Recomendado somente a fãs de metal extremo. E a capa é tão tosca quanto ótima). Bound Sphinx

- Gary Numan: Savage (Confesso que sequer sabia o que andava fazendo o Gary Nurman. Grata surpresa foi me deparar com seu synthrock modernizado, se apropriando do Industrial, com produção consistente e conceito apocalíptico. Talvez nem seja grande coisa, mas me entreteve (e me surpreendi) demais durante a audição). Ghost Nation

- Ghostpoet: Dark Days + Canapés (Embora não seja um grande disco, também não consegui apontar nenhum grande equivoco. A produção é riquíssima, os arranjos merecem atenção, a performance dramática traz densidade e as canções funcionam como um todo. A verdade é que ele é um sujeito muito talentoso). Dopamine If I Do

- Giovani Cidreira: Japanese Food (Me disseram que era um cruzamento de Mac Demarco com Clube da Esquina. Ouvi e entendi. Percorre pelo pop, rock e MPB com sabedoria e qualidade composicional. Sem contar que ele canta muito bem, apresentando ótima interpretação e melodias). Movimento da Espada

- Glassjaw: Material Control (Confesso que não conhecia essa banda de post-hardcore. Esse é o primeiro disco do grupo em 15 anos. Gostei demais do instrumental, soando intenso e pesado. Algumas melodias vocais são meio cafona, mas nada que afete o disco. Me pareceu um cruzamento bem vindo de Deftones com Refused. Isso não é pouca coisa). bibleland 6

- Godspeed You! Black Emperor: Luciferian Towers (Tem quem considere que o tempo do grupo já passou e suas composições atuais pouco dizem. Ouvindo esse disco tendo a discordar. Seus drones sinfônico, feito não por meros ruídos, mas por orquestações orgânicas de instrumentos elétricos, muito me emocionam. Tem dinâmica, variação climática e gatilhos melódicos especiais. Sem destaque, o grande lance é justamente como disco se desenvolve).

- Gorduratrans: Paroxismo (Entre o emo, o post-rock e o shoegaze. O que fica explicito é que o grupo amadureceu. Disco denso, com guitarras ruidosas se sobressaindo a tudo. Mas não se engane, as melodias ainda estão lá, só que escondidas no emaranhado de distorção. Gosto disso!). Um Samba Sobre A Minha Cova 

- Gorillaz: Humanz (Finalmente entendi o porque do burburinho a cada lançamento do grupo. Sem um gênero definido - talvez uma art rock do século XXI - o grupo consegue apresentar sofisticação estética, grande paleta sonora - legitimada/polida nas diferentes colaborações - e ainda ter alcance pop. Damon Albarn criou um monstro na careta indústria da música. Só por isso já de parabéns! De resto me parece confuso e um tanto quanto pretensioso, mas neste caso eu gosto disso). Charger

- Gov't Mule: Revolution Come... Revolution Go (Não é dos melhores discos da banda, mas mesmo quando não parecem tão inspirados, soam como o melhor grupo a invocar sonoridades setentistas. Fora que o Warren Haynes é um senhor guitarrista. Fora que pra uma banda sulista - que comumente são conservadoras -, eles me pareceram bastante progressistas nas letras). Drawn That Way

- Grails: Charlice Hymnal (No meio do ultra produtivo post-rock instrumental, esse grupo de destacou por apresentar composições com arranjos quase sinfônicos. Tem pitadas do progressivo e climas belos, guiando o ouvinte para paisagens confortantes. Um disco bonito). After The Funeral 

- Graxa: A Concorrência É Demais! (Disco divertido. Tem capa ótima, letras tão nonsense quanto sagazes, arranjos com pé no Pavement, doses moderadas de psicodelia (sem abrir mão da brasilidade). Um disco bacana). No Mote Da Doidera

- Greg Koch: Unrepentant (Tremendo guitarrista que já conhecia de revistas especializadas em guitarra e de postagens no Instagram, sendo que foi um desses vídeos que me despertou para ouvir esse disco. Resultado? As composições são esquecíveis (normal neste segmento), mas os timbres, a performance, o fraseado e a técnica são arrebatadoras. Bem orgânico, puxando para um fusion nem tão cabeçudo. Se for sua praia, pode ir em frente). Goon

- Grizzly Bear: Painted Ruin (Disco melodioso, dono de ótimos arranjos e, mesmo que não acerte em todas as composições, tem aquelas mistura de chamber pop com psicodelia que muito me agrada).  Aquarian

- Guerilla Toss: GT Ultra (Mais um sinal de amadurecimento. Em meio a todo o caos sonoro típico do grupo, eles reaparecem desconstruindo a new wave, invocando o Devo, com multiplicidade de elementos em arranjos intricados e malucos). Betty Dreams Of Green Men

- Guided By Voices: August By Cake (Robert Pollard, há mais de três décadas um verdadeiro artesão do rock alternativo. Ninguém é tão objetivo quanto ele. Uma composição melhor que a outra. É mais do mesmo? Sim, mas no caso deles nem é um problema). Deflect Project

- Guided By Voices: How Do You Spell Heaven (Como disse acima, é o mais do mesmo com selo de qualidade Robert Pollard. Todavia, aqui ele me pareceu mais melódico, desenvolvendo melhor o formato canção. Tem até toques (inclusive de guitarra) à la R.E.M.. E a produção embora orgânica, mas está nada lo-fi. Surpreendente dentro da sua majestosa obviedade). How Do You Spell Heaven 

- Gustavo Jobim: Meio-Dia (Sem dúvida o trabalho mais ensolarado de krautrock que eu já ouvi. É como se o Edgar Froese fosse carioca. Bonito e delirante). Meio-Dia

- Hadal Sherpa: Hadal Sherpa (Disco de estréia dessa banda finlandesa que aposta num rock progressivo instrumental que, embora não tenha nenhuma inovação formal, muito tem a agradar aos tiozões fãs do estilo. E eu sou um deles). Nautilus part.2

- HAIM: Something To Tell You (De cara é preciso esclarecer um fato para não criar expectativa: não é tão bom quanto o interior. Deixando isso claro, confesso que pessoalmente acho as três irmãs muito talentosas. É verdade que o disco não invoca novidade, sendo na verdade um pastiche do pop setentista/oitentista (tem momentos que me lembram Fleetwood Mac), mas as composições me agradam. É pop sem medo e/ou invencionismo. Soa orgânico e com detalhes rítmicos nos arranjos que enriquecem sem amarrar as canções. Eu gosto!). Right Now

- Half Japanese: Hear The Lions Roar (Essa veterana banda continua eficiente na arte de compor canções rockeiras que vão direto ao ponto. A produção lo-fi característica da ainda mais urgência para as faixas. Grupo subestimado até mesmo dentro do Rock Alternativo). Wherever We Are Led

- Halo Orbit: Halo Orbit (Projeto interessante que contém o baixista Juan Alderete (Racer X e Mars Volta) e o baterista Mark Guiliana. Tenso, climático, inesperado e recheado de ótimos timbres. Vale ao menos como pesquisa). Trieste

- Hammock: Mysterium (Não curto ambient. Talvez por isso, dizer o que me agradou nesse disco seja um tanto quanto difícil. Já encontrei a mesma proposta etérea, timbres viajantes e melodias aconchegantes em tantos outros discos que achei um saco. No caso desse, gostei. Talvez por ter escutado antes de dormir, seu valor me pareça subjetivo. Sem destaque, o lance é o disco como um todo).

- Harriet Tubman: Araminta (Projeto esquisito que tem em sua formação o requisitado baixista Melvin Gibbs e o baterista J.T. Lewis. Parece uma grande jam que percorre pelo fusion, soul e qualquer outra doidera que pintar na hora. Um disco um tanto quanto difícil). Real Cool Killers

- Harry Styles: Harry Styles (É o cara do One Direction. Nem ia dar atenção, mas causou tanto burburinho (com justiça, já que ficou em primeiro lugar em 80 países) que peguei para ouvir. É uma mistureba que rodeia o pop e o rock de arena, só que com traços até mesmo de psicodelia (discreto, mas presentes principalmente nos arranjos). É legal e, por ele ser jovem e com grande projeção, da para aguardar algo ainda melhor no futuro. Talvez algo com mais personalidade e sem remeter a uma estética já consagrada). Sign Of The Times

- Havok: Conformicide (Thrash metal com direito a vocal esganiçado, baixo com slap, ótimas levadas de bumbo e o clima do hardcore de NY. Botar pra tocar e sair pra correr é uma boa escolha). Dogmaniacal

- Heavy Baile: Carne de Pescoço (Funk pesado, obsceno, pop, envolvente, jovem, bem produzido, divertido, eufórico... Bem legal). Carne de Pescoço

- Helium: Ends With And (Os anos 90 estão de volta. Guitarras sujonas, doces vocais femininos e tudo mais de que é direito do rock alternativo da época. Se não tem grande novidade, ao menos tem boas e intensas canções. Disco longo). OOO

- Hermeto Pascoal & Grupo: No Mundo dos Sons (Onde tem o mago albino, tem excelência e ousadia. Ele segue inquieto na sua busca por melodias inimagináveis. Seu grupo o acompanha com maestria. Mas, para ser bem honesto, achei um tanto quanto longo (é duplo). Não que tenha faixas abaixo do nível, mas é tanta informação que teve momentos em que quase entrei em parafuso. Nada que lançamos mais frequentes não possam dar um jeito nesse desaguar de criação que é o Hermeto). Para Tom Jobim

- Herod: Herod Plays Kraftwerk (O nome do disco já entrega a proposta desta ótima banda de post-rock brasileira. E as versões ficaram realmente muito boas. Ainda que, devo confessar, prefira as próprias composições do grupo. Ao fazer versões a coisa sempre me parece meio engessada. Mas não se engane, o trabalho é ótimo e corajoso). Radioactivity

- Homeshake: Fresh Air (Um disco estranho. Tem bases eletrônicas que estão entre o interessante e o tosco. Tudo guiado por composições POP com um pé no R&B. Tem sua graça). Every Single Thing

- Ibeyi: Ash (Esse duo faz a ponte entre a música tipica cubana com o POP francês eletrônico, soando moderno, rico e acessível. Se o mundo POP fosse justo, seria muito maior que é. Bom disco). Deathless 

- Ibibio Sound Machine: Uyai (A junção fantástica do afrobeat com programações eletrônicas e timbres modernos em arranjos arrojados. Tudo isso sem perder a essência dançante do estilo. É o pop levado a sério). Trance Dance

- IDLES: Brutalism (Disco de estreia de cinco maníacos que misturam garage rock com punk rock, resultando numa sonzera energizante e uma atmosfera de que algo está preste a dar errado. Musicalmente é só acerto. Tem o sempre bem vindo experimentalismo ruidoso). Well Done

- Iglooghost: Neo Wax Bloom (Embora ache que o disco empapuce, a produção é sem dúvida interessante. Me pareceu uma nova proposta de world music, usando motivos regionais orientais em beats eletrônicos estranhos (tem muito de Dn'B) e intervenções sonoras quase infantis, amontoando tudo de forma por vezes confusa, mas de grande resultado estético). Super Ink Burst

- Igorrr: Savage Sinusoid (Esse malucaço produtor volta com sua mistureba insana de metal industrial, dubstep, música barroca e francesa. Tudo tão complexo e estranho quanto divertido e intenso. Não é som pra qualquer hora, mas recomendo usar como despertador: você levantara da cama num pulo só). Cheval

- I Hate Sex: World Of Grief (De cara eu odiei. Não era pra menos, a vocalista canta como se estivesse sendo estrangulada. Mas sou babaca e me deixo levar por tais estranhíces. Logo eu já estava pirando nesse screamo tosco e bizarro. É interessantemente desesperador. Mas não boto a mão no fogo não, vai por sua conta em risco). Voodoo Dolls Of Old Friends

- Injury Reserve: Drive It Like It's Stolen (Sete musiquinhas que evidenciam ótimas produções de hip hop. Honestamente não me atentei as letras. É que não é de morrer de amores sonoramente, é mais de admirar a distância). Colors 

- In Venus: Ruína (A produção é um tanto quanto tosca. Sequer da pra entender as letras. Mas tem uma fúria pós-punk beirando o industrial que eu gosto muito. E pode chamar de patriotismo, mas fazer esse tipo de som no Brasil é para poucos). Inverno da Alma

- Iron Reagan: Crossover Ministry (Projeto paralelo de integrantes do Municipal Waste. Costumo ter um pé atrás com bandas atuais de Crossover, muito por elas quererem soar oitentistas. Aqui, ainda que com característica composicionais do estilo no passado, a força da execução e as timbragens são atuais. Energético e pesado!). Bleed The Fifth

- Iron & Wine: Beast Epic (Devo confessar que tinha preconceito com Iron & Wine (assim como tudo que considero neo-folk). Todavia, fui abraçado pelas doces melodias e arranjos bem amarrados aqui encontrados. Ou ele ou eu amadureceu, talvez ambos. Seja lá o que for, algo mudou). Last Night

- Jake Bugg: Hearts That Strain (Logo que ele surgiu, ouvi seu disco e achei um porre. Deixei seus lançamentos de lado, mas por algum motivo peguei esse pra ouvir. Embora não seja uma maravilha, ele claramente melhorou muito como compositor. Tem boas melodias em canções calcadas na música folk. Goste você ou não do hype em torno dele, escute!). In The Event Of My Demise

- Japanese Gring: Causas Naturais (Projeto do Rio de Janeiro. Tem elementos de jazz, noise, krautrock e música aleatória. Se essa for sua praia vá fundo. As composições são viajantes e bastante experimentais). Um Passeio Noturno Com A Japanese Grind

- Jarboe: As Mind Dissolves As Song Begins (Clima dark digno de uma ex integrante do Swans. Voz fúnebre, densidão e arranjos minimalistas que guiam as letras amarguradas rumo a tensão do ouvinte. O final do disco chega a ser dramático. Uma mistura de Patti Smith com os momentos mais depressivos da Nico. A capa é péssima). Love Does Know

- Jay-Z: 4:44 (Dono de uma discografia boa, mas irregular, Jay-Z ressurge confessional. Um tanto quanto esperado após seu desentendimento com Kanye West e de ter traído a Beyoncé. Ainda sim, muito talvez pela qualidade das produções (méritos do No I.D.), não soou dramático ou besta. Seu flow/rimas/metáforas continuam afiadíssimas. Dentro deste território do rap mainstream, é difícil encontrar quem se saia melhor que o Jay-Z).

- Jesca Hoope: Memories Are Now (Um belo e intenso disco, refinado tanto nas letras quanto nos arranjos. Passeia pelo folk, mesmo nos momentos elétricos. Quem curte a PJ Harvey tende a adorar). Cut Connection

- Jesters Of Destiny: The Sorrows That Refuse To Drown (A banda que já foi considerada percursora do metal alternativo está de volta após 30 anos sem lançar nada. O resultado é um álbum curioso, que apresenta ótimas guitarras (entre o garage/shoegaze), doses de psicodelia, execução suja e até mesmo um certo senso de humor. Disco surpreendente!). Chalk Outline

- Jesus And Mary Chains: Damge And Joy (Tem um pouco cara de obviedade, mas se tratando de quem são, isso até que me agrada. As doces melodias estão lá. Os ruídos também, só que agora mais discretos. Boas composições que satisfazem a demora por novidade). Mood Rider

- Jlin: Black Origami (Um disco estranho. Um amontoado de polirritmias gerado por instrumentos eletrônicos e, aparentemente, atabaques e cowbells (é o que parece, não tenho certeza sobre a inclusão de instrumentos acústicos, apesar de alguns timbres remeterem a eles). É um tanto quanto esquelético, tribal (embora moderno, horas puxando discretamente pra House) e perturbador. Tudo isso não deixa de ser muito interessante, apesar de um tanto quanto repetitivo com o desenvolver do disco). Nyakinyua Rise

- Joan Of Arc: He's Got The Whole This Land Is Your Land In His Hands (Arranjos nada ortodoxos para canções de apelo melódico. Alguns momentos são um tanto quanto pretensiosos, mas no geral a esquisitice é interessante). Smooshed That Cocoon

- Joan Shelley: Joan Shelley (Disco folk suave, bastante intimista, que muito me lembrou os trabalhos iniciais da Joni Mitchell. Embora enxuto, é muito bonito os arranjos acústicos, com destaque para o contraponto do violão com a voz. Vale destacar que foi produzido pelo Jeff Tweedy). We'd Be Home

- João Bosco: Mano Que Zuera (Não se deixe levar pelo nome do disco, o resultado é o fino da música brasileira. Nenhum absurdo para um dos maiores violonistas do mundo e cantor singular, sempre cercado de excelentes compositores). João do Pulo / Clube da Esquina N 2

- João Donato e Donatinho: Sintetizamor (Pai e filho num encontro que mescla a sonoridade de Herbie Hancock na fase funk, sintetizadores futurísticos à la Girogio Moroder e uma típica malemolência carioca 80's. Tudo que o Ed Motta queria ser (e de certa forma é). Só as letras que não são grande coisa. A capa é muito legal). Lei do Amor

- Joey Bada$$: ALL-AMERIKKKAN BADA$$ (Confesso que de cara não curti. Mas me atentando melhor, essa produção modernizada (e mais POP) do east cost hip hop logo começou me atrair. Não me atentei tanto as letras, mas ficou claro que ele canta para a nação negra da América do Norte. Em tempos de luta racial, um tema óbvio, mas necessário. A capa também é ótima!). For My People

- John Hegre, Nils Are Dronen & Jon Irabagon: Axis (Duas longas faixas de jam transpirante envolvendo três virtuosos músicos de Jazz que levam seus instrumentos ao limite numa interação quase doentia. Um disco difícil). Berlin

- Jonathan Tadeu: Filho do Meio (Entre a tosquice e o brilhantismo - tanto na poética quanto no desajeitado instrumental - Jonathan soa terno, comovente e bem humorado. Isso não é pouca coisa). Sorriso Amarelo

- Jonwayne: Rap Album Two (Rap com cara de meados da década de 1990. Clima east cost, flow meio Notorious, repleto de timbres jazzisticos. Discão. Simples assim). These Words Are Everything

- Juana Molina: Halo (Disco estranho, que embora traga a tradição da canção latina nas composições, elas são cobertas por um produção obscura. Muito bom. Capa horrível). Estalacticas

- Jute Gyte: Oviri (Tá na cara que o rapaz tem problema. Um esporro black metal de cunho perturbador com experimentalismo microtonal bizarro. Eis o inferno!). Democritus Laughing

- Julien Baker: Turn Out The Lights (É interessante como as composições, dependendo do arranjo, poderiam ser cantadas tanto pela Demi Lovato quanto pela Adele, já que todas carregam uma dramaticidade pop. Todavia, a melhor opção é (óbvio) a interpretação apaixonada e até mesmo depressiva desta jovem cantora, que não cai na breguice ao abrir mão de arranjos pomposos, apresentando instrumental enxuto, baseado principalmente em pianos e guitarras etéreas. Tudo muito melódico. Um disco bonito, mas que precisa ser ouvido com atenção para não ser mal avaliado). Sour Breath

- Jupiterian: Urn (Um doom/black metal cavernoso, bem do desgraçado. São só duas musiquinhas, o que é bom porque não empapuça. E é brazuca!). Behind The Wall Of Sleep

- Jupiterian: Terraforming (No Brasil, onde a agressividade do Sarcófago é sinônimo de black metal, o som atmosférico, denso, pesado e melódico deste grupo, com traços claros de doom metal, é um sinal da maturidade do estilo. Ótimo trabalho). Us And Them

- Kadavar: Rough Times (Se você já conhece a banda sabe o que encontrará: aquele hard/stoner de fã do Black Sabbath embebecido por psicodelia. Riffões, baixo estrondoso, execução troglodita e músicas acachapante. Para mim é mais que o suficiente). Rough Times 

- Kaki King: Live At Berklee (Essa talentosa/inquieta/virtuosa violonista não se juntaria a Porta Girevole Chamber Orchestra para apresentar algo medíocre. Muito menos na conceituada faculdade de Berklee. Lindas composições que mais parecem trilha sonora de um filme inexistente). Doing The Wrong Thing

- Kalouv: Elã (Post-rock instrumental, bonito, aconchegante, melodioso e repleto de boas melodias e arranjos. O Brasil tá muito bem representado nesse gênero, não?). Elã

- Kamasi Washington: Harmony Of Difference (Vindo de um já clássico - o espetacular The Epic (2015) -, esse trabalho fica bem abaixo. Longe de ser ruim, ele só é mais acessível e tradicional, trazendo melodias mais palatáveis e improvisações mais contidas. Sendo um instrumentista espetacular que é, ainda sim é possível encontrar o fino do jazz contemporâneo. É interessante notar várias influências brasileiras no decorrer do disco). Knowledge

- Kelela: Take Me Apart (Embora ela indiscutivelmente cante muito bem, o que chama atenção na sua fusão de pop com r&b é atmosfera eletrônica à la Björk das produções. As composições são boas, mas são produtores como o Arca que dão vida as canções. Exemplo do pop ousado). Frontline

- Kendrick Lamar: DAMN. (Vindo de um já clássico, Kendrick da uma guinada para o lado mais comercial do rap. Investe em batidas mais cruas (o que eu gosto!) e melodias de refrões pegajosos (o que não gosto!). Ele continua rimando muito e conseguiu até mesmo fazer o U2 soar interessante, mas no fim, acaba sendo um pouco decepcionante. Tente escutar sem qualquer tipo de expectativa que vai ser melhor). HUMBLE.

- Kevin Morby: City Music (Lou Reed encontra o Television e manda um abraço. É assim que esse rapaz de 28 anos soa). City Music

- K.Flay: Every Where Is Some Where (Uma surpresa! Cheguei a esse disco porque a moça tá concorrendo ao Grammy por melhor música de rock. Li que o disco faz uma fusão de pop, rock e produções de rap. Tive certeza que era uma merda, mas mesmo assim peguei para ouvir. Resultado: Gostei. Não achei uma maravilhas, mas as canções são bem simpáticas para o pop. Mas não ponho a mão no fogo não, posso estar errado). Champagne

- Kiko Dinucci: Cortes Curtos (Um dos músicos mais inquietos da atualidade num trabalho que reúne atitude punk, elementos de estranheza típicos da vanguarda paulista, as raízes do samba e letras forte, propicias para o momento politico do país. A complexidade crua de São Paulo em forma de música). No Escuro

- King Ayisoba: 1000 Can Die (Com tambores tradicionais do Gana, contemporaneidade eletrônica na forma (não necessariamente nos timbres) e vocalizações intensas, esse disco apresenta a força corporal dos ritmos africanos. Hipnótico). Wine Lange

- King Krule: The OZZ (Disco estranhíssimo. Não se prende a nenhum gênero, trazendo elementos de rap, trip hop, rock alternativo e até mesmo jazz. É verdade que o álbum como um todo cansa, mas também acerta ao provocar euforia. Ele canta como um moleque bêbado abusado que quer irritar o ouvinte. Gosto disso!). Dum Surfer 

- King Gizzard And The Lizzard Wizard: Flying Microtonal Banana (As composições honestamente nem achei das melhores, mas é psicodélico, com timbres garageiros, bem humorado e com muito da repetição paranoica do krautrock. Tem também a estranheza sonora/conceitual de terem usados instrumentos microtonais, o que traz um valor agregador a obra). Anoxia 

- King Gizzard And The Lizzard Wizard: Murder Of The Universe (Segundo lançamento do grupo no ano. Uma música de 45 minutos dividida em três capítulos. É aquela loucura entre o krautrock e o garage psicodélico extremamente bem sucedida. Achei fodido!).

- King Gizzard And The Lizzard Wizard w/ Mild High Club: Sketches Of Brunswick East (Não se perca, terceiro do grupo somente neste ano! Esse mais colaborativo, "pop" e menos garageiro. Se não nas composições, ao menos nos timbres, que estão muito mais cristalinos. Em certos momentos imaginei o Jimmy Smith vindo do espaço e tocando música psicodélica à la Flaming Lips. Mas talvez seja doidera minha! Reconheci até valsa e uma bossinha. Todavia, devido as composições serem interligadas, achei um tanto quanto repetitivo). Countdown

- King Gizzard And The Lizzard Wizard: Gumboot Soup (Conseguiram, eis o quinto disco! Esse bastante variado, parecendo até mesmo um trabalho reunindo sobras dos outros quatro álbuns. Mas as músicas são muitos boas, ora partindo para inspiradas melodias inspiradas, ora para o peso garageiro).

- Kreator: Gods Of Violence (Nunca fui chegado em thrash metal alemão e sempre achei que a maior qualidade do Kreator era justamente sua tosquice. Mas a banda ta tocando e compondo muito bem. Tem uma certa dose épica que não me atraia tanto, mas o peso de sempre aliado a boas melodias casou bem. Ótima produção). Death Becomes My Light

- Krias de Kafka: Deserto Sem Extraterrestres (Seja através da crueza da produção, da força dos riffs, do raivoso canto ou da poética realista, essa banda do ABC Paulista (região onde moro) se mostrou novamente competente). Falar

- KXM: Scatterbrain (O grupo formado pelo guitarrista do Dokken, o baterista do Korn e o baixista/vocalista do King X em seu segundo trabalho. Muito superior que o primeiro, seja nos quesitos produção, execução ou composição. Ótimas passagens instrumentais). Obsession

- Lana Del Rey: Lust For Life (Após o fraquíssimo disco de estreia da cantora, muitos ficaram com uma visão deturpada da sua obra. Todavia, ela vem mostrando amadurecimento, deixando de lado até mesmo sua pose blasé (vide a capa desse disco, sorridente como nunca antes). Já suas as músicas são de produção exuberante, soando melódicas, se apropriando cuidadosamente do trap tão em evidência e promovendo momentos aconchegantes. É um bom disco pop). Cherry

- Larkin Poe: Peach (A confirmação do quão talentosas são essas gurias. Ótimas guitarras slides (timbrão orgânico) e uma abordagem atual do blues, sem o ranço do passado e com acessibilidade quase pop). Look Away

- Laura Marling: Semper Femina (Adoro seu canto, a leveza de suas canções e o clima que ela dita em seus álbuns. Confesso que não me atentei as letras, me permiti viajar somente com o som. Em alguns momentos lembra o trabalho da Joni Mitchell). Wild Fire

- LCD Soundsystem: american dream (Um disco que demorei pra chegar a uma conclusão. É claramente o mais fraco do grupo. Causa até um certa decepção já que é um disco de retorno. Todavia, tais impressões negativas são mais fruto da expectativa que demérito da obra em si. O álbum faz aquela ponte entre o dance-rock do passado e a imprevisibilidade do futuro da música pop que só o James Murphy parece ter propriedade para sugerir. Em alguns momentos, as composições/produção mais parecem sobras de um disco do David Bowie. Entenda isso como um elogio pejorativo (??). Sei lá se já cheguei a uma conclusão mesmo. O disco já vale pelas dúvidas que causa). emotional haircut

- Led Bib: Umbrella Weather (Um jovem grupo de trabalho inquietante, que por mais que percorra pelos territórios jazzisticos, tem um vigor que não torna a audição difícil. Tudo muitíssimo bem tocado. Composições complexas. Muito bom). At The Shopping Centre

- Lee Ranaldo: Electric Trim (Não que seja uma surpresa, mas a carreira solo do Lee Ranaldo anda servindo pra tirar qualquer dúvida de que ele é um grande compositor. Deixando as barulhentas guitarras para momentos específicos, seu canto, senso melódico e letras ganham ainda mais força. Discão). Moroccan Mountains

- Leões de Marte: A Face Mais Vermelha (EP curtinho de uma boa banda de post-rock instrumental brasileira. Composições encorpadas, produção robusta e climas muito bem construídos. Ao vivo deve ser melhor ainda). Inverno Abaixo

- Liam Gallagher: As You Were (Embora não goste de sua proposta de som, o lado mais fraco dos irmãs Gallagher sabe a fórmula para agradar seus fãs. É rock inofensivo, embora com aura perigosa. Boas guitarras e algumas composições acima da média. Vale ressaltar que a produção do Greg Kustin foi muito mais feliz aqui do que com o Foo Fighters. Dada a minha expectativa, foi uma grata surpresa). I Get By

- Liars: TFCF (Cheguei ao disco através da horrível (porém engraçada) capa. Mas o mais chocante é mesmo a sonoridade da banda, com sua mistureba pesada de ritmos eletrônicos numa abordagem feroz. É quase como um big beat desconstruído, intercalando com momentos de pura psicodelia (com pitadas folk). Ouvi referências do industrial na produção também. É doidera). Coins In My Caged Fist

- Limp Wrist: Facades (Banda já veterana na cena gay do hardcore. Disco direito, cru, pesado, cheio de atitude e energia. Lá pro final desembesta pra uma lance interessante (e até mesmo engraçado) mais eletrônico/experimental/dançante, mas no geram é soco no cu. Não precisa mais que isso). Thick Skin 

- Living Colour: Shade (Fui ouvir com receio de ser vergonhoso. Me surpreendi com as boas composições, horas com influência de rap, mas sempre calcadas num hard rock moderno e interessante. Boa produção. Nem preciso citar a competência de cada integrante. Bandaça! Um exemplo para os grupos já balzaquianos). Freedom Of Expression (F.O.X.)

- Lo-Fi: Meddling In Regressive Rock (Banda brazuca que consegue colocar pequenos elementos do hard/prog setentista em músicas de energia punk. É uma pedra que não se adéqua a modismos. Isso é muito bom). This Song Is You

- Loincloth: Psalm Of The Morbid Whore (Não recomendo para ninguém. Um math-metal (mais puxado para o hardcore torto do que para o djent) com breakdown constantes, ritmos quebrados, acentuações malucas e guitarras que se limitam a riffs pesados. Nada de intro, refrão ou solos. Todas as músicas são iguais. Dito isso, eu gosto? Sim!). Pentacost Dissident

- Loomer: Deserter (Posso estar sendo injusto com alguma banda, mas não me lembro de nada dentro do shoegaze brasileiro melhor que isso. Guitarras impecavelmente barulhentas (muito me interessaria saber mais sobre a gravação do instrumento), vocais resmungados, baterias eficientemente contidas e baixo estrondoso. Fora que as composições trazem aquele clima "dançante" do rock alternativo que eu tanto adoro. Se me dissessem que é um grupo obscuro do Reino Unido que lançou um único disco em 1991 eu acreditaria). Then You Go 

- Lou The Human: Humaniac (Embora meu inglês seja limitadíssimo, fui levado pelo flow contundente do rapper, que em alguns momento me remeteu ao Eminem. Embora tenha ótimos beats, a produção é um tanto quanto básica, o que ressalta a performance brilhante do vocal. A voz digitalmente infantilizada da sua mente traz uma solução sonora criativa. Paranoico, bem humorado e inquietante). Macklemore

- Macaco Bong: Deixa Quieto (Confesso que por ser um disco de versões (no caso do ótimo trio instrumental para canções do Nirvana) eu não estava muito empolgado. Mas a desconstrução das melodias, dos arranjos e até mesmo a brincadeira com os nomes das faixas, mostram que a banda foi muito criativa, mesmo mexendo em território perigoso. Ao vivo é ainda melhor). Território Piercing

- Mac DeMarco: This Old Dog (Gosto mais do seu álbum anterior, mas ele soube apresentar maturidade nas composições e um clima que remete ao soft rock californiano do CS&S do qual tanto adoro). One Another

- Machine Girl: ...Because I'm Young Arrogant And Hate Everything You Stand For (Adorei a arrogância no nome do disco, que se faz valer no som. É um tipico de paulada juvenil eletrônica de quem ouviu muito Atari Teenage Riot. Não é para todo momento e como um todo o disco cansa, mas ainda sim adoro e defendo a proposta). Bitten Twice

- Makaya McCraven: Highly Rare (Uma imersão num espetáculo jazzístico de produção orgânica e de interação intimista entre banda e platéia. Longos e inspirados improvisos numa jam poderosa. Apesar da música desafiadora, a audição é extremamente prazerosa). Venus Risis 

- Marika Hackman: I'm Not Your Man (Jovem artista num trabalho do pop/rock alternativo muito competente, com direito a estranhas guitarras. Boas composições. Selo de aprovação da Sub Pop). Boyfriend

- Mark Kozelek and SeanYeaton (Um integrante do Sun Kil Moon e outro do Parquet Courts. E ainda tem participação de nomes como Jim White (Sonic Youth). Se eu disser que eu entendi estarei mentindo. Muito porque meu péssimo inglês prejudicou. Todavia, algo no meio do canto falado dramático, das dissonâncias, dos sons sobrepostos que parecem colagens, do clima tenso, da abordagem minimalista/ambient/folk... algo ali prendeu minha atenção. É estranho, mas atraente). Time To Destination

- Mark Lanegan: Gargoyle (O trovador grunge em mais uma aposta: o pós-punk à la começo do New Order (só que com sua voz rouca). O Peter Hook poderia até processar o baixista tamanha é a "cópia" de seu estilo. Talvez não faça isso porque o resultado é muito bom). Beehive

- Maryam Saleh, Maurice Louca & Tamer Abu Ghazaleh: Lekhfa (Aqui a linha entre a música tradicional egípcia e a psicodelia é tênue. Uma World Music nada careta e de muito valor sonoro). Ekaa Maksour

- Mastodon: Emperor Of Sand (Muito superior aos dois anteriores, a banda volta mostrar o porque de ser uma das melhores da atualidade. Flerta bastante com o progressivo e ressalta excelente passagens de guitarras, seja no que diz respeitos aos solos ou as texturas pesadas em harmonias complexas. Ótima produção e composições interessantes que ditam um rumo envolvente ao álbum. Curiosamente não foi tão comentado). Sultan's Curse

- Matt Wilson: Honey And Salt (Um talentoso baterista, praticando seu jazz tradicional em arranjos inusitados, musicando a poesia do Carl Sandburg. No minimo uma experiência auditiva riquíssima). Paper 2

- Mavis Staples: If All I Was Was Black (Ao lado do Jeff Tweedy, essa veterana cantora mostrou que ainda tem lenha para queimar em belíssimas canções, com um pé no rock e outro na soul music). If All I Was Was Black

- Me And That Man: Songs Of Love And Death (Adam Darki (Behemoth) e John Porter num disco que traz timbres crus e que bebe tanto da música folk quanto do blues. Provoca uma densidade temática e climática óbvia se tratando de quem são, mas não deixa de ser interessante por isso. Recomendado para quem gosta de Nick Cave e Mark Lenegan). Ain't Much Loving

- Melvins: A Walk With Love And Death (O conceito tá entregue no nome. Disco duplo: O primeiro evidenciando a força do lendário grupo. Mas esquece aquele peso "na cara" de seus clássicos álbuns, aqui o peso é mais "cósmico", entende? Já o segundo disco fica entre o noise, a música concreta e ambientações estranhas. Se fosse só o primeiro estaria entre os melhores do ano). Edgard The Elephant

- Merda: Descarga Adrenérgica (É bem ruim em todos os sentidos. Gosto disso! Mozine para presidente!). Odeio Tudo

- Metá Metá: Gira (Sendo uma trilha sonora de um espetáculo de dança, confesso que achei um tanto quanto incompleta a experiência sonora do disco. Todavia, a complexidade dos arranjos, guiada pelos ritmos da umbanda e uma densidade quase Industrial, é de grande valor estético. Um disco difícil). Oxetuá

- METZ:  Strange Peage (Com suas guitarras dissonantes e contundentes, o grupos apresente seu som extremamente vigoroso, que não se restringe aos limites do post-hardcore, soando até bastante garageiro. Produção do Steve Albini). Common Trash

- Mickey Junkies: Since You've Been Gone (Só do Mickey Junkies voltar a ativa com um disco novo eu já fico feliz. Ao constar na audição que eles não perderam o vigor eu me dou por satisfeito. Sonzera). Something About Destruction

- Milo: Who Told You To Think??!!?!?!?! (É indescritível o prazer que eu tive ao ouvir esse disco após alguma chatice de trap. Produção consistente e sem invencionismo. Trazendo novamente elementos do jazz ao hip hop. Faixas curtas que vão direto ao ponto). Ornette's Swan Song

- Mogwai: Every Country's Sun (Agora um quarteto, novamente com o produtor Dave Fridmann. Devo confessar que o Mogwai é uma daquelas bandas que mais admiro à distancia do que propriamente curto ouvir. Todavia, esse disco me pegou como nenhum outro do grupo (que sempre escuto ao menos uma vez). Post-rock climático e rico em timbragens (como sempre), mas as composições agora me pareceram mais inspiradas. De forma subjetiva e bastante particular, a banda mais uma vez se saiu bem. E que ótimas linhas de baixo, não?). 20 Size

- Mondkopf: They Fall But You Don't (Tenho dificuldade de analisar esse tipo de trabalho, onde timbres eletrônicos estão exclusivamente a favor de um conceito estético, de resultado atmosférico, denso e, de certa forma, perturbador. Em tempo de pasteurização da e-music, isso é uma grande conquista). Vivere, Pt. 1

- Morbid Angel: Kingdoms Disdained (Confesso que quando meu amigo me indicou esse disco eu dei risada. Não que não goste da lendária banda de death metal, só não esperava que eles ainda fossem capaz de produzir algo interessante. Com uma formação repaginada, o grupo despejou riffs criativos em sua crueza, levadas de bateria virtuosas e produção orgânica que tão bem faz a um estilo comumente pasteurizado. As composições são quase uma auto afirmação de relevância. Não da pra dizer que não deu certo. Grata surpresa). Paradigms Warped

- Moses Sumney: Aromanticism (Em arranjos enxutos, mas elaborados, que contam com colaborações de nomes como Tosin Abasi e Thundercat, o disco de estréia deste cantor ressalta sua bela voz em prol de composições dolorosas. Harmonias e melodias lindas, construindo um clima delirante). Quarrel

- Mothership: High Strangeness (Tem quem chame (com razão) de stoner, mas gosto de pensar que é o velho rock n' roll em estado natural. Tudo muito cru e direito. Foda desde os riffs, a execução pesada e os timbres. Não vai mudar o mundo, mas salva o dia). Speed Dealer

- Motorpsycho: The Tower (Belíssimo disco de rock progressivo que não soa datado nem paumolenga. Tem timbres orgânicos, mas modernos. Chega a ter uma pegada stoner. Ricos arranjos (com direito a orquestrações tipicas de melotron, flautas e violões) e execução primorosa. Mas o grande mérito está mesmo nas longas e inspiradas composições. Tristemente passou praticamente batido. Vale uma observação: a faixa de abertura lembra muito "21st Century Schizoid Man" do King Crimson). A Pacific Sonata 

- Mount Eerie: A Crow Looked At Me (De cara não gostei. Foi só quando percebi o contexto do álbum, feito após a morte da esposa do compositor, que entendi a força das canções. Ou seja, é preciso dar enfoque as letras para adentrar a obra, caso contrário possivelmente soara massante. Extremamente triste, honesto e lindamente interpretado, beirando o dilacerante). Real Death 

- Mount Kimbie: Love What Survives (Se muitas bandas de pós-punk soam pastiche, toda a dramaticidade obscura do estilo se faz valer de maneira inventiva neste duo eletrônico. É algo como se o Joy Division fosse uma banda de krautrock. Boas produções. Contém participação do James Blake e do King Krule). Delta

- Mouse On The Keys: Out Of Body (Som tortão! Ritmos quebrados e timbres de sintetizadores delirantes em prol das boas composições. Algo entre o jazz e o eletrônico refinado. Só uma pena ser tão curtinho. Fico na espera por um álbum cheio). Earache

- Mr Jukies: God First (Um ótimo disco de soul contemporâneo, bastante pop e dançante. A participação do Charles Bradley e do De La Soul agregam ainda mais valor. É divertido e muito bem produzido). Grant Green

- Mutoid Man: War Moans (Um dentre tantos projetos do Ben Koller (Converge). Por mais que eles tenham momentos bastante pesados (indo desde o hardcore até o speed metal) o vocalista suaviza com seu inesperado timbre limpo e boas melodias. A capa deixaria o Bolsonaro bravinho). Bone Chain

- Nação Zumbi: Radiola NZ, Vol. 1 (Uma banda extremamente talentosa com um repertório criativo e acima de qualquer suspeita. O risco era ouvir o Jorge du Peixe (convenhamos, ele não é um grande cantor) desafinando ao som do Marvin Gaye (acharia até normal). Mas é tudo muito bem feito e divertido). Não Há Dinheiro Que Pague

- Naomi Punk: Yellow (Power Trio esquisitão. O som individual de cada integrante é um tanto quanto raquítico, o que ressalta uma precariedade sonora interessante quando analisada em conjunto. Os arranjos/composições ficam entre o nonsense e a tosqueira rebelde. É legal). Cardboard

- Nathan Fake: Providence (Confesso ter certa dificuldade para analisar música eletrônica por não ter repertório suficiente para tal missão. Assim sendo, apenas me deixo levar pelas músicas. Aqui encontrei composições de variação climática, timbres areosos, produção ousada, beats consistentes e um elo entre o passado e o futuro da e-music. Em tempos de pasteurização, foi um grande achado). DEGREELESSNESS

- Neil Cicierega: Mouth Moods (Logo de cara aparenta ser pura porcaria, mas quando refletido e analisado friamente mais parece um estudo sobre o mashup. É cômico, mas também estranhamente elaborado e inteligente). Annoyed Grunt

- Neil Young: Hitchhiker (Mais um álbum pra confundir a discografia do Neil Young. Embora tenha sido gravado em poucas horas em 1976, o disco saiu só agora. Ele traz o registro solitário de Neil ao violão/voz/gaita em composições em grande parte já conhecidas de discos gravados posteriormente. Fica a sensação de disco demo. Mas independente de qualquer coisa, as versões aqui são muito bonitas e merecem a audição, já que foram compostas numa fase inspiradíssima de Neil). Hitchhiker

- Neil Young: The Visitor (O incansável Neil Young agora sim em seu lançamento deste ano. Logo de cara, sua guitarra abrasiva já me deixa rendido. Somado isso a belas melodias e uma produção orgânica, que faz com que a gente consiga perceber o som se deslocando na sala em que os músicos estão tocando, sou tomado pela excelência de um dos grandes compositores do rock. Se for para apontar um lado negativo, seria a banda de apoio Promise Of The Real, que não é ruim, mas não tem a virulência da Crazy Horse, que muito faria bem neste trabalho). Already Great

- N.E.R.D.: NO ONE EVER REALLY DIES (Pharrell mais uma vez se mostrando um grande produtor de música POP, embora as faixas sejam irregulares. Os timbres graves (tem baixos do Thundercat) batem no peito e dão força dançante para as canções. Méritos também do Chad Hugo. A participação de nomes como Rihanna (em sua melhor faixa de toda a carreira), Kendrick Lamar, André 3000 e M.I.A. sem dúvida contribuíram muito para grandiosidade do disco). Don't Don't  Do It!

- Nine Inch Nails: Add Violence (EP de cinco musiquinhas. Pensado isoladamente, são boas faixas. Pensando no contexto da discografia do grupo, nem é grande coisa, embora desperte a expectativa para um álbum cheio). This Isn't The Place

- Nmesh: Pharma (Não sei em que gênero musical esse disco se enquadra, mas posso dizer que a produção eletrônica estranhíssima (com pitadas de D'n'B e ambient) e uso desenfreado de colagens sonoras constroem uma narrativa interessante. É tanto quanto confuso, mas isso até que me agrada. Talvez eu devesse ter me atentado melhor as locuções. Vale a pesquisa, embora a longa duração provavelmente afaste os ouvintes e dificulte a melhor compreensão da obra). White Lodge Simulation

- of Montreal: Rune Husk EP (EP curtinho, mas que por incrível que pareça, talvez seja até melhor que o disco anterior. Sem enrolação, sem poperô… apenas as boas canções docemente/modernamente psicodélicas). Stag To The Stable

- Omar Souleyman: To Syria, With Love (Lembram do PSY, aquele coreano que surgiu tão rápido quanto sumiu com o hit "Gangnam Style"? Pois então, não conseguia parar de pensar nele enquanto ouvia o disco deste sírio. Só que aqui, a qualidade sonora é infinitamente superior. Elementos da música do oriente médio andam de braço dado ao pop dançante ocidental. Um tanto quanto medonho e engraçado. Tentei por num ambientes de convívio social e as pessoas não reagiram muito bem. Vai ver eu que sou muito idiota). Es Samra

- Ondatrópica: Baile Bucanero (A música tradicional latina e o afrobeat se fundem no som poderoso/contagiante/dançante desse supergrupo colombiano. Belo achado. Anima qualquer festa). Malaria

- Open Mike Eagle: Brick Body Kids Still Daydream (Canções emotivas e beats que apresentam passagens etéreas, progressivas e jazzísticas que confirmam ele como um dos melhores rappers da atualidade). Happy Wasteland Day

- Orchestral Manoeuvres In The Dark: The Punishment Of Luxury (Adorei esse disco, mas talvez pelos motivos errados. É que não pude conter o sorriso (e em algumas vezes até o riso) ao me deparar com canções que são pastiches do que a própria banda difundiu há mais de três décadas atrás. Beiraria o ridículo se não fosse tão competente. Timbres datados numa proposta de synthpop tão maravilhosa quanto caricata). The Punishment Of Luxury

- Oumou Sangaré: Mogoya (O pop africano representado nessa brilhante artista do Mali. Seu som é envolvente, aconchegante, saboroso e dançante. Ótimos arranjos, timbres e interpretação vocal. Um tipico produto de exportação, ainda que fincado nas raízes locais). Fandjamou

- Pallbearer: Heartless (Nunca vi um trabalho que tende para o doom metal soar tão acessível. Tem um sempre bem vindo toque melódico/progressivo á la Mastodon. Sendo curto e grosso: um disco fudido!). I Saw The End

- Palm: Shadow Expert (Seis musiquinhas que trazem o som desengonçado do grupo que eu tanto gosto. Baterias nada lineares, melodias angulares de guitarras, acentuações absurdas do baixo e vocais que, embora beirem o blasé, combinam com a proposta. Tão estranho quanto atraente. Tão math quanto indie). Shadow Expert 

- Pão de Hambúrguer: Visconde de Guarapuava (Não se deixa enganar pelo nome, essa banda veterana de Curitiba tem um som bastante maduro e consistente. É o pop rock nacional levado a sério, embora (felizmente) não pareça ter o foco mercadológico que o estilo exige. Boas composições neste ótimo EP). Madrugado

- Paramore: After Laughter (A capa é péssima e a banda não tem lá grande prestígio no mundo da "critica séria", mas acho um pop bacana, de canções animadas que bebem na fonte oitentista, sempre bem produzida/tocada. Tem até certa estranheza rítmica que chega a remeter a América Central. No minimo é tudo que o Forster The People queria ser, ainda que isso não seja grande coisa). Told You So

- Paul Weller: A Kind Revolution (Um disco previsível do Paul Weller, ou seja, com ótimas composição, timbres orgânicos maravilhosos, produção e arranjos discretamente perfeitos, excelente melodias e execução precisa. Precisa de mais alguma coisa?). She Moves With The Fayre

- Pere Ubu: 20 Years In A Montana Missile Silo (Por mais que eu saiba da importância dessa banda de Rock Experimental/Alternativo/Punk, não acompanho sua discografia. Mas o som deles pareceu bastante condizente com que é feito no cenário atual. Riffs angulares, muito ruído e vocal falado. É o velho surrealismo do final da década de 1970 se mostrando ainda interessante). Prison Of The Senses

- Perfume Genius: No Shape (Confesso que na primeira audição achei um tanto quanto pretensioso, mas escutado com mais atenção é impossível não admirar a ousadia dos arranjos e da produção rebuscada em cima de melodias vocais de apelo pop. Alguns momentos lembram até o Prince. O problema é que ficará num limbo de nem ser vanguarda, nem popular. Mas ai também é falha do mercado. E ah, a capa é péssima!). Go Ahead

- Perturbator: New Model (Produções eletrônicas encorpadas, clima sombrio e ritmo cadenciado em faixas que muito caem bem numa pista de dança de balada Gótica. É darkwave dos bons). God Complex

- Peter Silberman: Impermanence (Disco bonito, contido e sem grandes extravagâncias. Daqueles para ouvir antes de dormir. As canções lembram as baladas mais delicadas do Jeff Buckley. Em tempos em que tudo é veloz, paciência e calmaria são bem vindas para apreciação da obra). Karuna

- Picassos Falsos: Nem Tudo Pode Se Ver (É evidente que a fusão de rock com música brasileira proposta pela banda 30 anos atrás não apresenta o mesmo frescor agora. Todavia, visto a sucessão de vergonha alheia partindo do rock nacional oitentista, essa boa banda se mostra mais uma vez diferenciada diante de um repertório bacana. É um ótimo disco de pop rock brazuca). O Que Fiz Foi Gostar

- Piernikowski: No Fun (Eu adorei, embora não ponha a mão no fogo pra defender. Soa como se o Varg Vikernes se jogasse no synthpop. É sombrio e estranho. Fico na dúvida se tem riqueza rítmica proposital ou defeitos na programação das bases. Soa interessantemente amador. Sem contar que o cara parece cantar com um ovo na boca. Embora não pareça, esses são os pontos positivos). Trwamy

- Pile: A Hairshirt Of Purpose (Grata surpresa. Não conhecia a banda, mas gostei da fusão que eles fazem entre música "folk" e "post-hardcore" (!?!). Passagens criativas de guitarras e interpretação vocal emotiva ressaltando as melodias. As composições levam a momentos imprevisíveis, o que definitivamente é muito legal. Estranhamente muito bom). Fingers

- Pink Guy: Pink Season (Se for levar na zuera (que é a única maneira de ver isso), eu acho graça. É tonto, divertido e com beats legais. Entretanto, qualquer coisa além disso é loucura. Precisava ser tão longo? Dava para limar algumas faixas tranquilamente).

- Pissed Jeans: Why Love Now (Rock chuta bunda lançado pela Sub Pop. Basta dizer isso! Tem canções divertidas, encorpadas e com doses de porralouquice. A capa é pessimamente sensacional). It's Your Knees

- Pond: The Weather (Tenho um certo problema com essas bandas neo-psicodélicas com o pé no poperô, mas as composições aqui são muito boas. Mesmo os momentos mais pop/dançantes, são carreados de sintetizadores saturadíssimos, que trazem um peso legal. Disco bacana). Zen Automaton  

- Porcas Borboletas: Momento Íntimo (Eis o que aconteceria se o Arnaldo Antunes fosse da vanguarda paulista. Pós Punk genuinamente brazuca, ousado e com belas sacadas nos textos e arranjos). Maguila

- Power Trip: Nightmare Logic (Aquele tipico thrash metal old school com pegada hardcore que, se não apresenta nenhuma novidade, por sua vez é eternamente empolgante. A produção orgânica e ríspida muito me atrai. Bons riffs dentro do estilo. Vocal desgraçado). Waiting Around To Die

- Primus: The Desaturating Seven (O primeiro disco com a formação clássica em quase 20 anos (com composições próprias). Parece óbvio dizer isso, mas confesso que achei um disco estranho. Não um "estranho Primus", mas um estranho indecifrável. Teve momentos em que achei que o Les Claypool tava simulando o ritmo motorik no baixo. É bem possível. Talvez seja "o disco krautrock do Primus". Resumindo: Não entendi, mas gostei). The Storm 

- Princess Nokia: 1992 Deluxe (Jovem e talentosa rapper que apresenta flow contundente em faixas que, ou transitam pelos beats mais vorazes do east coast noventista, ou por inserções não afetadas do trap moderno. Baita resultado). Goth Kid

- Project46: Tr3s (Metal moderno brasileiro. Honestamente acho as letras meio bestas - muito ódio sem atacar quem deve; muita agressividade "máscula" -, mas roubou minha atenção a evolução instrumental. Tudo está ainda mais pesado, complexo e imponente. Tem riffs (que dupla de guitarristas!) e levadas de bateria sensacionais. A produção absurdamente agressiva. Metal pra malhar). Realidade Urbana

- Propagandhi: Victory Lap (Um dos melhores de hardcore melódico que já ouvi. Tudo muito bem tocado, com passagens instrumentais criativas, sonoridade limpa e energética, composições maduras e um pé até mesmo no heavy metal, principalmente no que diz respeito aos riffs dobrados com o baixo e as palhetas abrasivas de guitarra. Discaço!). Failed Imagineer

- Prophets Of Rage: Prophets Of Rage (Com o instrumental do RATM servindo de base para Chuck D e B-Real, fica difícil sair coisa ruim. É verdade que chega a ser um tanto quanto previsível, mas honestamente não me incomoda. Um supergrupo que passa sua mensagem com convicção e atitude, não soando pedante. Fora que o Tom Morello sabe bolar riffs muito legais). Unfuck The World

- Prurient: Rainbow Mirror (Encarei esse disco como uma provocação. Tem que ir por partes. É que são mais de 3 horas de um noise/drone climático e intenso. As longas faixas não parecem se comunicar entre si. Existe grande variedade timbristica, o que demonstra uma inquietação absurda na produção. Não é um disco estático, muito pelo contrário, é de uma afronta absurda). Chaos-Sex

- Quelle Chris: Being You Is Great, I Wish I Could Be You More Often (Nem me atentei as letras. A produção rebuscada, pesada e em alguns momentos até mesmo confusa, já proporcionou inquietação suficiente para a obra. Rap esquizofrênico). I'm That Ni#%a

- Quicksand: Interiors (Mais um exemplo de uma banda de post-hardcore/emo dos anos 1990 que teve uma volta digna. Não é excelente, mas é muito bom em sua proposta. Capa bonita). Under The Screw

- Raekwon: The Wild (Devo confessar que pouco conheço a carreira solo deste ótimo integrante do Wu-Tang (nada deste século). Talvez por isso tive uma grata surpresa com esse disco. Seu flow continua afiadíssimo, os beats típicos de NY estão encorpados e nem mesmo a participação do Lil Wayne conseguiu arruinar o álbum. Merecia maior destaque). Marvin

- RAKTA: Oculto Pelos Seres (EP curtinho de um dos grupos brasileiros mais interessantes da atualidade. A continuação sonora densa e inquietante que tão bem fizeram no disco do ano passado). Rodeados Pela Beleza

- Ralo: Hell Is Real (Post-Metal brasileiro, de produção extremamente encorpada e densa, com direito a timbrão de baixo. As composições apresentam uma sequência de riffs mastodônticos espetaculares. Confesso que em alguns momentos senti falta de uma linha melódica central (talvez até vocal), mas nada que tire a consistencia deste trabalho). Ossos

- Randy Newman: Dark Metter (Primeira vez que pra ouvir com atenção algo do requisitado compositor. Ficando entre o Tom Waits e um crooner, ele se sai bem em composições bem humoradas e donas de arranjos orquestrados excelentes. Isso é que saber usar as maravilhosas ferramentas que tem a disposição). The Great Debate

- Rapsody: Laila's Wisdom (Contendo participação de nomes como Kendrick Lamar e Anderson Paak, a MC se coloca entre as grandes rappers da atualidade. O disco faz a ponte entre o R&B e o rap, soando melódico e pesado. A produção é espetacular (beats, synth, e baixos estrondosos). As composições são contundentes e atraentes. Tudo interpretado com maestria. Discão!). Power  

- Ray Davies: Americana (Um dos maiores compositores do rock cantando sobre sua relação de amor e ódio com a América em cima de um instrumental feito pelo The Jayhawks? Não tem erro). The Mystery Room

- Reflections In Cosmo: Reflections In Cosmo (Disco de estréia desse grupo instrumental que insere passagens jazzisticas no seu rock psicodélico. Tem o pézinho no kraut também. Viajante e sem clichês). Cosmosis

- Remo Drive: Greatest Hits (Provavelmente o que aconteceria se o Manic Street Preachers fosse uma banda de pop punk. Linhas de guitarra interessantes e uma produção crua que prevalece a energia das canções). Trying 2 Fool U

- Richard Dawson: Peasant (No tão pacato neo-folk, um álbum estranho, que pega muito das origens folclóricas inglesas, somando com uma abordagem de vanguarda, onde até mesmo o violão parece preparado (técnica do John Cage) tamanha a peculiaridade de sua sonoridade. Devo confessar que não me atentei as letras. Um disco difícil). Prostitute 

- Ride: Weather Diaries (Primeiro disco em mais de 20 anos dessa cultuada banda do shoegaze. Devo confessar que não é das minhas prediletas, talvez por isso me surpreendeu a qualidade do disco, que tenta fugir de elementos já caricatos do estilo. Boas composições). Weather Diaries

- Rina Sawayama: RINA (Parece que atualmente para ter legitimidade pop tem que soar 70's/80's - exemplificado no approach disco do Bruno Mars (que eu gosto) - ou então apresentar produções tipicas do rap - coisa que faz até mesmo uma branquela outrora country como a Taylor Swift (que eu gosto) -. Sendo assim, é legal ouvir esse EP e sentir uma reavaliação do pop noventista. Tem o aperfeiçoamento da "fórmula-canção" do Max Martin, mas com a produção ousada do Clarence Clarity. A voz da cantora nipo também é bela. Tem até as (famigeradas e esquecidas) guitarras novamente numa canção pop (trazendo um clima AOR). É um trabalho com potencial de despertar questões e animar pistas de dança). Alterlife

- Robert Plant: Carry Fire (Já é chavão dizer que ele é o artista medalhão do rock com carreira mais digna, mas isso novamente se confirma. Sua proposta de blues, folk e world music se mantém interessante, climática e com personalidade. Ótimas composições e guitarras. Vale um adendo pessoal: acho que gosto mais da sua voz hoje que no auge do Led Zeppelin. Claro que amo Led, mas agora ela está mais contida, grave, fluida e pontual). The May Queen

- Rodrigo Campos, Juçara Marçal e Gui Amabis: Sambas do Absurdo (Artistas do núcleo mais talentoso e inquieto da música brasileira atual num álbum de poesias fortes em canções que parecem desconstruir o Samba. Um trabalho muito rico). Absurdo 6

- Rodrigo Ogi: Pé No Chão (Talentoso rapper em um EP que evidencia seu talento como letrista em seu flow contundente. Em tempos onde a produção nacional já se equipara com muita coisa gringa (e aqui o Nave manda muito bem), é bom ver a evolução do estilo também na caneta). Insomnia 2

- Roger Waters: Is This The Life We Really Want? (Após mais de duas décadas sem um disco de inéditas, Roger reaparece megalomaníaco como sempre, mas com a profundidade sonora de quem tem algo a dizer. Apostou num extinto disco politico e mostrou o porque de ser um dos mais aclamados criadores do rock. Letras amargas que se contrapõem a doces melodias, criando percepções cinematográficas nos ouvintes que só verdadeiras obras de arte se propõem a alcançar. Produção excelente do Nigel Godrich, recheada de orquestrações e colagens sonoras. Não é absurdo considerar seu melhor trabalho fora do Pink Floyd). Broken Bones

- Rogério Skylab: Skylab (Intercalando entre faixas com programações eletrônicas esquisitas (com direito a participação do Cadu Tenório) e canções com o pé no pós-punk, Skylab apresenta um de seus melhores discos. Sempre fazendo uso das suas letras tão criativas quanto humoradas. Ele é talentoso e inquieto). Bossa Nova Que Veio Do Caos

- ROSALÍA: Los Ángeles (Disco de estreia dessa jovem e talentosa cantora espanhola, que por rejuvenescer a música flamenca, vem causando burburinho no mundo pop. Mas não se engane, por mais que pouco conheça o estilo, é possível perceber a linguagem tradicional do gênero, tanto nos violões, quanto no fraseado vocal com muito da influencia moura. As letras dramáticas e a sensibilidade das performances impressionam). Catalina

- Royal Blood: How Did We Get So Dark? (Acho que dentro da vertente pop rock eles se saem muito bem. Tem riffões, peso respeitável e a interessante abordagem timbristica do contrabaixo. De fato, nada que já não tenham apontado no álbum anterior, mas ainda sim tá valendo. Mas vale uma ressalva: como disco, a obra cai na mesmice e empapuça. As faixas isoladamente são bem mais agradáveis de serem escutadas. Qualquer uma cabe numa "discotecagem rockeira"). Hook, Line & Sinker

- Ryan Adams: Prisoner (Mais um disco pós fim de relacionamento. Me surpreendeu e nem sei o porque, já que ele não costuma falhar. Nada de inovador, mas com boas passagens de guitarra e composições que tem tudo pra cair no gosto de quem curte classic rock). Do You Still Love Me?

- Ryuichi Sakamoto: async (A volta após bons anos de um dos grandes artistas da música ambient. Um disco difícil, mas que quando imerso, é possível deslumbrar suas diferentes nuances, climas e timbres. Vale uma audição cuidadosa). Life, Life 

- Sampha: Process (Composições, canto e bases via um único e talentoso ser. Uma fusão de pop com R&B bem melódico que os fãs do Frank Ocean tendem a adorar. Em alguns momentos surge uma complexidade rítmica interessante. Boa coleção de canções). Kora Sings

- Samsara Blues Experient: One With The Universe (É justamente quando a fórmula do stoner psicodélico parece esgotada que discos como esse revelam-se poderosos, tanto nas composições, mas principalmente na execução. Discão!). Vipassana

- Sandro Haick & Michael Pipoquinha (Dois dos mais talentosos instrumentistas da atualidade em um belo registro de música instrumental brasileira, com pé fincado nos ritmos regionais nordestinos, qualidade dos improvisos gigante e temas muito bem construídos. É excelente). Meu Chegado

- (Sandy) Alex G: Rocket (Quando ouço falar de neo-folk já penso em algo pasteurizado. Não é o caso aqui. Em meio a boas composições guiadas pelos violões, surge momentos bastante experimentais na produção e nos arranjos que dão um ar de relevância estética. Bom disco). Alina

- Satanique Samba Trio: Xenossamba (Esse já rodado grupo em mais uma amostra de sua inquietação experimental que passa por ritmos brasileiros, arranjos inusitados, melodias angulares, dissonâncias e outras experimentações complexas que soam difíceis, embora bem humoradas). Samba De Todas As Notas

- Saturndust: RLC (Doom Metal com bastante elementos psicodélicos. É denso e pesado. E o melhor, é brasileiro. Não falo isso por nacionalismo barato, mas por ser legal essa proposta tão internacional presente no nosso país). Astral Dominion

- Schnellertollermeier: Rights (4 faixas e quase 40 minutos. Cancões jazzísticas com execução rockeira. Intenso, criativo e complexo. Jams explosivas que mostram que estamos diante de um grupo de grande qualidade técnica. Em alguns momentos até me lembrou a cena no wave). Rights

- Sean Price: Imperius Rex (Disco póstumo do rapper Sean Prince. Com participação de nomes poderosos como DOOM, Prodigy, Method Man e Raekwon, seria difícil encontrar outra coisa que não a excelência do RAP old school. Em tempos onde toda a produção do rap parece ser feita dentro do computador, é legal perceber que algumas bases resgatam a função do DJ. Pesadão). Ape In His Apex 

- Sepultura: Machine Messiah (Toma essa, viúvos dos Cavaleras! Disco ultra bem produzido, com referências modernas e passagens progressivas. Teclados, violinos tunisianos e violões, além das típicas incursões por ritmos brasileiros, dão um diferencial dentro do estilo. Andreas e Eloy estão em seus auges técnico. Claro, nem todas composições são excelentes, mas todas mostram ousadia. Para mim é o suficiente). Alethea

- Sérgio Machado: Plim (Baterista que toca com o Criolo e Metá Metá em ousado disco solo, onde transita pelo free jazz, horas em esquizofrênica tensão, horas em delírios cinematográficos. Tudo muito bem tocado e arranjado). Mãe da Vertigem

- Sharon Jones & The Dap-King (Disco derradeiro de uma das grandes vozes da soul music. A interpretação majestosa de Sharon Jones fez desse seu melhor trabalho. Composições excelentes guiadas pelos Dap-Kings, sempre com competência espantosa, groove genuíno e timbres que, embora remetam ao passado, não soam pastiche. Se a morte de Sharon foi recebida com enorme tristeza, esse disco serviu para apaziguar nossos corações. Maravilhoso). Searching For A New Day 

- Sheer Mag: Need To Feel Your Love (Rock bobinho, com pegada power pop, uma tosquice quase punk e riffs hard rock. Tudo guiado por uma voz feminina extremamente saturada e empolgante. Tem boas melodias. É um disco bastante divertido). Just Can't Get Enough

- Show Me The Body: Corpus I (Seria um filho bastardo do Death Grips? Selvageria entre o hardcore e o rap, mas que não é nenhum dos dois. É um esporro de três lunáticos em colaboração com outros tantos esquisitões. Em alguns momentos deu medo. Produção ultra saturada e perturbadora. Horrivelmente interessante). My Whole Family

- Sinjin Hawke: First Opus (Distante do EDM óbvio, um disco de música eletrônica com proposta estética, além de elementos/timbres/ritmos sofisticados, ainda sem perder a veia dançante. Um santo remédio para não desistirmos da e-music). Don't Lose Yourself To This

- Snoop Dogg: Neva Left (Como revela a ótima capa, é um disco old school, pesado, com uma veia que remete ao g-funk (batida crua e linhas de baixo sintetizadas sensacionais). Não conheço muito bem a discografia do Snoop, mas não acharia absurdo saber que esse é o melhor álbum dele. Discão!). Nova Left

- Songhoy Blues: Résistance (Grupo do Mali que faz uma mistureba divertida de música local com blues e soul music. Tudo tocado com muita energia e propriedade. Tem até participação do Iggy Pop. Boa indicação pra quem quer fugir do eixo EUA-Europa). Badji

- Spectres: Condition (Se as composições são essencialmente de pós-punk, as guitarras ruidosas tem muito do shoegaze (e até mesmo do noise), criando um clima industrial. Disco bastante interessante. Capa bizarra). Welcoming The Flowers

- Spinning Coin: Permo (Rockinho com cara de 1991, de crueza quase psicodélica e, quando escutado com atenção, revela momentos de grande criatividade num estilo que prima pela simplicidade. Produção lo-fi). Sides

- Spoon: Hot Thoughts (O indie rock dançante sem perder a dignidade. Ótimas composições. Mas tem uma carinha de segunda metade da década de 90, não?). Do I Have To Talk You Into It

- Steven Wilson: To The Bone (Bebendo na fonte do tal "prog-decadente" feito pós-1977, o disco é claramente mais pop. Mas dentro de um gênero que tende a esbanjar virtuosismo gratuito, isso pode ser bom. É o caso aqui. As melodias são ressaltadas, valorizando as composições. Além disso, fica claro que o Steven Wilson tava afim de tocar guitarra, dada as passagens inspiradas no instrumento. É de certa forma cafona e inofensivo, mas também de muito bom gosto, com exceção da faixa "Permanating", facilmente uma das piores do ano). The Same Asylum As Before

- Street Sects: Rat Jecket (Quatro musiquinhas de uma banda que faz um noise rock com vocais melódicos, ritmos paranóicos e um amontoado sonoro que torna o arranjo um caos maluco. É doideira!). In Prison, At Least I Had You

- Suffering Hour: In Passing Ascencion (Um guia da guitarra black metal. Timbre terroso, tremolos infernais e harmonias abertas que criam uma paisagem/complexidade interessante. A produção é meio tosca, mas para o estilo é legal. Soa orgânico). Devouring Shapeless Void

- Sufjan Stevens, Nico Muhly, Bryce Dessner & James McAlister: Planetarium (Dado uma breve descrição dos nomes envolvidos e o conceito do álbum, esperei por algo extremamente pretensioso. Não que não seja, mas o enfoque em boas melodias, coberto por arranjos soberbos e elementos eletrônicos espacias, fez com que tudo soe tranquilo. Art pop viajante e de muito bom gosto). Jupiter

- $uicideBoy$: Kill Yourself Sagas XI - XV (Não é exatamente um disco, mas uma compilação de alguns trabalhos recentes. É um tanto quanto juvenil e desesperador. Chego a cogitar que foi feito pra uma geração mais nova que a minha e por isso nem entendi direito. Mas do que se trata? Um rap ultra pesado, estranho e com letras depressivas. Tem uma energia incompreensível que me agrada). You're Now Tuning In To 66.6 Fm

- Suicide Silence: Suicide Silence (Eu, que nunca fui fã da banda, vi essa mudança de direção sonora do grupo com bons olhos. Mantém o peso, só que agora com passagens mais complexas e momentos de vocais limpos que dão dinâmica ao som brutal do grupo. Mas que tá bem puxado pro new metal do Korn, isso tá. "Culpa" do Ross Robinson). Listen

- Sun Kil Moon: Common As Light And Love Are Red Valleys Of Blood (E se o Slint fosse uma banda acústica, explorando todo o potencial de seu canto falado, com elementos de hip hop e um baterista quase jazzístico? Pois é! Isso sem falar nas impactantes letras. O único problema do álbum é que é excessivamente longo). The Highway Song

- Syd: Fin (POP muito bem produzido, com incursão pelo trip hop e rap. Ótimas melodias e interpretação vocal. Momentos de beleza quase sexual). All About Me 

- Taylor Swift: Reputation (Antes de tudo vale um ressalvo: Taylor Swift é guilty pleasure! Eu sei que é meio merda, mas eu curto. Tendo isso em mente, fica minha analise sensata do disco (se é que é possível): Após despontar com um country enfadonho e amadurecer com um pop descompromissado/divertido, Taylor quer agora ser levada a sério. Buscou através de uma produção moderna e encorpada - inspirada até mesmo no trap - soar poderosa/glamourosa/sexy. Para seus fãs ela definitivamente conseguiu, mas liricamente as composições são um tanto quanto pedantes, num ode contra desafetos, que por mais divertido que seja, artisticamente é um tanto quanto besta. Se antes tínhamos ao menos melodias grudentas, agora temos o flow risível de Taylor. Uma ou duas faixas funcionam, mas se é pra se levar a sério, Taylor precisa fazer mais. Todavia, como sou fanzete (hehehe) evitarei detona-la e iniciarei uma campanha: #volteaoPOPbobinhoTaylor. Fui bem teen agora).

- Tera Melos: Trash Generator (Quebradeira complexa, mas sem soar blasé. Na real é até mesmo muito porralouca o som desse grupo. Trio afiado, apostando em ritmos malucos e riffs estranhos/angulares. É cabeçudo e com energia Punk. Gosto muito!). Warpless Run

- Thantifaxath: Void Masquerading As Matter (Seria um exemplo do post-black metal? EP com quatro músicos de intensidade épica e amadurecimento genuíno do metal). Ocean Of Screaming Spheres

- The Afghan Whigs: In Spades (Adoro quando bandas do dito rock alternativo oitentista soam mais consistentes e desafiadoras que grupinhos do indie atual. Eis um belíssimo exemplo disso. Ótimas composições e produção de uma banda veterana que ainda tem algo há dizer). Into The Floor

- The Black Angels: Death Song (Essa atuante banda do Texas traz em suas composições implacáveis uma mistura de Velvet Underground e psicodelia com guitarras que ficam entre o garage e o shoegaze. Curiosamente, por mais forte que seja a raiz americana que eles tenham, muito me lembrou o Suede, talvez pelas melodias vocais "inglesas". Grande disco). Half Believing

- The Body & Full Of Hell: Ascending A Mountain Of Heavy Light (Juntam duas bandas desgraçadas, vai esperar o que? É uma paulada bizarra, de vocais tão insanos quanto engraçados, um amontoado caótico e cacofônico, dentre outros adjetivos que tentam explicar a lazarentice sonora aqui presente. Eu gosto! Ao vivo deve ser lindo. Recomendado só por quem se interessa por grind, noise e maldições do tipo). Farewell, Man

- The Brian Jonestown Massacre: Don't Get Lost (Dias desses me perguntaram por onde andava os frutos do krautrock. Eis aqui um exemplo! Mais um disco dessa banda inquieta, novamente com seus ritmos repetitivos e climas espaciais psicodélicos, recheados de guitarras que mais parecem um mantra entre o shoegaze e o garage rock). Throbbing Gristle

- The Cribs: 24-7 Rock Star Shit (Rock energético, como se o Manic Street Preachers recebesse doses nada moderadas de fuzz. Tudo muito bem tocado e sem equívocos. Belo achado). Give Good Time

- The Dale Cooper Quartet with The Dictaphones: Astrild Astrild (Ambientações orquestradas, como se fosse um drone sinfônico, minimalista e épico, com direito a dramáticas melodias, vocais de crooner e texturas vindas de instrumentos acústicos. É um disco difícil, mas muito bonito e intenso). Pemp Ajour Imposte

- The Flaming Lips: Oczy Mlody (O Wayne Coyne está definitivamente numa fase estranha, o que resultou num disco delirante, com passagens ultra psicodélicas, mas de produção eletrônica que remete ao trap e ao minimal. É um disco confuso, o que por si só satisfaz mais que o marasmo. Mas se fosse “Coyne solo” seria mais justo com a banda). Sunrise (Eyes Of The Young)

- The Horrors: V (Embora adore shoegaze, admito que o estilo cai muitas vezes na mesmice. Sendo assim, é ótimo ouvir um grupo que se apropria das guitarras tão ruidosas quanto etéreas do estilo, mas sem apelar para caricatura. Tem muito tanto do pós-punk quanto do garage rock sessentista. A produção moderna e a força das composições brilham por si só. Ótimo disco). Gathering

- The I.L.Y's: Bodyguard (Por ser um projeto do Zach Hill, de cara soa meio decepcionante. Falta doidera, ser menos "rockinho". Mas escutando sobriamente, apesar de inconsistente, tem faixas muito legais, circulando entre o garage e o space rock. É um álbum interessante). This It How It Is Now

- The KVB: Fixation / White Walls (Três musiquinhas bacanudas que fazem a ponte do rock alternativo com o synthpop (ou simples e-music). Cabe em discotecagem. Bom ter na manga). White Walls 

- The Lemon Twigs: Brothers Of Destruction (Tá na cara que eles ouviram muito Beatles. Chamber pop pendendo para a psicodelia, tudo muito bem humorado e esquisitinho. São só 6 musiquinhas. Capa retrô legal). So Fine

- The Magnetic Fields: Slections From 50 Song Memoir (Confesso que não conhecia grupo, mas de cara simpatizei com a voz grave de seu cantor e a forma nada óbvia com que ele trata a melodia. Tem elementos tradicionais da música folk, experimentalismo nos arranjos que remetem ao Beach Boys (embora mais minimalista), timbres de sintetizadores bizarros e uma estranheza conceitual muito bem vinda. Seria a primeira autobiografia musical? Muito bom!). '71: I Think I'll Make Another World

- The Magpie Salute: The Magpie Salute (Projeto que reúne os guitarrista originais do Black Crowes. Tem tudo para agradar não só os fãs da banda, mas os que gostam da sonoridade setentista do rock americano. Tem que considere pastiche, eu acho muito bem feito e tocado. É ao vivo, o que da espaço para momentos de jam bem legais). War Drums

- The Mountain Goats: Goths (Um álbum conceitual que narra a juventude dark de seu criador. Todavia, sonoramente passa longe do gótico. Tá mais puxado para as baladas folk do Wilco com elementos que remetem aos Beach Boys (vide o uso de instrumentos pouco convencionais nos arranjos), além de baixos meio Paul McCartney, meio Peter Hook. Ótimas composições e performance apaixonada). Paid In Cocaine 

- The Necks: Unfold (Trio de jazz conhecido por suas incursões experimentais e improvisadas. É um tipo de proposta que é complicada até mesmo de avaliar. Ou você embarca na viagem ou não. A mim muito me agradou. É um mantra delirante e denso, tão jazzístico quanto minimalista. Difícil, mas recompensador). Blue Mountain

- The Orwells: Terrible Humans Beigns (Um disco divertido, pra botar em festinha indie com os amigos. Tem clima de garage rock, pequenos elementos de psicodelia, urgência punk e alcance pop. E o repertório é bem legal. Até a capa é boa). Black Francis

- The Residents: The Ghost Of Hope (Eles são uma verdadeira mutação do pop. Após 40 anos, continuam ousados e enigmáticos. Isso já basta! Disco criativo, que atende os espectro Residents). Shroud Of Flames

- The True Loves: Famous Last World (A poderosa soul music americana numa abordagem instrumental, orgânica e intensa. Espetaculares arranjos de metais). Famous Last World

- The Underachievers: Renaissance (Se o estilo do flow é tipico do hip hop atual, as bases cruas e com traços jazzisticos remetem ao rap de décadas atrás. Um disco interessante, principalmente devido a produção). Eyes Wild Open 

- The War On Drugs: A Deeper Understanding (Disco longo, que tão bem faz a ponte entre o rock alternativo e o classic rock radiofônico americano (à la Bruce Springsteen). É interessante como mesmo em canções de estruturas tão simples e ritmos retos (nitidamente influenciado pelo krautrock), o grupo soa grandioso e até mesmo épico. Ótimas melodias e trabalhos de guitarra (quase shoegaze). Faz frente com o já cultuado álbum anterior). Thinking Of A Place

- The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die: Always Foreign (Embora tenha algumas passagens melodramáticas tão características do emo, o grupo apresenta certa densidade/grandiosidade nos arranjos, performances apaixonas e composições legais dentro da proposta. Tem belas passagens de bateria, apesar do timbre meio cafona. O Harmlessness ainda é muito superior). Hilltopper

- The XX: I See You (Assim como os outros álbuns do grupo, não é uma maravilha. Tem até um clima blasé bem xaropão. Todavia, existe uma qualidade nas melodias e um timbre adorável de voz feminina, além de boas produção, que sempre me agradam. No tão ralo indie pop, eles se saem muito bem). Performance

- This Lonely Crowd: This Lonely Crowd (Texturas instrumentais ruidosas, quebradeira rítmica, muita guitarra, poesia e o rock nacional em um de seus grandes momentos do ano. Discão!). Cliodhna's Wave

- Thundercat: Drunk (Em meio a algumas boas obviedades - excelentes baixos e produção acachapante -, uma direção que favorece canções, deixando o lado experimental para momentos pontuais. Clima quase de AOR oitentista. E a capa é uma das melhores da década). Show You The Way

- Tim Bernardes: Recomeçar (O jovem vocalista/guitarrista d'O Terno em seu primeiro trabalho solo. Mais um vez se mostrando um compositor talentoso, agora em canções bastante tristonhas, talvez por dores da vida, talvez por influência de artistas como Arnaldo Baptista e Belchior, fica difícil saber. Seus arranjos também são dignos de elogio. Boa iniciação solo). Pouco A Pouco

- Tim Darcy: Saturday Night (Líder do Ought em um disco lo-fi intenso, com direito a canções poderosas e ruidosas guitarras com arco de violino). Your Felt Comfort

- Tinariwen: Elwan (Direito do deserto do Mali, um disco hipnótico, com referências do blues, mas naturalmente psicodélico. Tem a partipação do Kurt Vile e do Mark Lanegan). Nizzagh Ijbal

- Tony Allen: The Source (O lendário baterista do Fela Kuti em um trabalho bastante jazzístico, que prioriza momentos de improvisação em temas bem estruturados. Claro que o ritmo do afrobeat está lá, mas de maneira bastante natural. Nada mal para um senhor de 77 anos). On Fire

- Torture Squad: Far Beyond Existence (Amilcar segue sendo um cavalo, dono criatividade absurda. A vocalista Mayara deu novas possibilidades timbristicas a paulada death/thrash do grupo. Nesse campo, não consigo lembrar nenhuma banda do Brasil que se saia melhor. Mas devo confessar que não gostei da produção). Hero For The Ages 

- Tricot: 3 (Aquele tipico disco que causa risos tamanha a estranhice. É um pop japonês com muita influência do emo e math rock. Em meio a melodias acessíveis, a banda se mostra bastante intensa e técnica na execução, além de criativa nos arranjos. É bem legal!). Wabi-Sabi 

- Tulipa Ruiz: Tu (Fui com um pé atrás, já que pouco me interessava ouvir novas versões para suas músicas. Todavia, a voz singular da Tulipa (a melhor de sua prolifera/famigerada geração de cantoras mulheres da MPB), somada apenas ao ótimo violão de seu irmão (e algumas percussões) é de elegância absurda. Em arranjos enxutos, as composições parassem surpreendentemente crescer. Grata surpresa). Game 

- Tyler Bryant And The Shakedown: Tyler Bryant And The Shakedown (Boa banda com approach de blues rock setentista, só que atualizado pro século XXI. Tem uma certa polidez e "sujeira calculada" que me incomoda, mas no geral é bem feito. Boas guitarras. Mas tem que ser entendido como mero pop rock, se vier com papo de "salvação do rock" eu pego bode). Weak And Weepin'

- Ty Segall: Ty Segall (Eu já não tenho mais dúvida que ele é um dos caras mais talentosos do rock dessa década. Sua fórmula feroz de garage/psicodelia/noise continua imbatível. Excelentes guitarras! Apresente para um ouvinte da Kiss FM que diz que o rock morreu). Warm Hands (Freedom Returned)

- Ulrika Spacek: Modern English Decoration (Se seu lance for rock alternativo, tudo que você encontrará aqui já ouviu em outra banda/disco. Todavia, gosto muito da direção das composições, dos arranjos e das guitarras tão barulhentas quanto melódicas. Ficarei mais atento para esse grupo). Full Of Men

- Uncommon Nasa: Written At Night (Embora meu péssimo inglês dificulte a completa absorção do conteúdo do disco, a força do flow e a produção rebuscada foi facilmente compreendida por mim. Rap denso, de bases complexas e encorpadas. Alguns dos mais interessantes do hip hop dos últimos anos, embora pouco comentado). Compass (It's 1AM)

- Uniform: Wake In Fright (Duo maluco! Um fica na programação dos beats, outro soca a guitarra e berra. São descendentes da arvore genealógica do Suicide e Ministry, só que proporcionando um caos condizente com o mundo atual. Indicado somente pra quem não tem medo de barulho). Bootlicker

- Unsane: Sterileze (Com sua fórmula já conhecida de post-hardcore/sludge/sangue, a banda entrega o que se propõem: guitarras abrasivas, baixos corrosivos e muito ódio. Eu adoro!). No Reprieve

- Victor Wooten, Dennis Chambers & Bob Franceschini: TRYPNOTYX (Embora reconheça seu inegável talento, confesso não ser dos maiores fãs do trabalho do Victor Wooten. Todavia, ao lado de um gigante da batera e de um excelente saxofonista, seus timbres graves, frases nervosas e cheias de groove, pareceram funcionar melhor. Boas composições e performance de qualidade indiscutível. Discão!). Liz & Opie

- Vince Staples: Big Fish Theory (É um disco complexo. Em meio a uma narrativa cinematográfica, o álbum chamou mais minha atenção pela sua ousada produção do que pelas composições em si. Isso mais demonstra a qualidade da produção do que aponta um demérito dele enquanto letrista. Seu flow também é instigante. É o rap de encontro as mais variadas estranhices eletrônicas. Tem muito de techno. Eu gosto muito). Crabs In A Bucket

- Vitinho Polêmico: Vitinho Polêmico (O bregafunk numa amostra divertida e dançante. Tem carisma, groove e genuinidade interpretativa de um estilo preste a explodir e ser cooptado pela indústria. Aproveite enquanto há tempo. Os arautos da moralidade vão surtar). Joga a Raba

- Xiu Xiu: FORGET (O grupo segue com sua fórmula nada convencional de transformar ruídos estranhos e dissonâncias em canções minimamente palatáveis (ao menos é assim que os enxergo). E conseguem! Esse me lembrou vagamente os trabalhos mais recentes do Scott Walker). Queen Of The Losers

- Water Rats: Year 3000 (Banda brasileira de performance vibrante, que oferece uma fusão daquele Post-Grunge tipico do Foo Fighters com faixas com o pé do hardcore. É um disco irregular em suas composições, mas potente em sua totalidade). Fake News

- Watter: History Of The Future (Grupo atual do batera do Slint. É um post-rock instrumental bastante climático, sendo que aqui traz interessantes passagens de música folk, indiana e krautrock. Talvez seja excessivamente longo, mas ainda sim guarda momentos muito inspirados. Se escutado com atenção, pode ser uma excelente trilha sonora para um viagem mental). Depth Charge

- Wavves: You're Welcome (Numa festinha indie, sem grande compromisso com a música, funciona muito bem. Mas não dá pra levar mais a sério que isso. É só um rockinho sujo e divertido. Tem seu valor). No Shade

- Waxahatchee: Out In The Storm (Com produção do John Agnello, esse disco apresenta um indie rock com boas melodias e produção rústica que traz vitalidade ao trabalho. As composições são simples, mas belas. Perfeito para fim de tarde). Never Been Wrong

- Whatever Happened To Baby Jane: Dolores (2 faixas, 3 garotas, menos de 4 minutos. Hardcore brazuca garageiro intenso e bem sucedido na proposta). Corpos Empilhados

- White Hills: Stop Mute Defeat (O duo ataca novamente com seu space rock do século XXI. Doses eletrônicas e psicodélicas na mesma medida, sempre com peso e energia). Attack Mode 

- White Reaper: The World's Best American Band (Nada para se levar muito a sério. São apenas moleques fazendo rock n' roll (o que acho ótimo!). Tem clima Glam, pegada garageira e composições divertidas. É quase que um Cheap Trick do século XXI. O guitarrista é bem bom. Resumindo: é bobinho, mas muito bacana). The Stack 

- White Suns: Psychic Drift (Não sei se existe nome especifico para esse gênero. Eu ainda prefiro chamar de noise. Grande variação de ruídos em composições que constroem climas cinematográficos quando somados as falas (que honestamente, ainda que provavelmente importante, pouco me atentei as letras). Não é das obras mais "divertidas", mas uma boa dose de abstração faz bem). Pilgrim

- Wiley: Godfather (Já destaco de cara a simples e ótima capa. Rap britânico, para entender o grime e suas bases elaboradas, guiadas por um flow inteligente). Birds N Bars

- Wolf Alice: Visions Of A Life (Indie rock tão acessível quanto robusto. Talvez o que aconteceria se o Arcade Fire tivesse mais de dream pop e shoegaze no seu som. Ótimas guitarras tão etéreas quanto sujas, além de grande variação climática a cada composição. Muito melódico. Sem inovação, mas também sem erro). Formidable Cool

- Wolf Parade: Cry Cry Cry (Não conhecia a banda. Devo dizer que me remeteu a um "Depeche Mode ensolarado" (embora não seja nem tão Depeche Mode, nem tão ensolarado, como revela o nome do disco). É talvez tudo que o The National queria ter feito no disco mais recente. Gostei bastante). Valley Boy

- Yellow Days: Is Everything Okay In Your World? (Posso estar completamente equivocado, mas enquanto ouvia o disco, só conseguia pensar que ele é quase uma versão via rock alternativo do novo milênio para o blue-eyed soul. Só que convenhamos que o rapaz não tem qualidade técnica para tanto, embora apresente uma coragem interessante na interpretação vocal. No geral, é um disco com falhas, mas que desperta atenção até mesmo nos equívocos). The Tree I Climb

- Your Old Droog: PACKS (Sample e scracth ditando o ritmo de um álbum que, em meio a evolução estilística do rap, tende a soar old school. Para mim isso não é problema. Belo trabalho do DJ. Um álbum consistente). Bangladesh

- Yowie: Synchromiysticism (Math-rock instrumental dos mais tortos possíveis. Levadas de baterias ultra quebradas e padrões de guitarristas dissonantes. As composições são um tanto quanto repetitiva, mas eu adoro o estilo). Absurdly Ineffective Barricade

- Yucky Duster: Duster's Lament (EP com 5 musiquinhas tão bobinhas quanto divertidas. É um rock alternativo lo-fi com melodias angulares e tortas. É bacana). The Ropes


MEDIANOS
Cotação: 4-6

- Alex Cameron: Forced Witness (Num trabalho que tem como proposta fazer um pastiche do rock radiofônico americano - à la Bruce Springsteen - com humor e sagacidade nas letras, pouca coisa foi aproveitada por mim. Talvez seja mais culpa do meu inglês do que do disco em si).

- alt-J: RELAXER (Tem seus momentos pop interessantes e elementos da música folk bem bonitos. Todavia, não engrena. É mais bem feito do que propriamente bom). 

- And So I Watch You From Afar: The Endless Shimmering (Embora com momentos criativos e dono de ótima produção, o post-hardcore instrumental (não é post-rock) do grupo, com pitadas pontuais de djent, soa no geral pedante. Talvez culpa do virtuosismo, talvez das composições mesmo. Mas tem seus bons momentos (vide "A Slow Unfolding Of Wings"). A capa é muito legal).

- Arca: Arca (Produtor venezuelano conhecido por sua parceria com a FKA Twins num disco esquisitão que sequer entendi. Parece que é o que aconteceria se a Enya gravasse um trabalho com o Ryuichi Sakomoto apontado para glitch/post-industrial. É ousado e bizarro, só que um pé no chato. Conceito não é tudo).

- Arcade Fire: Everything Now (Disco mais fraco deles (e mais o pop). Tá certo que a produção é muito boa e tem algumas melodias legais, mas a proposta em si foi falha. Apostaram num poperô oitentista e não deu certo. Sorte que eles são muito competentes, caso contrário beiraria o vexame). 

- Avatarium: Hurricanes And Halos (Tem um ranço de classic rock, meio puxado pro Rainbow, que acho chatão. Mas o disco não é ruim. O guitarrista alias é bem bom (já a vocalista é xaropenta). Os mais saudosistas sem muito critério vão gostar).

- Beck: Colors (Sendo o Beck um cara talentosos e sem gênero definido que é, fica difícil saber quando leva-lo a sério. Todavia, nem um possível sarcasmo musical me faz aceitar canções horríveis como "I'm So Free" (nível P!nk). Fato é que após o contemplativo e espetacular Morning Phase, ele apostou em algo mais pop, soando irregular no repertório. Mas tem faixas muito boas, vide "Dear Life". E com esse disco cheguei a constatação que não gosto de nada que tem as mãos do Greg Kurstin).

- Ben Frost: The Centre Cannot Hold (Minimal extremamente pesado, centrado em synth e beats infernais, feito por um cara talentoso. Para "piorar", tem produção do Steve Albini. Ou seja, é bem legal? Seria, mas é minimal, então não dá para ser muito legal. Na real beira o chato).

- Black Lips: Satan's Graffiti Or God's Art? (É rock garageiro anima quarteirão. Seu "Overture" e "Finale" dão até um perfil conceitual interessante. Se isso for o suficiente para você, então é ultra bem vindo. Eu honestamente senti que faltou inspiração nas composições).

- Blanck Mass: World Eater (A produção é confusa demais, no sentido de achar que sobra algumas frequências na mixagem. Mas tem composições interessantes, principalmente para quem curte o lado mais eletrônico do industrial e o peso do Aphex Twin). 

- Blondie: Pollinator (Claro, não se compara ao passado da banda, mas o disco tem energia e o grupo não soa envelhecido (apesar do teclado cafoníssimo), o que já acho um baita feito. Todavia, é incrível como, mesmo passando por um enxurrada de processadores, a voz da Debbie Harry está desgastada. Vale somente para os mais saudosistas).

- Blut Aus Nord: Deus Salutis Meae (Não conheço o passado da banda, mas qual a chance de um grupo francês acertar em cheio fazendo black metal? Lógico que tem momentos bastante intensos, mas é tudo tão propositadamente caótico e desgraçado que soa fake). 

- Bomba Estéreo: Ayo (Por mais que não seja o tipo de som que eu curta e o repertório não seja dos melhores, acho inegável que a fusão do pop (de produção internacional) com toques de latinidade apresente um calor interessante. É ok. E o que dizer da citação de Rush em "Duele"?).

- Boogarins: Lá Vem A Morte (O disco não é ruim, mas também não é grande coisa. Para ser honesto, acho a discografia toda do Boogarins bem mediana. Tem seus elementos psicodélicos interessantes (nada que o Ave Sangria já não tenha feito com mais personalidade 40 anos antes), mas o vocal me incomoda. Acho frouxo).

- Brad Paisley: Love And War (Suas composições continuam fraquíssimas, mas o que queria mesmo era ouvir suas ótimas guitarras, que não fizeram feio. Timbres, arranjos e técnica das melhores quando o assunto é guitarra country). 

- Bratislava: Fogo (Difícil analisar esse disco porque, entre o racional e o gosto pessoal, eu tendo a ficar em cima do muro. Entendo que é bem feito: o instrumental é legal, produção não deve em nada ao nível internacional e transparece ter sido feito com muito cuidado. Todavia, acho que por mais que as letras tentem ser profundas, na verdade não dizem nada. Não gosto também do timbre e interpretação do vocalista. No fim, é um pop rock ok, mas muito cafona).  

- Broken Social Scene: Hug Of Thunder (Após sete anos devendo um disco de inéditas, o grupo volta com seu indie rock sofisticado, bonito e de melodias tipicas do dream pop. Nem todo o repertório é brilhante, mas o disco transparece uma calmaria agradável. Tão bom quanto esquecível).

- Cavalera Conspiracy: Psychosis (O peso ainda está lá, mas as composições são pouco criativas e cativantes. Soa até forçado. Boa produção).

- Charli XCX: Pop 2 (Se seu pop não se mostrou tão inspirado, ao menos a produção saturada e criativa salta aos ouvidos. Em meio a irregularidade, adorei as faixas com a Pabllo Vittar e a Mykki Blanco).

- Charlotte Gainsbourg: Rest (Sabe aquela veia mais pop/eletrônica feita pelo Leonard Cohen e o Serge Gainsbourg (esse último obviamente a influência direta deste disco) na década de 1980? Pois então, é isso que a Charlotte tenta trazer para cá. É bacana, mas nada mais que isso. Enquanto algumas músicas são meio chatinhas, em outras seus francês soa afrodisíaco. É um disco de altos e baixos). 

- Chuck Berry: CHUCK (Sem um trabalho de inéditas desde a década de 1970, parece um tanto quanto oportunista sair algo justamente após a sua morte (ainda que o anuncio do disco tenha vindo antes). Todavia, é um álbum bom, com registros da lenda do rock nos seus últimos 20 anos. Tem momentos que desconfio se a guitarra foi gravada realmente por ele (ainda que com os mesmos trejeitos). Já algumas faixas mais parecem um amontoado de recortes sonoros feito em estúdio para tentar fechar uma canção. Incrivelmente, mesmo com tantos defeitos, ainda assim soa legal. Méritos de um grande artista). 

- Cloud Nothings: Life Without Sound (Começa fraco, mas engrena. Tem consistência sonora e faixas divertidas. Sem compromisso com algo muito rebuscado. Se sua onda for indie rock 00' e/ou pop punk vale conferir).

- Corbin: Mourn (Um disco que funciona mais no conceito do que na sonoridade. É claro que a produção (meio dark, meio minimal) dentro de algo puxado pro R&B atual é ótima. Já a interpretação vocal e mesmo as composições pouco me cativaram).

- Coruja Bc1: No Dia Nos Nossos (Longe de ser ruim, mas achei monotemático. Todavia, seu som inegavelmente se assemelha muito com o do Emicida, o que sem dúvida é uma ótima referência de rap nacional). 

- Crippled Black Phoenix: Budapest Vigilante Sessions (EPzinho (4 músicas, todas mais longas do que deveriam) bem do sem vergonha. A banda é ótima na proposta: fazer progressivo com certo peso e sem soar caricato. Mas as composições não são grande coisa. Dispensável).

- Crystal Fairy: Crystal Fairy (Imagine o que pode vir de um projeto com Omar Rodriguez-López (Mars Volta e At The Drive-In), Buzz Orborne e Dale Crover (ambos do Mevins) lançado pela gravadora do Mike Patton? Mas é justamente no imaginar que está o problema. Claro que tem bons riffs e uma interessante sujeira, mas a real é que as composições não são grande coisa e o vocal da Teri Gender Bender (Le Butcherettes) prejudica muito).

- Curumin: Boca (Músico talentoso em sua já conhecida proposta de grooves desconcertantes alimentados por sintetizadores bizarros. Meio afrobeat, meio dub. É um disco divertido e dançante, mas devo confessar que não faz minha cabeça).

- Dead Cross: Dead Cross (O tal projeto do Mike Patton com o Dave Lombardo. Claro que não é ruim. Chega até ter uma intensidade bastante interessante. Mas é um tanto quanto previsível. Pelo que ví em vídeos, ao vivo parece ser bem mais potente).

- Desgraça: Ladrão (É difícil criticar esse tipo de zona sonora porque não há parâmetro. Hardcore, metal, noise e funk carioca no mesmo pacote narrando uma história absurda e não linear. No papel funciona, na audição é bizarro demais para mim. Mas gostaria de ver um show dessa banda de Maceió). 

- Destroyer: ken (As músicas pensadas isoladamente até que são bacanas, mas escutando o disco como um todo, soa muito pastiche de pós-punk (baixos Peter Hook, teclados synthpop encorpados, dentre outras características tão bacanas quanto previsíveis). É ok, mas tem coisas mais legais acontecendo. O próprio grupo já soou mais inspirado).

- Diablo Swing Orchestra: Pacifisticuffs (Existem dois aspectos neste disco. Um deles é de uma banda talentosa e divertida (existe uma aparência de descompromisso sarcástico que eu adoro). O outro lado me faz achar tudo muito cafona, percepção minha tipica para bandas que fundem heavy metal com elementos mais tradicionais. Ouça por sua conta em risco). 

- DJ Khaled: Grateful (Nunca tinha ouvido falar do cara, mas bastou uma breve pesquisa para entender que ele é um piada. Tipico perfil de famoso bem relacionados, mas sem vocação musical. Mas insisti e ouvi o disco devido a impressionante lista de participações (tem Beyoncé, Jay Z, Justin Bieber, Nas, Rihanna, Travis Scott, Chance The Rapper, Furute, Migos, Bryson Tiler...). O resultado dessa presepada é um álbum com altos e baixos. Quando o "feat." é legal, a música é legal. Simples assim. Até porque o tal DJ Khaled não deve sequer ter movido um fader).

- DJ Marky: Influences Vol. 2 (O ícone do drum and bass nacional no segundo volume de sua compilação de faixas prediletas. Muito bem produzido (óbvio), dançante e de valor documental. Todavia, não é um som que curto ouvir em disco (ainda mais esse, muito mais eletrônico que o primeiro, ainda que com suas pitadas brazucas). É som pra pista!).

- Djonga: Heresia (Rap urgente, bem produzido, com bases quase atmosféricas, flow intenso (até demais) e rimas provocantes. Ainda assim, foi um pouco superestimado, já que as letras não são grande coisa. Mas é um sujeito para acompanhar).

- Ego Kill Talent: Ego Kill Talent (Nova banda do Jean Dolabella (eterno ex-Sepultura). Todos tocam bem, é muito bem produzido, mas as composições não me agradam, apesar de representar uma tendência de "Rock moderno" ainda pouco explorada no Brasil. Vale a aposta).

- Feist: Pleasure (Algumas reclamações amarosas e uma crueza sonora arrebatadora. É bom, mas nada que a PJ Harvey já não tenha feito com mais qualidade).

- Flora Matos: Eletrocardiograma (Produção (da própria Flora) muito boa e composições irregulares. Na verdade é um rap-pop muito bem feito, mas que não faz a minha cabeça. Ouça se for a sua).

- Foo Fighters: Concrete And Gold (Devo confessar que foi uma grande decepção. Tinha gostado dos singles que saíram antes e achei a primeira metade do disco bem legal (timbres saturados, uma certa imprevisibilidade nas composições, arranjos vocais interessantes e Dave Grohl se mostrando o velho artesão do pop rock, que conhece dinâmica, melodias e energia). Todavia, a segunda metade é um porre. As músicas são longas (vale para as primeiras também), pouco inspiradas, soando artificialmente meio deprê e nada criativas. Um caminho a se lamentar. E o Foo Fighters segue sendo uma boa banda de discos inconsistentes). 

- Future Islands: The Far Field (Gostei muito do álbum anterior - um dos melhores de synthpop dos últimos anos -, mas esse não me empolgou. Achei as composições pouco inspiradas. Chega a lembrar The Killers).

- Gizmodrome: Gizmodrome (Adrian Belew, Stewart Copeland e Mark King no mesmo projeto, logo tem momentos instrumentais interessantes. Todavia, como faz falta um cantor e alguém com talento para composição/melodias, não? Pensei até num Peter Gabriel. Resumindo: funciona mais no papel que em disco). 

- Godflesh: Post Self (A lendária banda de Metal Industrial está de volta com um disco irregular. É verdade que existe uma ponte bacana entre o som do Neurosis e do Sepultura, mas as composições são poucos inspiradas e mesmo a produção não é das mais violentas). 

- Gone Is Gone: Echolocation (Embora tenha músicos extremamente talentosos do rock atual (vide integrantes do Mastodon e QOTSA), não acho as composições grande coisa. A produção abafada também me incomodou um pouco. Não chega a ser ruim, mas são 55 minutos de pouca inspiração).  

- Grandaddy: Last Place (Tem seus bons momentos, mas no geral é insosso e pouco inspirado).

- Gregory Porter: Nat King Cole & Me (Tão cafona e conservador quanto belo e bem feito. Simples assim. Qualquer outra observação seria enrolação).

- Greta Van Fleet: From The Fires (Vou ser honesto: eu nem acho que soa tão mal, afinal, é um pastiche do Led Zeppelin. Todavia, faltam os riffs cativantes, a rusticidade vocal genuína, a bateria cavernosa e as linhas de baixo majestosas (aqui, nem tentaram emular, passou longe). Sendo assim, ainda que sejam jovens e demonstrem algum talento, não tenho o menor interesse de ouvir o grupo. Quem sabe no futuro).

- Hugo Mariutti: For A Simple Rainy Day (Esqueça seu trabalho com o Shaman e André Mattos. O Hugo Mariutti é um cara sério e, apesar de reunir aqui um repertório irregular, gosto de como ele parece inquieto em relação a sua arte. Esse disco explora bastante sua influência do britpop. Boas melodias). 

- Hundredth: RARE (Logo de cara gostei da primeira música, uma mistura de post-hardcore com Joy Division. Todavia, começou a me incomodar a produção extremamente comprimida e sem variação. Além disso, as composições, embora apresentem uma fórmula interessante, são irregulares).

- Incubus: 8 (Se não me falha a memória, é o melhor desde o Morning View. Não que seja grande coisa, já que, apesar de gostar da banda, eles nunca foram exímios compositores. Mas os arranjos, a execução (como o Mike Enziger é criativo!) e a produção orgânica fazem minha cabeça. Recomendado só pra quem gosta muito da banda).

- Integrity: Howling, For The Nightmare Shall Consume (Uma banda referência em metalcore não ia lançar um disco sem a intensidade característica do estilo. Tão brutal que abre mão até das melodias e deixa só a porrada. Tudo até aqui é muito legal, todavia, tem uns solos de guitarra com alavancadas à la Slayer que são um saco. E não são poucos os solos não. Prejudicou muito o disco). 

- Japandroids: Near To The Wild Heart Of Life (Disco de rockinho bem 1996. Algumas canções divertidinhas, mas não passa disso). 

- Julie Byrne: Not Even Happiness (O que aconteceria se a Lana Del Rey fizesse música Folk. E isso não é exatamente algo ruim, mas uma constatação. Canções dramáticas, arranjos compactos e canções boas, mas esquecíveis). 

- Kasabian: For Crying Out Loud (Eu tinha gostado do álbum anterior, sendo que esse não me despertou tanto interesse. É fraquinho. Mas "Good Fight" é boa).

- Kesha: Rainbow (Após toda a polêmica envolvendo o caso com seu antigo produtor Dr. Luke (que ao que consta, ele teria abusado da cantora), Kesha reaparece com muito mais personalidade. A produção é orgânica (com direito a participação do Dap-Kings), tem algumas composições legais, mas nada além disso. O disco mais prepara terreno para algo melhor no futuro do que convence agora. Ou então ela não pode mais que isso mesmo). 

- King Woman: Created In The Image Of Suffering (Qualquer disco de doom metal já ganha pontos comigo, mas aqui as composições são pouco inspiradas. Fora que a fraca produção não colabora para que o álbum tenha maior intensidade no resultado final).

- Kirin J. Callinan: Bravado (Uma mistureba estranha que vai desde da eurodance (!!!) até a no wave, funk, pop e industrial. No meio de toda essa confusão, o disco se desenvolve irregularmente. Precisa de humor para ser compreendido, já que é um tanto quanto uma piada).

- Letrux: Em Noite De Climão (A ótima produção traz aquele clima pop oitentista à la Marina Lima que tanto faz falta (e que a Mahmundi faz tão melhor). As composições não se comunicam comigo (já outras pessoas são quase devotas) e acho a sua interpretação vocal falha. Tem seus momento bacanas (gostei de "Amoruim"), mas no geral não me convence).

- Lorde: Melodrama (Muita gente elogiou, mas honestamente não faz minha cabeça. Eu simpatizo com a figura da Lorde, mas não gosto como ela nem abraça a ousadia estética nem se entrega ao pop. Fica sempre no meio termo. Além disso, não achei as composições grande coisa. Somente a produção me pareceu ok).

- Luiza Lian: Oyá Tempo (Produções ousadas, usando até mesmo elementos etéreos em canções com raízes no funk carioca (não todas, mas boa parte). As faixas mais sombrias (e por acaso as melhores) dão até pra enquadrar num trip hop genuinamente brasileiro. É interessante, mas não é o tipo de som que faz minha cabeça). 

- Lupe Fiasco: DROGAS Light (É o rap com incursão pelo pop que já saturou. Não chega a ser ruim, só não interessa).

- Makthaverskan: III (As composições já não são grande coisa, ai vem a vocalista com essa voz estranha dela. Fica até simpático. Salva o fato de ter uma aura pós-punk juvenil).

- Mastodon: Cold Dark Place EP (Longe de ser ruim, mas o disco que saiu alguns meses antes é tão melhor que dispensa essas quatro musicas, embora entenda seu clima diferente, sendo elas muito mais triste, melódicas e progressivas. Sempre com boas guitarras. Curiosamente, a maioria das pessoas prefiram este EP ao disco). 

- Metá Metá: EP 3 (EP com 2 músicas. A primeira pouco inspirada. Já a segunda é uma interessante abordagem no wave brasileira. Saldo de 50%. Eles tem momentos melhores em sua discografia).

- Migos: Culture (Trap bem feito, mas que apesar do hype, fica em segundo plano quando penso no cenário geral do rap atual. Tem coisas mais legais acontecendo - ou ao menos que eu gosto mais).

- Mopho: Brejo (Após anos sem disco de inéditas, a banda volta justamente de onde parou, fazendo o que já era vintage na época. Jovem guarda apenas divertidinha. Para os mais saudosistas deve ser prato cheio). 

- Morrissey: Low In High School (Eis o problema de um disco politico. Embora a banda seja ótima, tenha belas melodias e a voz tão característica do Morrissey muito me agrade ("My Love, I'd Do Anything You" é arrebatadora), suas letras aqui são no minimo equivocadas. Sendo bem honesto, "Israel" é revoltante. É a primeira canção anti-guerra que defende um estado militarizado. Acho Morrissey deveria voltar a cantar sobre o massacre contra os animais, porque contra o povo ele mostrou não entender nada. Ouvir na sequência desse o ótimo disco do Roger Waters é mais que indicado). 

- My Magical Glowing Lens: Cosmos (Meio dream pop, meio shoegaze. Nada muito surpreendente, se não fosse brasileiro e cantando em português. Disco doce e recheado de momentos psicodélicos. Mas aposto que ainda da para melhorar nas composições).

- Myrkur: Mareridt (Fazendo uso de instrumento poucos convencionais (até mesmo folclóricos), esse grupo liderado pela cantora Amelie Bruun vai desde o black metal mais gélido até uma new age sombria. É bonito, denso e atmosférico. Como ponto negativo fica a produção, que não soa pesada nem mesmo nos momentos mais agressivos. Fora que a longa duração do disco é refletida em canções pouco inspiradas).

- Nadia Reid: Preservation (Canções doces e intimistas que intercalam entre o dream pop e a música folk inspirada na Joni Mitchell. É bonito, mas ao longo dos 40 minutos da uma cansada).

- niLL: Regina (Em meio a um certo marasmo estético do rap nacional, achei esse disco bastante ousado. Os beats são simples (e até mesmo toscos), mas eficientes. As letras ficam na linha tênue entre o bobo e o surreal. Já o flow, em ritmo quase desconectado do beat, é confuso, embora interessante. Resumindo: apesar de não ser o tipo de rap que mais curto, é um disco ousado que merece audições atentas (no plural mesmo)).

- Noel Gallagher's High Flying Birds: Who Built The Moon? (O disco começo mal e demora para engrenar (fica bom da metade pra frente). Tem faixas bem bacanas (vide "The Man Who Built The Moon"), mas no geral apresenta elementos de psicodelia que soam pastiche. É quase com um Primal Scream em seus piores momentos e numa abordagem poperô. Salvo aos 45 do segundo tempo. E devo confessar, nunca achei que o Liam iria se sair melhor que o Noel, que tem seus méritos ao menos por ter ousado um pouco mais).  

- Os Paralamas do Sucesso: Sinais do Sim (Quando escutei o homônimo single de estreia do disco eu me assustei, achei que vinha vexame total. Todavia, embora bastante irregular, o álbum tem bons momentos. É verdade que o Hebert pós-acidente está cantando muito mal, mas sua guitarra blues está afiada. É um disco ok) 

- Phum Viphurit: Manchild (Indie, dream pop e folk em canções que, se por um lado não são excepcionais, por outro são bem agradáveis. Tem também eficientes arranjos. Todavia, devo confessar que interpretação/timbre vocal não me agradou não).

- Portugal. The Man: Woodstock (Um disco de pop/indie rock bem feito. Tem seus ganchos programadamente feitos pra galera cantar/pular, pitada de psicodelia e elementos eletrônicos tão em voga. É bacana, mas não cogito ouvir novamente).

- Queens Of The Stone Age: Villains (Um tipico caso onde a produção estraga a experiência. Mas não da pra por tudo na conta do Mark Ronson, esteticamente apostaram em uma direção equivocada, que tira toda a força que as canções poderiam ter. Nada justifica o péssimo timbre de bateria. Todavia, as composições não são tão ruins quando andam falando. Achei "The Evil Has Landed" (só pra citar um exemplo) bem legal. Além disso, tem boas guitarras). 

- Rincon Sapiência: Galanga Livre (Alcance quase pop através de um rap muito bem (auto)produzido e com momentos de sagacidade nas letras, ainda que de repertório irregular. Sua incursão pela música brasileira (dos ritmos de origem africanos ao funk carioca) também agrega valor ao estilo. Não é dos trabalhos que mais me interessa, mas a qualidade é perceptível. A capa é ótima).

- Ringo Starr: Give More Love (Assim como toda a discografia do Ringo, não encontrei nenhum erro. Ok, é verdade que ele não é um grande compositor e muito menos um cantor brilhante, mas ao se juntar com caras como Steve Lukather, Joe Walsh, Peter Frampton, Jeff Lynne, Nathan East e até mesmo Paul McCartney, fica difícil fazer feio. Vou ouvir novamente? Não. É ruim? Nem por um decreto).

- Real Estate: In Mind (Intercala entre faixas paumolengas e outras bem bonitas. No minimo inconstante). After The Moon

- RZO: Quem Tá No Jogo (É claro que eles são um grupo indiscutivelmente importante e, até por isso, confesso que após quase 15 anos sem um disco de inéditas, esse trabalho deixou a desejar. Tem seus bons momentos ("Destinos" é foda!), mas no final fica uma sensação de que faltou algo).

- Scale The Summit: In A World Of Fear (Banda de moleque bobo que gosta de metal progressivo com divisões rítmicas loucas, tapping avançados e outros quesitos técnicos que não vem ao caso. As composições são meio maçantes, mas até que curto).

- Schizofrantik: Ripping Heartaches (Apresentado para mim como uma fusão de King Crimson com Frank Zappa, óbvio que fiquei decepcionado. A verdade é que é um djent de produção caseira e que justamente por isso preserva uma inocência legal para um estilo metódico por excelência).

- Sleaford Mods: English Tapas (É engraçado, inteligente e tosco (no bom sentido). O problema é que empapuça. Fora que "piada" não se repete. Mas té substancioso).

- Slowdive: Slowdive (Podem culpar a expectativa, mas minha percepção genuína é de que o álbum ficou devendo. Não que as composições sejam ruins (não são!), mas também não despertam nenhuma paixão. Achei até mesmo a Rachel Goswell meio distante. Todavia, após tanto tempo sem material de inéditas, vale conferir. Tem seus bons momentos).

- Smokepurpp: Deadstar (Cheguei ao disco porque a capa me lembrou o "velório" do GG Allin. Mais uma revelação do trap que pouco me diz. Tem músicas bem legais ("Audi.", para citar uma), mas não da para perder tempo com isso. Empapuça). 

- St. Vincent: MASSEDUCTION (Mais parece um disco pop esquisitinho de uma artista cooptada pela indústria do que uma proposta pop rebuscado de uma artista talentosa. Senti falta da sua guitarra ruidosa. A verdade é que minha expectativa era alta e o repertório irregular não atendeu meus anseios. Mas tem faixas muito boas, vide "Pills"). 

- Sólstafir: Berdreyminn (A tentativa de trazer densidade poética e climática ao post-metal, além de pitadas progressivas, é muito bem vinda. Mas as composições, a produção e o vocalista não são grande coisa, deixando a coisa cair até mesmo no cafona). 

- Sparks: Hippotamous (Banda lendária em mais um disco ok. Achei a produção fraquinha, o que atrapalhou e experiência sonora, já que algumas (boas) composições pedem mais massa sonora. Ter escutado logo depois do ótimo novo disco do The Residents também colaborou para trazer aquela sensação de "tá ai, o Sparks não envelheceu tão bem").

- SZA: Ctrl (Escutei uma vez descompromissado: achei uma porcaria! Decidi dar mais atenção porque foi bem recomendado: achei as produções muito boas. Todavia, isso para mim não é suficiente. Algo nas composições e no desenvolvimento das canções no rap/pop não faz minha cabeça).

- Temples: Volcano (É a já velha neo-psicodelia de apelo Indie. Assim como tem ótimos momentos, peca no repertório de forma geral. O vocal também não é dos melhores. Mas vale dar uma conferida. É ok).

- The Bug & Earth (Honestamente, por mais interessantemente sombrio, pesado e denso que seja, não me vejo pegando para escutar o disco novamente. É o tipo de distopia sonora que só funciona ao vivo).

- The Caretaker: Everywhere At The End Of Time (Um álbum de música minimal/ambient que retrata doenças mentais em peças pianísticas/orquestradas, com direito a som de vinil sujo (são samples/colagens?). Por mais interessante e bonito que seja, eu não seria honesto se não dissesse que me cansei lá pela metade das 38 faixas. Talvez o problema seja eu. Arrisque).

- The Charlatans: Different Days (Não saberia apontar nem o ponto alto, nem o ponto baixo. Um disco legal, mas sem grande inspiração).

- The National: Sleep Well Beast (Já tentou gostar de um disco e não conseguiu? Pois então! Me atraiu o fato deles trazerem elementos do pós-punk para o rock alternativo atual. Me agradou a direção dramática das letras e a interpretação. Todavia, tirando exatas três músicas do disco ("Turtleneck", só para citar uma), confesso que achei a experiência auditiva aborrecedora. Um álbum que funciona mais no papel/conceito do que sonoramente. Ao menos é bem melhor que o anterior).

- The New Pornographers: Whiteout Conditions (Não que haja algo propriamente de errado com o indie rock/power pop do grupo, mas também não há momentos de grande inspiração se comparado ao que eles já produziram no passado).

- Thurston Moore: Rock N Roll Consciousness (5 longas faixas que, ao meu ver, não estão entre as melhores coisas que ele já fez. Todavia, também não é ruim. Só é um disco acomodado).

- Travis Scott & Quavo: Huncho Jack, Jack Huncho (É trap né, logo, repetitivo. Qualquer música do disco isoladamente eu acho divertida. Ouvir 13 na sequência para mim não tem cabimento. Não me atentei as letras). 

- Turnover: Good Nature (Entre o indie e o emo, o disco tem canções bonitas e interpretações graciosas até demais, soando um tanto quanto paumolenga. Esquecível). 

- Vazio: Debut (Black Metal brazuca old school, com letras incompreensíveis, blast beats e o caralho. Deve funcionar melhor ao vivo).

- U2: Songs Of Experience (Não ando com muita paciência para o U2 e principalmente para o Bono, mas eles são muito competentes no que fazem. Os refrões são tão melódicos quanto piegas e grandiloquentes. The Edge é sempre um destaque. As composições são irregulares. No fim, mais um disco ok dentro de uma proposta que pouco importa).

- Wear Your Wounds: WYW (Projeto do Jacob Bannon (Converge). É uma onda meio post-metal progressivo. As faixas pesadas são bem legais (vide "Best Cry Of Your Love"), mas tem outras mais viajandonas que soaram pretensiosas demais. Um disco irregular e que mesmo com bons momentos é esquecível).  

- William Patrick Corgan: Ogilala (Billy Corgan usa seu nome de batismo em um disco que era pra soar intimista e confessional, mas me pareceu apenas chato. Algumas melodias e a voz dele muito me agrada, mas para canções com arranjos tão enxutos, era de se esperar composições melhores).

- yaeji: EP2 (É algum tipo de piada? Porque caso for eu achei engraçado). 

- Young Thug & Carnage: Young Martha (EP que inaugura uma parceria promissora. Todavia, embora curtinho, confesso que me empapuçou, talvez por ainda ter uma barreira com o trap. Mas a faixa "Homie" é ótima).

- ZeroZero: Taxidermia (É bem tosco, mas é um genuíno e divertido Hardcore brasileiro garageiro. Me anima). 

- Zola Jesus: Okovi (É verdade que nem todas as composições são grande coisa, mas o disco soa surpreendente, ora fazendo uso de programações eletrônicas densas, ora explorando arranjos de cordas belíssimos, sempre coberto por vocalizações dramáticas (as vezes até demais) e certo apelo pop. É diferentão). Exhumed

- Zumbi do Mato: Macacomóvel (Aquela patifaria já conhecida que ofende/assusta os mais sensíveis e causa riso/euforia nos mais atentos. Resta saber em que grupo você está. Obs: por estética ou não, achei a gravação bem tosca).


RUINS
Cotação: 0-4

- Aaron Turner & Daniel Menche: Nox (Eu acho o Aaron Turner (Isis, Old Man Gloom) fodão, mas não tive saco pra esse disco. Uma única música de 30 minutos que mais parece um drone/noise/ambient de uma nota só, com uns barulhos jogados no meio. Não consegui adentrar).

- Adrenalice Mob: We The People (Até tem uns riffs bacanas, mas conforme ouvia só conseguia pensar: "como o heavy metal é cafona". Seus ganchos antes dos refrões, solos virtuosos, produção pasteurizada... é tudo muito chato!). 

- Aláfia: SP Não É Sopa (Um porre ideológico. Até quando é sonoramente interessante, a música parece reduzida a um papel social. Tem um ranço de "classe artística" exigindo aceitação que me bodeia. Fora uma confusão de elementos sonoros que me distancia da obra).

- Alexandre Pires: DNA Musical (Um disco com participação do Caetano Veloso, Jorge Ben, Milton Nascimento, Djavan, Gilberto Gil e com boa produção, não pode ser tão covarde na proposta. Aceito disco esteticamente ruim, mas não tolero arte covarde. Dava para sair algo interessante).

- Alice Cooper: Paranormal (No papel nem é tão ruim, mas da uma vergonha tremenda quando escutado. Mas eu gosto do Alice Cooper. As canções devem funcionar melhor ao vivo).

- Arto Lindsay: Cuidado Madame (Sendo curto e objetivo: sujeito talentoso, disco chato!).

- A$AP Mob: Cozy Tapes Vol.2: To Cozy (Não tenho saco pra isso não. Um coletivo de trap fazendo músicas ruins pra caralho. Nem consegui chegar no final).

- Black Country Communion: BCCIV (Não só por esse disco, mas essa banda é forte candidata a pior supergrupo de todos os tempos. Rock datado, cafona e nada inspirado. Isso porque eu acho todos os integrantes talentosos). 

- Brian Eno: Reflection (Eno, toma vergonha na cara, olha seu currículo. Esse papo de ambient music já se esgotou pro teu lado. E não adianta vir com conversinha de "aplicativo pra manipular a música". Independente do arranjo proposto, aposto que o resultado vai ser ruim).

- Bryson Tiller: True To Self (Meu amigo Doug me recomendou, então fui ouvir com atenção, mas não consegui, logo eu estava pulando as faixas. Acho esse trap/pop/r&b tão chato que nem consegui me atentar a produção e as letras. Mas causou certo burburinho lá fora).

- Charli XCX: Number 1 Angel (Caminhando entre o pop superficial e as produções refinadas, o disco tende a cair no esquecimento. Dispensável até quando acerta. Uma pena).

- Cigarettes After Sex: Cigarettes After Sex (O nome já entrega o clima que o grupo quer criar. Todavia, o dream pop monótono da banda não tem nada de excitante. É um disco bem paumolenga por sinal. Fora que as composições e timbres não tem variação alguma. Tem tanta coisa melhor nessa área que não dá para perder tempo com isso).

- Collapse Under The Empire: The Fallen Ones (Algo como um post-rock com teclados que remete a trilha sonora de filme ruim. Fora que o timbre da bateria programada é péssimo. Disco bem enfadonho, mesmo nos (raros) momentos que beira o interessante).

- Eminem: Revival (Samples de rock extremamente cafonas, beats de trap que nada tem haver com o artista, refrões pops terríveis... 1 hora em 20 minutos de equivoco! Atirou pra tudo quanto é lado e não acertou ninguém).

- Everything Everything: A Fever Dream (Instrumental ok, inclusive os arranjos. Mas é só o vocalista começar a cantar que a coisa desanda. Fora que as composições não dizem nada. Honestamente, sequer consegui chegar no fim). 

- Erasure: World Be Gone (O que eu tinha na cabeça quando peguei esse disco para ouvir? Nem no auge era grande coisa. Tudo errado).

- Dona Cislene: Meninos & Leões (Apesar da boa produção, as letras são terríveis. Fora que eu não consigo desassociar de uma tentativa de levar o velho rock nacional de volta para o mainstream. No fim mais parece uma bandeira comercial que nada me atrai).

- Krallice: Go Be Forgotten (Black metal mal produzido (não é lo-fi, é ruim mesmo) e presunçoso. E não adiante descrever as qualidade dos integrantes quando sonoramente é uma merda).

- Kyle Craft: Girl Crazy (Jovem cantor/compositor que saiu pela Sub Pop. Soa como se o Suede fizesse tudo errado. Composições e execução toscas. A voz dele também é bem fraquinha. Tem o clima de algo bom, mas no final nada presta).

- Lamber Vision: Lamber Vision (Para um projeto de música instrumental do Fernando Catatau, eu fiquei bastante desapontado. Ele é bem melhor que isso).

- Lil Pump: Lil Pump (Tudo do que há de mais xarope no trap e pop/rap. Tem uma galera que ama, mas chego a duvidar se é por questão musical. Acho que é só zueira mesmo).

- Lindsey Buckingham & Christine McVie: Lindsey Buckingham/Christine McVie (Músicos talentosos (praticamente o Fleetwood Mac sem a Stevie Nicks), verdadeiros artesãos do pop, num disco decepcionante. Beira o medonho, tamanha a falta de inspiração. Fui até reouvir o Rumours para ver se eu que não estava errado esse tempo todo (não estava, o Rumours é sensacional mesmo!).

- Norman Westberg: The Chance To (O guitarrista do Swans num disco solo que não diz a que veio. Um drone/ambient/minimal sem grandes inovações, timbres ou texturas. Monotonia tem de monte).

- Nothing More: The Stories We Tell Ourselves (Não sabia do que se tratava, mas vi em algumas listas de melhores do ano e indicação ao Grammy então resolvi conferir. É um lixo pop (no pior sentido que essa palavra por ter) com toques de "metal" e "rap" mais ilegítimos que o governo Temer. Melodias constrangedoras. E ainda tem um certa pretensão conceitual no disco. Baita porcaria. Até a capa é um lixo). 

- Phoenix: Ti Amo (Sendo simples e direto: com tanta coisa sendo feita, não da para perder tempo com isso. Indie moderninho e nada inspirado. Uma pena).

- Rag'n'Bone Man: Human (Um pop com traços de blues e soul é sempre bem vindo, mas aqui tudo é feito sem coração. As composições são fracas e a produção pasteurizada. Até o timbre vocal do rapaz me incomodou).

- Scalene: magnetite (Conheço muita gente que acha a banda péssima. Não é o meu caso. Embora não seja a minha onda, acho que eles são uma opção nacional para um tipo de rock moderno que pouco existe no Brasil. Superada/explicada a problemática do estilo, devo dizer que achei esse álbum nada inspirado. As canções são muito fracas. Cadê o peso/densidade dos trabalhos anteriores? Decepcionante).

- Shabazz Palaces: Quazarz (São dois discos, insisti em ambos. Tem aquelas produções meio minimalistas do hip hop atual que não me dizem nada. Eu gosto de chamar de "não-música". Tão ousado quanto chato).

- Sons Of Apollo: Psychotic Symphony (Mike Portnoy, Billy Sheehan, Bumblefoot e Derek Sherinian reunidos num projeto de metal progressivo tão competente quanto repetitivo. Já fui preparado para suportar passagens exageradas de virtuosismo e conceito épico infantil. Eu estava aguentando com certa bravura, mas o vocal do Jeff Scott Soto me impediu de passar da terceira faixa (mesmo assim foram mais de 20 minutos de perseverança). Não dá!).

- The Gift: Altar (Me disseram que era uma ótima banda portuguesa de indie rock. Fui de coração aberto e encontre fracas composições e um clima poperô que nada me agrada. Se algum disco anterior deles é melhor que isso, por favor me avisem). 

- Trivium: The Sin And The Sentence (Produção pasteurizada e peso de plástico. Não sei se sou eu ou o metalcore, mas parece que há 10 anos atrás as bandas deste estilo não eram tão ruins assim).

- Vespas Mandarinas: Daqui Pro Futuro (Deus do céu, que repertório medonho é esse? Tem muito do pop rock nacional oitentista, o que causa um certo clima retrô bem chato. Não funciona).

- Wifisfuneral: Boy Who Cried Wolf (Uma música ou outra até vai, mas não dá para ouvir o disco inteiro não. Beats e flow ultra repetitivos).

- William Basinski: A Shadow In Time (Não ando com paciência pra ambient. Nem consegui ouvir inteiro. Talvez o problema esteja em mim. Perdão).


SEI QUE SAIU, MAS SEQUER FUI OUVIR (não necessariamente por não gostar do artistas, só não interessou): Cat Stevens, Drake, Dua Lipa, Future, Guilherme Arantes, Jamiroquai, John 5, John Mayer, Johnny Hooker, Katy Perry, Lil Peep, Linkin Park, Macklemore, Mallu Magalhães, Maglore, Nickelback, Otto, Pabllo Vittar, Patu Fu, Papa Roach, Rancid, Rex Brown, Sam Smith, Stone Sour, Thaíde, The Killers, Tribalistas, Van Morrison e XXXTENTACION

RELANÇAMENTOS: O único que adquiri foi o Snegs do Som Nosso de Cada Dia. Boa e necessária edição.

2 comentários:

  1. Mais um belo apanhado! Agradeço algumas ótimas dicas, "roubarei" algumas para meu próprio blog... não sabia, por ex, desse lançamento do Wooten com Dennis Chambers, nem do Bootsy Collins, sensacionais! E essa excelente Shannon Wright!

    Eu citaria ainda o 3º disco do Run The Jewels (muitos colocaram como 2016 ainda), o disco inusitado e pouco falado do Arto Lindsay, além do sempre divertidíssimo Sparks, com seu "Hippopotamus". No metal, a loucura do Diablo Swing Orchestra estava devendo disco há 5 anos e adorei o resultado.

    Na área mais experimental, cito dois destaques da cuneiform: Led Bib e o louco schnellertollermeier. Teve lançamento do Residents, também pouco divulgado. Por fim, não sei se viu um disco chamado "Lekhfa", que reúne uma galera boa do Egito, encabeçados pela cantora Maryam Saleh... foda!

    Ainda na world music, amei os lançamentos do Kronos Quartet (com o Trio Da Kali e a mega seleção de vocais no disco "Folk Songs"), além do clássico Tinariwen e de um grupo finlandês chamado Hadal Sherpa!

    Bom ano!

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  2. Pô, belo apanhado o seu também. Confesso que sequer fiquei sabendo dos discos do Arto Lindsey, Diablo Swing Orchestra, Residents e Sparks. Vou procurar todos e inclui-los futuramente na lista. Checarei também esse "Lekhfa", além dos para mim desconhecidos Hadal Sherpa e Led Bib.

    Schnellertollermeier e Tinariwen tão perdidos ai no meio.

    Eu fui um dos que considerou o disco do Run The Jewels como de 2016.

    Abraço, brother!

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