quarta-feira, 25 de outubro de 2017

TEM QUE OUVIR: Ride - Nowhere (1990)

Hoje é comum encontrar quem morra de amores por Loveless, clássico shoegaze lançado pelo My Bloody Valentine em 1991. Todavia, é preciso lembrar que um ano antes o Ride tinha dado ao mundo o subvalorizado - embora cultuado em seu nicho - Nowhere (1990).


A icônica capa contendo uma onda no meio do oceano - tão linda e aparentemente calma, embora fria e perigosa - representa um pouco do que encontramos no disco. Doces melodias se entrelaçam num emaranhado de guitarras, empilhadas como se fossem uma muralha de autodefesa. O ouvinte após romper essa massa sonora vai de encontro a belas canções confessionais.

Difícil ouvir o disco e não contemplar faixas como a linda "In A Different Place". Mas é a épica "Seagull" que abre o álbum, mais parecendo uma projeção noventista para "Eight Miles High" do Byrds. Já a introdução de "Polar Bear" tem sua semelhança com "How Soon Is Now?" do Smiths.

Embora as guitarras enormes roubem a atenção dentro do shoegaze, é preciso se atentar para o ótimo desempenho da cozinha em "Kaleidoscope".

Já para o final do álbum, chegamos ao ápice da catarse, representada na densidade apaixonante de "Dream Burn Down", "Paralysed" e "Vapour Trail".

Ainda que em qualidade e alcance o Ride não tenha produzido nada próximo ao Nowhere, a banda conquistou o seu lugar na história do rock alternativo. Passado décadas do lançamento, mais que cultuado, o álbum já pode ser categorizado como um clássico de todo o britpop.

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