segunda-feira, 26 de junho de 2017

NOS 75 ANOS DE GILBERTO GIL, MINHAS MÚSICAS PREDILETAS DO ARTISTA

Post dessa semana no Maria D'escrita

Título do post autoexplicativo. E como o assunto é longo, vou direito a lista. Está em ordem cronológica:


Domingo No Parque
Momento chave da música popular brasileira. A grande projeção do tropicalismo em meio ao Festival Record de 1967. Com direito a arranjo crescente de Rogério Duprat e participação dos Mutantes. A construção da letra é sensacional.

Cérebro Eletrônico
Guitarras do Lanny Gordin em uma das canções mais rockeiras e grooveadas do Gilberto Gil. Ponto alto da psicodelia no Brasil. [1] Isso sem mencionar a letra extremamente bem sacada.

17 Légua E Meia
Guitarras do Lanny Gordin em uma das canções mais delirantes e grooveadas do Gilberto Gil. Ponto alto da psicodelia no Brasil. [2]

Objeto Semi-Identificado
Uma das faixas mais esquisitas da canção popular. Uma espécie de "Revolution 9" tupiniquim. Texto e colagens sonoras altamente experimentais. Mais uma vez com as mãos do Rogério Duprat.

Back In Bahia
Considero que o Gil não foi tão produtivo (ao menos no que diz respeito aos discos) no período do exílio quanto o Caetano Veloso. Todavia, quando voltou ao Brasil, lançou essa pérola que transmite brilhantemente todos seus sentimentos enquanto vivia em Londres. Um perfeito blues-mpb. 

O Canto Da Ema
Um forró rockeiro contagiante. Não sei o que gosto mais: o canto rápido de Gil, as guitarras de Lanny ou o solo de baixo do Bruce Henri.

Chiclete Com Banana
Gravação genial em referência direta a influência do Jackson do Pandeiro ao trabalho do Gil. Adoro a elegância do ritmo e da interpretação. Fora que "só ponho bebop no meu samba quando tio Sam pegar no tamborim" é o único ufanismo possível na canção popular em meio a ditadura militar.

Ele e Eu
O que é mais delirante, a letra ou o instrumental? De certeza, apenas que os elementos se completam maravilhosamente. 

Sai Do Sereno
Um forró de letra divertidíssima e passagens não menos que geniais do baterista Tutty Moreno.

Oriente
Sei que estou colocando muitas músicas do mitológico disco Expresso 2222 (1972), mas não consigo ignorar o violão brilhante de Gil em "Oriente". Beira o absurdo.

Essa É Pra Tocar No Rádio
Música do espetacular Refazenda (1975), um álbum bem mais pop, embora não menos interessante. Todavia, lá para o meio do disco, chama atenção uma faixa de ritmo complexo e grande estranheza sarcasticamente batizada de "Essa É Pra Tocar No Rádio".

Ela
De balanço esplêndido, essa composição é uma linda declaração de amor à música.

Refazenda
Um tremendo arranjo orquestrado (assinado pelo Perinho Albuquerque) fazendo cama para uma linda e lúdica poesia, de apelo quase infantil. Adorável.

Lamento Sertanejo
Meio sertanejo, meio forró. Melodia lindíssima, texto emocionante. Parceria com o Dominguinhos.

Realce
Hoje pode soar um tanto quanto datada, mas quando "Realce" tocou pela primeira vez nas rádios, os ouvintes logo perceberam que finalmente uma música brasileira tinha a qualidade sonora equivalente as produções internacionais. Isso porque a música foi masterizado nos EUA, gravada por experientes músicos de estúdio (integrantes da banda Toto) e com arranjo do Jerry Hey (que trabalhava com Earth, Wind & Fire). Sem contar que a canção é um pop de refrão contagiante.

Palco
O pop perfeito. Tremendo groove, arranjo de metais cheio de cores e um "papapa" irresistível no refrão.

Drão
Sua mais bonita balada. Além da melodia impecável, emociona sua letra que aborda com amor o tema da separação.

Esotérico
É incrível como o Brasil, embora tenha muitas semelhanças com a Jamaica, não consegue produzir reggae de qualidade. Há exceções, claro. Essa é uma. Destaque para a linda melodia vocal.

Não Tenho Medo Da Morte
Confesso que não conheço suficientemente os discos do Gilberto Gil feitos após o Raça Humana (1984), mas essa faixa especifica chamou minha atenção quando tive a oportunidade de assistir seu show ao lado do Caetano. Num silêncio perturbador, Gil recitou a bela letra enquanto construía o clima sombrio com pequenos toques ao violão. Espetacular!

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