terça-feira, 23 de maio de 2017

TEM QUE OUVIR: Ryan Adams - Heartbreaker (2000)

Por mais que busque novas tendências globais, o mercado musical americano sempre fomenta em paralelo compositores que preservem suas raízes. Na virada do século, Ryan Adams se consagrou como um dos mais importantes nesse sentido.


Vindo de fracassos comerciais com a boa banda de alt-country, Whiskeytown, além de relação problemática com a bebida, Ryan afastou-se de todos e focou sua energia na carreira solo. O resultado foi Heartbreaker (2000).

Como um trovador solitário, acompanhado de um violão, maço de cigarro e doses de álcool, trancou-se num estúdio em Nashville e elaborou canções que passeiam pela sonoridade dos Byrds, Beatles, Don McLean, Bob Dylan e Neil Young, O resultado foi tão bom que ele conseguiu contar com a participação de Emmylous Harris (ícone da música country americana) na chorosa "Oh My Sweet Carolina".

Mas o disco reserva momentos melhores, a começar pela entorpecida crueza de "To Be Young (Is To Be Sad)", de refrão não menos que contagiante. Essa faixa, junto da rockeira "Shakedown On 9th Street", são exceções no repertório, tendo em vista que o álbum se concentra em doces e dolorosas acústicas baladas.

O aspecto confessional das letras somado a percepção melódica apurada resultada em maravilhas como "My Winding Wheel", "Amy", "Bartering Lines", "Call Me On Your Way Back Home" e "Why Di They Leave?". Tais faixas contam com a colaboração de Gillian Weich e David Rawling, além de arranjos concisos e perfeitos.

Heartbreaker não vendeu muito, mas trouxe prestigio, o que possibilitou a continuidade de sua carreira, que com o passar dos anos se mostrou prolifera.

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