quinta-feira, 3 de novembro de 2016

TEM QUE OUVIR: Rita Lee & Tutti Frutti - Fruto Proibido (1975)

Ao falar sobre Rita Lee é preciso desmistificar alguma coisas. Primeiro sua saída dos Mutantes, que por mais importante que tenha sido para história da banda, atingiu apenas um pequeno nicho de rockeiros brasileiros. Apesar da inquestionável excelência do grupo, Os Mutantes não era um sucesso comercial como muitos imaginam. Prova disso é que Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974), disco mais vendido da banda, sequer tinha em sua formação a estrela Rita e o cultuado Arnaldo Baptista.


Me atento a isso pra tentar explicar como uma personagem emblemática, mas segmentada, tornou-se um dos maiores ícones pop do país. E isso se deu não no trio tropicalista da Pompéia, mas em sua carreira solo, quando ainda era acompanhada pelo Tutti Frutti.

Após discos artisticamente bem sucedidos com Mutantes, trabalhos solo, parceria com Lúcia Turnbull e o debut com o Tutti Frutti - Atrás Do Porto Tem Uma Cidade (1974) -, Rita finalmente alcançou fama e prestigio com o espetacular Fruto Proibido (1975).

Da capa glam rock, passando por letras divertidas como a de "Esse Tal De Roque Enrow', a figura da Rita transborda atitude.

O alto astral é elevado desde o piano boogie/ragtime de "Dançar Pra Não Dançar", passando pelo hit "Agora Só Falta Você" (destaque para a bateria alucinante do Franklin Paolillo), as bluseiras "Cartão Postal" (sobre Arnaldo?) e "Fruto Proibido", o riff stoniano da maravilhosa "O Toque", o hard rock de "Pirataria" e "Luz Del Fogo" e a clássica "Ovelha Negra", balada radiofônica dona de um dos mais emblemáticos solos de guitarra brasileiro, autoria do lendário Luis Sérgio Carlini.

Passar indiferente pelo baixo preciso de Lee Marcutti e a produção do Andy Mills também não é justo. Mas apesar da boa companhia, foi mesmo a Rita Lee que despontou com esse trabalho, vendendo disco como poucos antes na história do Brasil. Clássico do rock, pop e da música brasileira em geral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário